IGREJA E DENOMINAÇÃO PORQUE TANTA DIFERENÇA

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

É DIFICIL SER CRISTÃO


É DIFÍCIL SER CRISTÃO

Crônica
http://www.jesussite.com.br/imgacervo/images/236.jpgÉ tão difícil que há poucos cristãos verdadeiros, mesmo dentro das igrejas. O que acontece é que muitas pessoas que se dizem cristãs - e realmente acreditam nisso - estão longe de ser cristãs de verdade. A Bíblia nos dá algumas pistas dessa dificuldade quando fala “estreita é a porta e apertado o caminho que conduz para a vida" (Marcos 7:14).

Refletindo a respeito de uma das definições que Jesus faz de si próprio, quando fala em "pedra de tropeço", vemos que o próprio Messias que veio ao mundo como Salvador também se descreveu como um obstáculo, uma pedra que nos faz tropeçar, cair, machucar: "aquele que tropeçar nesta pedra, far-se-á em pedaços e aquele sobre quem ela cair, será esmagado" (Mateus 21:44).

É tão fácil se dizer cristão quanto é difícil ser cristão de verdade.

Pudera, ser cristão é uma loucura. A filosofia do cristianismo vai contra todo o nosso raciocínio lógico: quem pode imaginar um homem vivendo três dias dentro da barriga de um peixe, como Jonas?
Desafia a nossa inteligência: como uma mulher velha feito Sara pode conceber e dar à luz? Além disso, o cristianismo vai contra a nossa carne: jejum, abstenção de sexo, de bebida, de drogas, moderação na comida, disciplina... Nada disso traz prazer para o nosso físico. E afinal, o cristianismo vai até contra a nossa alma. Quer vencer até mesmo os nossos sentimentos mais fortes como a raiva, o medo, o orgulho e a vaidade. Teoricamente, a filosofia cristã é muito simples - são só 10 mandamentos. Ora, o que são 10 mandamentos para uma civilização que tem milhares de códigos de ética, conduta e leis? Entretanto, quando tentamos colocá-los em prática eles se mostram extremamente complexos. Para alguns de nós é fácil não roubar ou matar, mas é difícil não mentir; para outros, é perfeitamente possível passar a vida toda sem tomar o nome de Deus em vão, mas é difícil não cometer adultério. E se Deus, o próprio "fundador" do cristianismo nos alerta para a necessidade de respeitar todos os 10 mandamentos... A coisa fica mesmo complicada.

A dificuldade já começa no primeiro mandamento - "Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força" (Deut 6:5). Quantos de nós, cristão confessos, estamos em paz com relação a esse mandamento? Quantos de nós realmente amamos a Deus acima de todas as coisas? Mais do que a nós mesmos? Será que sou capaz de morrer por Jesus ou ainda de viver para Ele? Quantos já conseguimos renunciar a nossa própria vontade, aos nossos sonhos, conclusões e decisões por amor a Deus? O que se vê hoje em dia é cristãos que ainda estão lutando para colocar Deus em terceiro ou quarto lugar numa escala de prioridades que têm dinheiro, poder e prazer ocupando os primeiros lugares. Se analisarmos profundamente, com coragem e honestidade o que Deus nos pede neste primeiro mandamento, muitos de nós veremos que ainda não começamos a obedecer.
Passamos para o segundo mandamento: "Ama o teu próximo como a ti mesmo" e então concluímos que pouco ou quase nada entendemos daquilo que o Cristianismo nos pede. Pois qual de nós sequer sabe direito quem é seu próximo? Quantos de nós, cristãos confessos, repartimos literalmente o que temos com os irmãos mais necessitados? Pois dar esmola é dar as sobras e isso não é a mesma coisa que repartir. Ou por acaso é comum um irmão acolher o outro em casa ou vender o carro para ajudar alguém que está precisando, ou tirar uma peça de roupa do corpo para dá-la a quem não tem... Qual de nós traz os mendigos da rua para almoçar na nossa mesa? Ou recolhe crianças abandonadas para criá-las como filhos? Quem se dispõe a ser amigo dos menores infratores que assaltam e matam nas esquinas? Ou decerto esses não são o nosso próximo? Ao chegar a este ponto, se formos íntegros, estaremos abatidos. Percebemos que somos ainda cristãos "da boca para fora" e falta muito de Cristo no nosso interior.

É engraçado como o Cristianismo é um processo inverso - quando você tem a calma certeza de que é geralmente você não é e só quando você percebe que não é verdadeiramente cristão é quando você então começa a se tornar um. Parece loucura, um paradoxo? Assim são as coisas de Deus para os homens. Quanto mais a gente cresce no cristianismo, mais a gente se torna pequeno em si mesmo. Quanto mais eu encontro Deus, mais perco o meu próprio eu. Agora fica mais fácil entender porque Paulo dizia “Porque quando me sinto fraco, então é que sou forte" (II Cor 12:10).

O Cristianismo é como uma estrada que se prolonga sempre em frente e na qual a gente vai deixando coisas enquanto caminha ao encontro do Criador; para abraçar o Senhor temos que estar despidos das coisas deste mundo, destituídos de cargos, posses, títulos e honrarias humanas, vazios de orgulho, satisfação própria e vaidade. Para o encontro do Senhor não levamos nada do que construímos materialmente (e, no entanto somos tão apegados a essas coisas), não levamos a nenhum daqueles que caminharam conosco (pois a salvação é individual). Mesmo sabendo isso, insistimos em adquirir, comprar, ter, manter, possuir. Agarramos-nos aos nossos "tesouros" porque custaram muito dinheiro ou muito trabalho ou muito esforço. Apegamos-nos às pessoas que amamos e quase chegamos a crer que elas nos pertencem. E fazemos tudo isso enquanto andamos ao encontro do Senhor. Não nos surpreenda então que a jornada seja longa - afinal, são tantas coisas das quais precisamos nos livrar ao longo do caminho.
Qualquer criança entende a primeira lei da física - um corpo não pode ocupar o mesmo lugar de outro no espaço. Não podemos encher algo que já está cheio. Para que possamos ser cheios da Graça de Deus é preciso que nos esvaziemos das coisas que o mundo nos oferece. O mais difícil talvez seja nos convencer de que nada daquilo que deixamos para trás durante esse processo, nos fará falta.
A certeza disso é justamente o amor a Deus sobre todas as coisas.
A prática disso é o Cristianismo.
Que DEUS crie em nós um coração puro e reto para podermos andar junto a ele e honrarmos o nome Dele.
 ADAPTADO POR: PR. EDIVALDO PEREIRA DE SOUZA
TEOLOGO E ESCRITOR, PREGADOR E ARTICULISTA.

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