IGREJA E DENOMINAÇÃO PORQUE TANTA DIFERENÇA

segunda-feira, 23 de maio de 2011

SEITA - DEFINIÇÃO

SEITA - DEFINIÇÃO
Seitas político-religiosas do Novo Testamento

Era uma classe imposta aos judeus pelos dominadores romanos com a missão de lhes coletarem os impostos. Funcionários romanos eram odiados e escorraçados. Muitos judeus se tornaram publicanos devido à rentabilidade da profissão: o chefe dos publicanos, em Roma, impunha uma taxa e distribuía aos seus subordinados que, por sua vez, quadruplicavam e repassavam as taxas, e assim sucessivamente.

Escribas

Existiram no Antigo Testamento, porém no Novo Testamento aparecem formando uma classe religiosa. Quando voltaram da Babilônia, Esdras e Neemias tornaram-se grandes escribas (Esdras 7.6; Neemias 8.1-4). Quando apareceram os fariseus e saduceus, os escribas ficaram com os primeiros. Nos dias de Jesus, eram chamados de "doutores da lei". Os escribas que se ocupavam do ensino eram conhecidos como rabi ou rabinos.

Zelotes

Descendem de Judas de Gâmala, que incitou os judeus a uma revolta contra Roma, no ano seis. Eram chamados zelotes pelo zelo excessivo da lei de Moisés, o que faziam à custa de espada. Tinham também o nome de sicários, nome que deriva de sica, arma romana que usavam em defesa da lei mosaica.

Herodianos

Formavam um partido mais político do que religioso. Uma espécie de fraternidade em honra a Herodes, o Grande, iniciada com a morte dele. Pregavam incondicional fidelidade a Herodes quanto ao pagamento dos tributos. Julgavam que a Lei de Moisés podia ser violada para se construir templos de idolatria aos romanos e seus imperadores - uma espécie de mistura de judaísmo com romanismo pagão. Eram aliados aos fariseus em oposição a Jesus.

Essênios

Depois dos fariseus, os essênios eram os mais numerosos entre os judeus. Eram separatistas e formavam uma verdadeira congregação distinta do judaísmo, como de outras seitas existentes. Em doutrinas eram parecidos com os fariseus e odiavam os saduceus.

Fariseus

Vem de parushim, literalmente "separados". Observavam rigidamente os preceitos da lei de Moisés, tanto oral como escrita. Nos dias de Jesus, gozavam de grande prestígio entre o povo. Eram considerados grandes mestres e homens piedosos. No seu zelo fanático pela lei das purificações e as regras que a tradição (mishnah) lhes acrescentara, evitavam todo contato com os "pecadores", pessoas que, segundo eles, violavam a "lei". Jesus exprobrou os pecados dessa seita e responsabilizou-a por muitos crimes, injustiças e hipocrisias nos seus dias. Eles acreditavam na ressurreição e na imortalidade da alma.

Samaritanos

Era a classe mais odiada pelos judeus. Sargão, rei da Assíria, levou cativos os judeus do norte e, para Samaria, levou povo estrangeiro. Esse povo era idólatra. Nos tempos de Jesus aumentou o conflito, tendo-se em vista a construção de um templo rival no Monte Gerizim. De tal maneira se acentuaram as rivalidades entre eles que os judeus consideravam os samaritanos como cães.

Saduceus

A seita dos saduceus era pequena, porém muito conceituada, pois os membros que a integravam eram ricos e influentes. Eram mais políticos do que religiosos e tinham bastante conceito entre os romanos. Eram os céticos, os materialistas, os livres pensadores dos dias de Jesus. Não acreditavam na ressurreição, na imortalidade da alma, nos anjos, na providência divina; rejeitavam a tradição oral e interpretavam a lei e os profetas diferentemente dos outros.

Heresias Primitivas
Durante os anos que vão de 70 a 140, ou seja, I e II século d.C., foram de expansão e crise interna, para o judeu-cristianismo (pensamento cristão sem vínculo com a comunidade judaica), se expressava através de equemas do judaísmo. Os judeus-cristãos foram superados pelos gentio-cristãs. Desse judaísmo cheio de idéias cristãs e não-cristãs, trazidas por pagãos que se convertiam que iriam surgir as mais antigas heresias, conhecidas como heresias judaicas.

Ebionismo: -

Os ebionitas (pobres), judeu-cristãos que seguiam a lei de Moisés, mas acreditavam que Jesus Cristo era o Messias, porém achavam que Ele não era o Filho de Deus (apenas um profeta anunciado por Moisés), Os ebionitas subsistiram até o século V, nesse período, dividiu-se em numerosas seitas. O apóstolo João escreveu seu evangelho, refutando essas heresias.

Elcasaísmo: -

Fundador Elxai, recebeu revelação por meio de um livro dado por um anjo, lembrando Maomé (Alcorão) e Joseph Smith (Livro de Mórmon). Aceitavam apenas partes do A.T.

Nicolaísmo: -

Fundador Nicolau (Balaão), era diácono da igreja, seita gnostico-libertina que apareceu em Éfeso e Pérgamo (Ásia Menor), condenava o Deus da criação.

Cerintianismo: -

Fundador Cerinto, acreditava que Cristo não nasceu Deus, mas tornou-se Deus no batismo, quando morreu Deus o abandonou, para recebê-lo na sua 2ª vinda, no final dos tempos.

Gnosticismo: -

Heresia complexa, de elementos filosófico-religiosos orientais e cristãos. O Gnosticismo era composto por vários movimentos sincréticos de tradições religiosas da sua época: o helenismo, o dualismo, cultos de mistério, judaísmo e o cristianismo; enquanto as heresias judaicas estavam apegadas às tradições mosaicas, os gnósticos, pagãos que aceitaram a fé cristã, tentavam introduzir nela, concepções pessoais e teorias filosóficas.

Sempre em contínua evolução, mas com um ponto em comum, de que entre Deus e a matéria há uma série de seres que intermediam um contato do homem com a divindade.

Gnose (grego) significa “conhecimento ou ciência”, pretensiosamente se denominava como ciência de Deus, revelando assim seus mistérios a seus adeptos, herdeiros da ciência mística, base de todas as religiões, assim sendo, a gnose dá o segredo do universo e o segredo da evolução.

Seus ensinos são uma verdadeira rebelião contra Javé, o Deus de Israel, sua criação e a sua lei; diziam que Javé era um demiurgo (pequeno deus) inferior, que criou um mundo fracassado. Gnose revelação do Deus autêntico, possibilitando um retorno através de um rompimento com o mundo e a lei divina.

Os pontos fundamentais da heresia:

a)- Deus, uno e separado (longe), da matéria (seres);

b)- A matéria eterna é o princípio do mal;

c)- Eões, seres entre Deus e a matéria, juntos formavam o pleroma, afastados de Deus se tornavam imperfeitos. Um deles foi excluído do pleroma: Demiurgo, que criou o mundo e o homem da matéria já existente, produzindo também eões inimigos de Deus.

d)- O mal provém da união das almas, mas o homem não é totalmente mal, porque o Demiurgo tirou do mundo espiritual uma centelha divina e colocou-a na matéria, assim sendo, os homens se dividem em três classes: espirituais (espírito-superior-matéria); gnósticos (psíquicos-espíritos=matéria); os cristãos (materiais/hílicos-matéria, superior, espírito) – os pagãos.

e)- Cristo como espírito emanado, ensina aos espíritos como se libertarem dos seus corpos; uns deixam os seus corpos fazerem o que quiser e outros o mortificam através de penitências. A redenção realiza-se no interior de cada alma, numa identificação com Deus, ou seja, o conhecimento e compreensão do próprio eu. Os relacionamentos Deus-cosmos se dão por antíteses: luz-treva, vida-morte, alma-psiquismo, “divindade como negação do mundo”.

Nos anos de 105 a 170 da nossa era, a Igreja reuniu vários concílios em combate ao gnosticismo, em nossos dias, as idéias gnósticas ressurgem entre a teosofia e o espiritismo.

Primeiras ações gnósticas, surgem na Palestina e na Síria, com o judeu-cristão Cerinto, materialista, que considerava Jesus Cristo um simples homem nascido de José e Maria. Simão Samaritano, o Mago, e Menandro são considerados os fundadores do gnosticismo.

Simão, taumaturgo do tempo de Nero, hábil na magia, originou várias lendas; em Atos 8:5-52, ele propôs a Pedro a compra do poder de fazer milagres, desafiou os apóstolos numa demonstração de poder, voando em torno de uma torre, ensinava que o mundo não foi criado por Deus e sim por anjos, para os samaritanos ele era o primeiro Demiurgo.

Menandro, discípulo de Simão, era mágico (comum nos gnósticos de Samaria), dizia que os que o seguissem jamais morreriam, se julgava o Salvador.

Saturnino, viveu entre 100 e 130 d.C., grande figura do gnosticismo, conferiu a forma definitiva a esta doutrina, achava que o homem foi criado por sete arcanjos.

Os barbelognósticos (do siríaco barbá eló, que significa “Deus em quatro”, ou seja, contém em si próprio: pensamento, pré-conhecimento, incorruptibilidade e vida eterna) e os sethianos-ofitas.

A heresia passou para o Egito (Alexandria), Valentiano e Carpócrates foram seus maiores defensores (tudo que se realiza na matéria é insignificante, do ponto de vista da alma).

Basílides organizou a doutrina de Simão o Mago, sintetizando-a (os anjos criadores do mundo, que dividem o domínio do mesmo), um deles é Javé, o deus dos judeus, que submete a si os demais.

Os ofitas cultuavam a serpente do paraíso: a serpente que se revelou contra o Demiurgo, e propôs a libertação através do conhecimento (gnóse) e da “ciência do bem e do mal”.

O marcionismo, do líder cristão Marcião, nascido em 85 d.C., em Sínope, costa do Mar Negro, criou uma nova forma de cristianismo (oposição entre a lei e o evangelho, entre a justiça e o amor), obra: Antítese (perdida) opunha o A.T. ao N.T., (como Lutero iria fazer mais tarde), suas igrejas eram poderosas na mesopotâmia, seu principal opositor, o teólogo Tertuliano, que escreveu o tratado Adversus Marcionem.

Principais obras gnósticas, achadas em Nag Hammadi, altas Egito, em 1945, originais em copta, copiadas em grego no Século IV, entre os 51 livros achados estão: o Evangelho de Tomé, o Evangelho de Felipe, o Evangelho da verdade, o Apocalipse de Adão, o Livro do Grande Seth e o Apócrifo de João, onde no Gênesis, o Criador (Deus), se apresenta como ignorante e malévolo. Além, é claro, do polêmico Evangelho de Judas. O Bispo Irineu refutou essas heresias, em sua obra “Contra as Heresias”.

O Montanismo:

Apareceu na Frigia (Ásia Menor), de 150 a 157, movimento intelectualista, organizou-se em comunidades; na Ásia Menor, em Roma e na África do Norte, fundador Montano (sacerdote de Cibele), converteu-se ao cristianismo, julgava-se o instrumento do Espírito Santo prometido por Cristo e precursor de uma nova era, Prisca e Maximila suas profetizas. Chamavam a si mesmos de pneumáticos (inspirados pelo sopro do Espírito). Esta seita, anti-romana, se constituía numa ameaça para a paz entre a cristandade e o estado, foi excomungada pela Igreja, mas subsistiu no Oriente até o século VIII.

Os Antitrinitários:

Teófilo de Antioquia, escritor cristão, em 180 a.C., começa aparecer em seus escritos à palavra “tríade” ou “trindade” (um só Deus em três pessoas), que serviu para explicar o dogma cristão da Santíssima Trindade.

Logo surgem os opositores, como o adocionismo, de Teodoto de Bizâncio (rejeitava a Trindade, negava a divindade de Cristo e a encarnação do Verbo), foi condenado pelo papa Vítor I (189-199); em 190 d.C. surgiu outra heresia, iniciada por Noet, que Praxéias e Sabélio, desenvolveram, recebendo o nome de sabelianismo ou monarquismo ou modalistas (para eles o Pai, o Filho e o Espírito Santo, eram apenas três títulos diferentes e não pessoas); assim sendo, o Pai se encarnou na virgem, nascido tomou o nome de Filho, sem deixar de ser o Pai, logo foi o Pai quem morreu na cruz.

O Maniqueísmo:

Tipo de gnosticismo que começou na Pérsia, na 1ª metade do século III, fundador; Manés (Manion Maniqueu – 215/276), da Babilônia, morreu esfolado porque não curou um filho do rei Behram.

Para Manés, que seguia os ensinos de Zoroastro (Zaratustra), há dois reinos eternos: o da luz, em que domina Deus (Ormuzde ou Ahura Mazda), e o das trevas, domínio de Satã (Ahrimã ou Anrô Mainiu). O homem preso por Satã luta para se libertar das trevas e ir para a luz, liberdade que se alcança por meio de uma vida austera, compreendendo três selos, (mortificações): o selo da boca (jejum), o selo da mão (abstenção do trabalho) e o selo do ventre (castidade).

Existia duas classes: os eleitos (monges) e os ouvintes ou auditores (fiéis); com uma hierarquia de doutores, administradores, presbíteros, diáconos e missionários, rejeitaram o A.T. e expurgaram do NT as interpolações judaicas, para adaptar a Escritura aos fins de sua seita.

Santo Agostinho, foi conquistado por essa seita, um famoso discípulo de Manés foi Madek (século VI d.C.), que acreditava que o mal do mundo tinha sua causa no desejo de posse da fortuna e das mulheres.

Combatida pela Igreja e pelo estado, estendeu-se da África do Norte à China, até a idade média (século XII), surgindo então como doutrina albigense (catarismo).

O Donatismo:

No ocidente, a partir de 312 d.C., houve um cisma na Igreja, quando surgiram os donatistas. Lucília mulher repreendida por Ceciliano arcebispo de Cartago, porque tinha o costume de beijar um osso (relíquia de algum santo) antes de comungar; por vingança, com sua riqueza e prestígio, organizou um grupo que era contra a eleição de Ceciliano, esse grupo dizia que o bispo Félix de Aptonge, era um traidor da Igreja, sendo um traidor não poderia consagrar Ceciliano.

Chefe do grupo, era o bispo Donato, com seu principal, teólogo, outro Donato, daí o nome donatistas, tiveram até tropas de choque (os soldados de Cristo), chamadas pelos católicos de “vagabundos” (circumcelliones).

Doutrina donatista: quem peca não pertence mais a Igreja, fora da Igreja não há sacramento, queriam expulsar bispos e padres pecadores, bem como seus fiéis. Condenada nos concílios de Latrão, em 313, e de Arle, em 314, os donatistas tiveram nos imperadores, seus maiores inimigos, no século V, o grande adversário foi Santo Agostinho, bispo de Hipona.

Através do Concílio de Cartago (411) estabeleceu-se que “não se sai da Igreja pelo pecado, mas somente pela apostasia da fé”.

O Priscilianismo:

Na Espanha, Prisciliano, bispo de Ávila, divulga os ensinos gnósticos e maniqueus, introduzidos pelo monge egípcio Marcos. Em 380, Prisciliano e os seus, foram expulsos e executados pelo imperador Máximo. Porém somente no Concílio de Braga, em 565, é que essa heresia foi condenada.

O Pelagianismo:

Em reação aos gnósticos e maniqueus, surge o pelagianismo que se tornou uma grave heresia, divulgador Pelágio nasceu em 354 na Inglaterra, moralista e intransigente, dizia que não se precisava da graça para salvação, bastando somente à vontade individual, não existia o pecado original, era contra o batismo, contra a remissão dos pecados, acreditava que se não há pecado original, não há necessidade de redenção, logo Jesus Cristo é inútil.

Santo Agostinho, dizia: todos os homens pecaram em Adão, nascem com o pecado original e estão enfraquecidos por ele, mas conservam o livre-arbítrio, portanto é necessário o batismo para reaver a graça.

Concílio de Cartago, em 411, condenou o pelagianismo, no Oriente foi declarado ortodoxo, nos concílios de Jerusalém e de Diospolis em 415. Em 431, no Concílio Ecumênico de Éfeso, foi condenado.

As questões do pelagianismo são graves do ponto de vista teológico, dando origem a grandes controvérsias que talvez nunca tenham fim.

Fonte do trabalho: Pequena História das Heresias; João Ribeiro Jr.; Ed. Papirus.
Sobras e tipos e mistérios da Bíblia. Ed. CPAD

UNICISMO
Por Edivaldo Pereira

Dentro da unidade do único Deus existem três pessoas distintas, o Pai, o Filho e o Espírito Santo; e estes três compartilham da mesma natureza e atributos; então, com efeito, estes três são o único Deus.

Há muitos cristãos evangélicos que consideram o movimento Pentecostal Unicista (também conhecido como "Só Jesus") como um movimento cristão evangélico. A realidade é que este movimento está muito longe de ser considerado como cristão; está mais para uma seita. Uma das definições teológicas de seita é: Qualquer grupo que se desvia das doutrinas fundamentais do cristianismo, como a Trindade, a divindade de Jesus Cristo e a salvação pela graça, através da fé em Jesus Cristo somente.

Os maiores grupos o melhores conhecidos que compõe o movimento Pentecostal Unicista são:

• Igreja Apostólica da Fé em Cristo Jesus

• Igreja Pentecostal Unida

• Igreja Pentecostal da Fé Apostólica

• Outros grupos independentes que também crêem na unicidade de Deus, como por exemplo, a Igreja Voz da Verdade, Pentecostal Unida do Brasil, Tabernáculo da Fé, Igreja de Deus do Sétimo Dia etc.

Os pentecostais unicistas negam uma doutrina fundamental do Cristianismo: a doutrina da Trindade.

Este artigo foi escrito exclusivamente para alertar ao corpo de Cristo acerca deste movimento sectário e demonstrar à luz das Escrituras como os Unicistas estão equivocados sobre a verdadeira natureza de Deus. Seguimos a orientação de Judas 3, que nos exorta a lutar ardentemente pela fé que uma vez por todas foi dada aos santos.

O ARGUMENTO UNICISTA
A doutrina unicista está baseada no entendimento de duas verdades bíblicas. Estas bases bíblicas são usadas como fundamentos sobre o ponto de vista que tem de Deus e Jesus Cristo. A primeira verdade bíblica é que há somente um Deus e que Jesus é Deus. Destas duas verdades, os Unicistas deduzem que Jesus Cristo é Deus em sua totalidade, sendo assim, Jesus tem que ser o Pai, o Filho e o Espírito Santo, rechaçando a doutrina da Trindade.

O ARGUMENTO TRINITÁRIO
A Igreja, através dos séculos, sempre ensinou que dentro da unidade do único Deus existem três pessoas distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo; e estes três compartilham da mesma natureza e atributos; então, com efeito, estes três são o único Deus.

A teologia unicista ensina que Jesus Cristo é o Pai encarnado, e que o Espírito Santo é Jesus Cristo também. Estes ensinamentos são o pilar da teologia unicista. Vejamos se esta noção está em harmonia com as Escrituras.

É JESUS O PAI?

Versículos que os Unicistas usam para provar que Jesus é o Pai.

Isaías 9:6 – o "Pai Eterno”

Este versículo não ensina que Jesus é o Pai. O título "Pai eterno" refere-se ao fato de que Jesus é o Pai da eternidade; em outras palavras, Jesus sempre existiu (João 1:1); Ele não foi criado, não teve princípio (João 17:5).

O termo "Pai" não era o título que se costumava usar para dirigir-se a Deus no Antigo Testamento. Assim, este versículo não ensina que Jesus é o "Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo" (1ª Pedro 1:3); em outras palavras, Jesus não é seu próprio Pai.

João 10:30 – "Eu o Pai somos um”

Se Jesus houvesse querido dizer que ele é o Pai, haveria dito: "Eu e o Pai sou um" ou "Eu sou o Pai", que seria a expressão gramatical correta. Jesus não pode ser acusado de ter sido um mau comunicador.

“Somos" (gr. esmen), a primeira pessoa do plural. Jesus e o Pai são um em natureza e em essência, porque Jesus é Deus, como o Pai, mas não é o Pai.

João 14:8, 9 – "Disse Filipe: "Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta. Jesus respondeu: "Você não me conhece, Filipe, mesmo depois de eu ter estado com vocês durante tanto tempo? Quem me vê, vê ao Pai. Como você pode dizer: ‘Mostra-nos o Pai’?”

Jesus NÃO disse a Filipe que era o Pai.

Jesus veio como representante do Pai; veio demonstrar-nos o caminho ao Pai (v.6). Em João 5:43, Jesus disse: "Eu vim em nome de meu Pai [na autoridade do Pai, com as credenciais do Pai], e vós não me recebeis; se outro viesse em seu próprio nome [em sua própria autoridade, com suas próprias credenciais; como o anticristo], a esse receberíeis".

Quantas vezes temos orado: "Pai, ajuda-me para que as pessoas te vejam em mim". Acaso isso quer dizer que quando as pessoas virem você estarão vendo literalmente ao Pai? Certamente que não, nem tampouco você estaria realmente pensando nisso, mas sim, estaria pedindo que Deus o ajude a representá-lo corretamente diante das pessoas para que possam ver a Deus através de sua vida. Por isso Jesus disse a Felipe: "O que me viu, viu ao Pai", porque ver a Jesus, quem representou ao Pai foi como se estivesse vendo ao Pai. Mas Jesus NÃO estava dizendo que ele era o Pai.

QUE DIZ A BÍBLIA ACERCA DE JESUS E O PAI?

Jesus é referido como "Filho" mais de 200 vezes no Novo Testamento e nunca é chamado de "Pai".

Jesus referiu-se ao Pai mais de 200 vezes como alguém distinto dele.

Em mais de 50 versículos podemos observar o Pai e a Jesus, o Filho, lado a lado.

Nos Evangelhos, Jesus nunca se referiu a si mesmo como "Filho", do mesmo modo que ele se referia ao Pai como "meu Pai" (João 20:17).

No Novo Testamento repetidamente encontramos expressões como estas:

Romanos 15:5-6 — "O Deus que concede perseverança e ânimo lhes dê um espírito de unidade, segundo Cristo Jesus, para que com um só coração e uma só boca vocês glorifiquem ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo".

2ª Coríntios 1:3 — "Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, Pai das misericórdias e Deus de toda consolação...”

Filipenses 2:10-11 — “... Para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, no céu, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai".

1ª João 1:3b — "Nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo".

1ª João 2:1 — "Meus filhinhos, escrevo-lhes estas coisas para que vocês não pequem. Se, porém, alguém pecar, temos um intercessor junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo".

2ª João 3 — Graça, misericórdia e paz da parte de Deus Pai e de Jesus Cristo, o Filho do Pai, estarão conosco em verdade e amor".

No Evangelho de João, Jesus refere-se a si mesmo como enviado pelo Pai, mas nunca se referiu a si mesmo como o Pai que enviou ao Filho.

O Pai enviou a alguém separado dele, chamado Filho.

1ª João 4:9-10,14 — "Foi assim que Deus manifestou o seu amor entre nós: enviou o seu Filho Unigênito ao mundo, para que pudéssemos viver por meio dele. Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação por nossos pecados. (“...) E vimos e testemunhamos que o Pai enviou seu Filho para ser o Salvador do mundo”.

É JESUS O ESPÍRITO SANTO?

Versículos que os Unicistas usam para provar que Jesus é o Espírito Santo.

2ª Coríntios 3:17 — "Ora, o Senhor é o Espírito e, onde está o Espírito do Senhor, ali há liberdade".

O texto não diz que "Jesus é o Espírito". Se a passagem dissesse isto, talvez os Unicistas tivessem um ponto forte, mas como não diz isto, eles assumem que a palavra "Senhor" se refere a Jesus Cristo.

O "Espírito" aqui é chamado de Senhor no sentido de identificá-lo com Javé (Jeová) ou Deus, e NÃO com Jesus, já que o versículo 16 diz: "Mas quando alguém se converte ao Senhor, o véu é retirado". Trata-se de uma referência a Êxodo 34:34: "Porém, vindo Moisés perante o SENHOR [Javé] para falar-lhe, removia o véu até sair; e, saindo, dizia aos filhos de Israel tudo o que lhe tinha sido ordenado".

O contexto sempre é que determina a quem se está referindo quando a palavra "Senhor" é usada. No versículo 17 a palavra "Senhor" está referindo-se a Javé e não a Jesus, já que o versículo 16 e todo o contexto assim demonstram.

Se os Unicistas estivessem sempre corretos ao interpretar "Senhor" como "Jesus", como ficaria Filipenses 2:11? O texto diz: "E toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai". Seguindo a linha de raciocínio dos Unicistas, teríamos de concluir erroneamente que: "E toda língua confesse que Jesus Cristo é o Jesus...". Isto não é o que este versículo está dizendo, mas o que está ensinando é que: "E toda língua confesse que Jesus Cristo é Deus. Porém, não Deus, o Pai, porque no mesmo versículo diz que isso será feito "para a glória de Deus Pai".

Romanos 8:9 — "Entretanto, vocês não estão sob o domínio da carne, mas do Espírito, se de fato o Espírito de Deus habita em vocês. E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, não pertence a Cristo".

Este versículo NÃO mostra que Jesus é o Espírito Santo. A única coisa que está dizendo é que se Alguém não tem o Espírito que produz fé em Cristo e demonstra o caráter de Cristo, ou seja, "o Espírito de Cristo", ele não é parte do corpo daquele que morreu por nossos pecados. Ele é, todavia controlado pela "natureza pecaminosa".

O versículo 11 faz distinção bem clara entre o Pai que levantou a Jesus dos mortos, o Espírito pelo qual Jesus foi levantado e Jesus, quem foi levantado. Não se pode ignorar a distinção de pessoas apresentada neste versículo.

QUE DIZ A BÍBLIA SOBRE JESUS E O ESPÍRITO SANTO?

Mateus 12:31-32 — O texto fala da blasfêmia contra o Espírito Santo. A conclusão lógica que é extraída deste texto é que se a blasfêmia contra o Espírito Santo não vai ser perdoada, mas a blasfêmia contra o Filho vai ser perdoada, então o Filho NÃO é o Espírito Santo.

João 14:16 — O Espírito Santo é o "outro Consolador".

João 15:26 — Jesus enviou o Espírito Santo.

João 16:13 — O Espírito Santo demonstra humildade e busca glorificar a Jesus.

Depois de termos visto que Jesus não é o Pai nem tampouco o Espírito Santo, podemos nos dar conta de que os Unicistas têm um conceito equivocado da verdadeira natureza de Deus.

Se Jesus não é o Pai, mas é Deus, e o Pai não é Jesus e é Deus, e o Espírito Santo não é Jesus e é Deus e a Bíblia diz que somente há um Deus, então isto significa que dentro da unidade do único Deus existem três pessoas distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo; e estas três compartilham a mesma natureza e atributos; então, com efeito, estas três são o único Deus.

Uma coisa é dizer "Eu não entende a doutrina da Trindade" e outra coisa é dizer que "a doutrina da Trindade é falsa", "pagã", "diabólica", "antibíblica". A Bíblia faz uma advertência muito forte para esta classe de pessoas quando nos diz: “... Este é o anticristo: aquele que nega o Pai e o Filho. Todo o que nega o Filho também não tem o Pai; quem confessa publicamente o Filho tem também o Pai" (1ª João 2:22b-23).


IGREJA VOZ DA VERDADE
INTRODUÇÃO

A Igreja Voz da Verdade é uma igreja unicista. Esse grupo religioso ficou conhecido no meio evangélico por causa do conjunto de mesmo nome. O Pastor e vocalista Carlos A Moysés costuma distribuir em seus shows, um CD cujo título é O Mistério de Deus – Cristo. Nele o referido pastor faz apologia das doutrinas unicistas, que sustenta haver uma única pessoa que se manifestou ora como Pai, ora como o Filho e como Espírito Santo cujo nome seria Jesus. Prega ainda o batismo somente em nome de Jesus.

I – História da Igreja Voz da Verdade

Dados do site oficial diz que esta igreja foi fundada oficialmente em 1978 em Santo André – São Paulo - por Fued Moysés. Ele se converteu no cinema, durante uma sessão do filme Quo Vadis. Fued conta que Jesus lhe tocou a face, saindo da tela de projeção em carne e osso, e, naquele momento, ter-lhe-ia dado a incumbência de pregar o Evangelho, mas infelizmente o pastor de origem árabe, recebeu a influência de missionários unicistas americanos, que fundaram a Igreja Pentecostal Unida no Brasil. Conta o pastor Carlos Moysés, que quando seu pai começou a pregar a doutrina unicista, perdeu metade dos membros da igreja.

Os jovens gostam ou gostavam muito desse conjunto, por causa de seu estilo, que se ajusta ou ajustava bem ao espírito juvenil.

Há três grupos religiosos que com muita facilidade ainda têm acesso a púlpitos de muitas igrejas genuinamente evangélicas e conseguem se camuflar no meio do povo de Deus. Eles não são ortodoxos, ou seja, são contra o Cristianismo histórico, revelado na Bíblia e, por isso, representam uma ameaça à unidade e a doutrina da Igreja. São eles: a Igreja Local de Witness Lee, a Igreja Voz da Verdade e a Igreja Adventista.

1 – onde está o problema?

Antes de tudo é preciso escoimar a acusação por vezes perpetuada de que nós estamos perseguindo o tal conjunto e sua igreja. Longe disso, tão somente queremos alertar aqueles que buscam com sinceridade a verdade do evangelho a discernir melhor entre heresia e ortodoxia. Mas há quem afirme que se trata de uma questão meramente secundária, isso de ambas as partes. Outros entendem que o problema não é grave, dizendo que o Espírito Santo não está preocupado com sistemas teológicos como trinitarismo, nem com o unicismo. Respeitamos tais opiniões, todavia afirmar tal coisa é o mesmo que dizer que o Espírito Santo não está preocupado com a verdade, sendo que ambas as correntes: trinitarismo e unicismo se excluem mutuamente. Por isso, apresentaremos a raiz do problema, para que cada cristão possa discernir e compreender a questão. Antes, porém, convém analisar as raízes históricas da teologia unicista.

II –Antecedentes histórico

1 – Desenvolvimento Histórico da Heresia

No segundo século da era cristã, a Igreja saiu ilesa contra o gnosticismo (doutrina que negava o Jesus homem). Diziam que Ele teve um corpo docético – fantasma – e por isso não sofreu.

Perguntas que surgiram:

Se Jesus é Deus absoluto como fica o monoteísmo judaico—cristão?

Se o Logos é subordinado ao Pai, isso não compromete a divindade de Jesus?

Para tentar responder a estas questões surgiram algumas tendências heréticas, tais como:

Monarquianismo – expressão derivada da exclamação: “Monarchiam tenemus. “conservamos a monarquia” ( Tertuliano, Adv. Praxeam 3). Apresentava duas correntes: os dinâmicos e os modais.

Dinâmicos – diziam que Deus deu força e poder (dynamis ) a Jesus, adotando-o como Filho. Negando assim a divindade absoluta de Jesus, e também a Trindade – era o prenúncio do arianismo, que negava a eternidade de Jesus.

Modais – ensinavam que as três Pessoas da divindade se manifestavam por vários modos, daí o nome modalista. Desenvolveram a idéia de que o Pai nasceu e o Pai sofreu, sendo eles jocosamente classificados por Cipriano de patripassionistas..

2 – história do unicismo moderno (o retorno da velha heresia sabeliana)

Essa doutrina surgiu em uma reunião pentecostal das igrejas Assembléias de Deus realizada em abril de 1913, em Arroyo Seco, nos arredores de Los Angeles, na Califórnia, numa cerimônia de batismo. O preletor, R. E. McAlister, disse que os apóstolos batizavam em nome do Senhor Jesus e não em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, e quando as pessoas ouviram isso ficaram atônitas. McAlister foi notificado que seu ensino possuía elementos heréticos. Ele tentou esclarecer sua prédica, mas ela já havia produzido efeito. Um de seus ouvintes era John Sheppe que após aquela mensagem, passou uma noite em oração, refletindo a mensagem de McAlister e concluiu que Deus havia revelado o batismo verdadeiro que seria somente em nome de Jesus. Também Franck J. Ewart, australiano, adotou essa doutrina e em 15 de abril de 1914 levantou uma tenda em Belvedere, ainda nos arredores de Los Angeles, e passou a pregar sobre a fórmula batismal de Atos 2.38. Comparando com Mt 28.19, chegou à conclusão de que o nome de Deus seria então somente o nome Jesus.

É verdade que o batismo somente no nome de Jesus era praticado por pastores pentecostais como Howard Goss e Andrew Urshan, mas foi somente com Franck J. Ewart que o batismo em nome de Jesus desenvolveu teor teológico próprio. Assim, em 15 de abril de 1914, Franck J. Ewart e Glenn Cook se batizaram mutuamente com a nova fórmula. Esse movimento começou então a crescer em cima dessa polêmica e ficou conhecido por vários nomes como: Nova Questão, movimento Somente Jesus, o Nome de Jesus, Apostólico, ou Pentecostalismo Unicista.

A essência da doutrina unicista é a centralização no nome de Jesus. Os teólogos unicistas entendem que a expressão em nome, de Mateus 28.19 referindo ao Pai, Filho e Espírito Santo são apenas nomes singulares de Jesus. Assim, o que parecia ser apenas uma polêmica referente à fórmula batismal resultou na negação da doutrina da Trindade. Os unicistas não aceitam a pluralidade de pessoas na unidade Divina, qualquer referência à idéia de Trindade eles interpretam como sendo várias manifestações de Deus ou de Jesus. Logo não são contra a Trindade pelo fato de não crer que Jesus seja Deus, mas ironicamente pelo fato de crer que Deus é só Jesus.

3 – Principais grupos unicistas modernos

-Igreja Evangélica Voz da Verdade (IEVV);

-Igreja Só Jesus;

-Igreja Local (Witness Lee)

-Adeptos do Nome Yehoshua e Suas Variantes;

-Tabernáculo da Fé.
-A Voz da Pedra Angular (Willian Soto Santiago)
-Ministério Internacional Creciendo en Gracia
-Igreja Cristo Vive (do apostolo Miguel Ângelo)
-Pentecostal Novo Nascimento em Cristo e outras...

4 - Os Quatro Erros
São basicamente quatro os erros principais que polemiza a teologia da igreja ivv, são eles: 1 – A natureza de Deus (A Doutrina da Trindade);
2 – A natureza de Cristo;
3 – A fórmula batismal e;
4 – O significado do batismo.

a natureza de deus (a doutrina da trindade)

1 – o que o ministério voz da verdade prega e crê (ivv)

O Ministério Voz da Verdade crê que existe UM SÓ DEUS,e não TRÊS DEUSES. Um só Deus ,se manifestando de várias formas: como PAI,criador do mundo,como FILHO,veio resgatar o homem do pecado e como ESPÍRITO SANTO está atuando hoje em nossas vidas.(site oficial)

2- Análise das Crenças Unicistas da Igreja Voz da Verdade

Para nós, trinitaristas, Jesus é uma pessoa muito amada a quem tributamos honra, glória e louvor (Ap 5.11-13). Nestes versículos bíblicos, Jesus, o Cordeiro, recebe com Deus, o Pai, adoração de todos os anjos do céu.

Demais disso, não cremos tampouco em três deuses, isto se chama triteísmo. Este falso conceito de Deus divide a substância divina conseqüentemente em três Seres separados. Por outro lado, a crença ortodoxa na Trindade nunca admite isso, pois as escrituras falam de um só Deus e não três.

Inquestionavelmente, aceitamos que Jesus é verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem, com apoio de Cl 2.9, que diz: Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade. Duas naturezas – a divina ...e o Verbo era Deus (Jo 1.1); e a humana ...e o Verbo se fez carne (Jo 1.14) em uma só pessoa.

Paralelamente, afirmamos com 1 João 5.20, que Jesus é o verdadeiro Deus: E sabemos que já o Filho de Deus é vindo e nos deu entendimento para conhecermos o que é verdadeiro; e no que é verdadeiro estamos, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna (destaque nosso). Mas a IVV não crê assim, como lemos na sua declaração de fé citada: colocam o Pai e o Filho como personificações e não como personalidades distintas na Trindade.

3 – a bíblia – um livro cristocêntrico

Que a Bíblia fala de uma pessoa central e que a Bíblia é um livro cristocêntrico, não há dúvidas. Que há um só Deus e que o primeiro mandamento proíbe a existência de outros deuses, nenhum cristão genuíno nega Não terás outros deuses diante de mim (Dt 5.7).

No entanto, Deus é uma palavra polissêmica que se emprega para o Pai (Ef 1.3), para o Filho (1 Jo 5.20) e para o Espírito Santo (At 5.3-4). Tanto é que Deus em Gn 1.1 se aplica à Trindade, pluralidade em unidade. No princípio criou Deus (Elohim) o céu e a terra. A palavra Elohim aparece cerca de 2.500 vezes nas Escrituras hebraicas. Isso é repetido em Gn 1.26 quando o verbo façamos e o pronome nossa aparecem no plural indicando uma pluralidade na unidade. Pluralidade de pessoas e unidade de natureza.

Que outra maneira haveria de explicar-se o emprego dessa palavra senão para indicar a pluralidade de pessoas nesse único Deus?

Acresce de importância quando se sabe que existe uma palavra Eloah para referir-se a Deus de modo singular. O uso de Elohim, com referência à Trindade, se torna mais acentuado pelo fato de que a palavra se usa algumas vezes em concordância com verbos e pronomes no plural, enfatizando-se a forma plural da palavra.

alguns exemplos:

Gênesis 1.26: E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança...

Nota: O uso do verbo façamos e do pronome nossa é revelador do sentido de que Elohim serve para indicar a pluralidade de pessoas. Sabemos que o nome Elohim por si só não prova a unidade composta, no entanto o contexto apóia a unidade composta de Deus (Gn 1.26; 3.22; 11.7).

Gênesis 3.22: Então disse o Senhor Deus: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal; ora, para que não estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva eternamente.

Nota: O uso do pronome plural nós indica pluralidade de pessoas.

Gênesis 11.7: Eia, desçamos e confundamos ali a sua língua, para que não entenda um a língua do outro.

Nota: Enquanto o substantivo Deus está no singular, os verbos desçamos e confundamos flexionam-se na primeira pessoa do plural indicando pluralidade de pessoas na unidade.

De modo algum podemos dizer que há uma só pessoa na divindade, os fatos quando claramente analisados não comportam tal idéia.

4 - contra a trindade

O senhor Antonio Carlos Prieto Martins, no artigo Manifestações de Deus e não de Pessoas Distintas no site oficial do Conjunto Voz da Verdade declara:

O principal motivo da doutrina romana é confundir os crentes salvos em Cristo Jesus, os quais possuem um contato íntimo com Deus e sabe muito bem quem é Deus, e de nada é confundido. Essa doutrina de que existem 3 Pessoas distintas é tão contraditória, que quem tenta explicá-la, acaba se confundindo e diminuindo o poder de Deus.

Vocês não crêem na Trindade?
Resposta: “Não cremos neste conceito de TRINDADE onde apresentam 3 pessoas distintas,separadas,pois neste conceito Jesus fica menor e sabemos que Jesus não é o filho eterno.” “Este conceito de trindade coloca Jesus em segundo lugar,tirando a glória Dele.”(site oficial)

Resposta Apologética:

Se estas palavras partissem de uma Testemunha de Jeová entenderíamos a falta de critério usado na abordagem da questão, mas partindo do site de um conjunto que se diz comungar com as igrejas evangélicas, isto é tanto inadmissível como perigoso.

A doutrina da Trindade já existia muito antes de aparecer a Igreja Católica. O termo foi cunhado já no início do II século em sua forma grega, primeiramente por Teófilo; e em sua forma latina, por Tertuliano.O Concílio de Nicéia em 325 a.D. reconheceu a deidade absoluta de Jesus, contestando a doutrina de Ário, que ensinava ser Jesus uma criatura de Deus.

É preciso ainda diferenciar tecnicamente entre Trindade Ontológica e Trindade Econômica para não cairmos no mesmo erro da citação acima de que Este conceito de trindade coloca Jesus em segundo lugar,tirando a glória Dele.

Por Trindade Ontológica queremos dizer que a divindade co-existiu por toda a eternidade tendo a mesma substância, poder e glória iguais. Já a Trindade Econômica é como esse mesmo Deus Triúno se manifestou na história do mundo, em específico na salvação do homem. Há como uma divisão de tarefas para cada membro da Trindade: primeiro o Pai planejou, segundo o Filho executou esse plano de redenção deixando a última parte ao Espírito Santo, o qual aplica a regeneração e a santificação desta obra no coração do salvo. Daí a seqüência: 1º - Pai, 2º - Filho e 3º - Espírito Santo. Erra barbaramente quem pensa que esta seqüência prova algum tipo de desigualdade entre os membros da Trindade. É puramente uma questão funcional e não de natureza.

5 - Uso de Palavras Não-bíblicas

Freqüentemente os unicistas desafiam para provar que se mostre na Bíblia a palavra Trindade, alegando que essa palavra não se encontra na Bíblia.

Resposta Apologética:

Primeiramente, a argumentação de que a palavra Trindade não é encontrada na Bíblia é algo de pouca monta, já que a doutrina da Trindade é evidente através das Escrituras Sagradas. Não devemos supor, que pelo fato de o nome do senhor Carlos Moysés não estar escrito em sua casa, que não deve morar lá nenhum Carlos Moysés. Mas é justamente isso que fazem os unicistas da IVV. A esse respeito declarou Myer Pearlman: É verdade que a palavra Trindade não aparece no Novo Testamento; é uma expressão teológica, que surgiu no segundo século para descrever a divindade. Mas o planeta Júpiter existiu antes de receber este nome; e a doutrina da Trindade encontrava-se na Bíblia antes que fosse tecnicamente chamada Trindade (“Conhecendo as Doutrinas da Bíblia.” Myer Pearlmen. Ed. Vida,1977, p. 51). Essa analogia de Myer Pearlmen é suficiente para refutarmos a argumentação de que a palavra Trindade não aparece na Bíblia, já que o fato da palavra não aparecer na Bíblia não significa que essa doutrina não seja bíblica.

Em segundo lugar, é importante lembrar que os unicistas também utilizam palavras que não se encontram na Bíblia. Palavras como manifestações, modos do Pai, Filho e Espírito Santo, não se encontram na Bíblia. Seus livros estão cheios de expressões como Paternidade de Cristo, o Deus homem etc. Inclusive a expressão A Voz da Verdade não se encontra na Bíblia.

6 – O Significado de Pai e Filho na Divindade

Os unicistas afirmam que se a doutrina da Trindade for aceita isto conduz a uma absurda conclusão de Jesus ter dois pais divinos, pois a Bíblia afirma que Jesus foi concebido pelo Espírito Santo (Lc 1.35) e ainda foi chamado Filho de Deus. Como poderia Jesus ser chamado Filho de Deus e ao mesmo tempo ser gerado pelo Espírito Santo?

se o Pai fosse uma pessoa distinta e o Espírito Santo outra pessoa,quem seria o Pai do homem Jesus? (site oficial)

Como poderia, perguntam, a segunda pessoa da Trindade ser gerada pela terceira Pessoa da Trindade?

Resposta Apologética:

Esse argumento é igual ao usado pelos mórmons quando falam da Trindade. No entanto, os mórmons admitem uma mãe celestial e que o Pai celestial desceu do céu com um corpo de carne e ossos e gerou de Maria a Jesus, retornando ao céu. Quando a Bíblia fala sobre o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo (Ef 1.2-3) e Jesus como Filho de Deus não está expressando que Deus foi literalmente o progenitor de Jesus, ou de Jesus como sendo de literal progênie de Deus Pai. Tal conceito leva a admitir que Deus tem características sexuais humanas. Essa admissão é encontrada em mitologias pagãs, mas completamente estranha à revelação bíblica.

Quando nós, com base nas Escrituras, chamamos a Deus de Pai e Jesus de o Filho estamos falando simbolicamente e não literalmente. Estamos dizendo que o relacionamento amoroso que existe entre Deus Pai e Jesus é semelhante ao amor de um pai para com o seu filho, mas sem as características que existem no relacionamento entre pai e filho, fisicamente falando. Quando entendemos isso, não vemos problemas em afirmar que aquele que criou o corpo humano de Jesus foi o Espírito Santo (Jo 1.14), muito embora o Pai e o Espírito Santo sejam pessoas distintas na divindade.

7 – a questão das expressões: sociedade, sócios ou semelhantes

O Conjunto Voz da Verdade declara: Observação: A Bíblia nos alerta quanto à quantidade variada de deuses. Portanto, é na própria Bíblia onde encontramos a afirmação que não há trindade ou variedade de deuses... pois jamais o Senhor permitiria sociedade em sua divindade.

Resposta Apologética:

Cremos na existência de um só Deus eternamente subsistente em três Pessoas: O Pai, o Filho e o Espírito Santo (Gn 1.26 comparado com Mt 28.19). Não somos triteístas. Somos monoteístas (Is 43.10; 44.6 comparado com Ap 1.17; 48.12).

Outra observação importante que devemos fazer é que estranhamente este argumento utilizado pela Igreja Voz da Verdade é o mesmo usado no islamismo. Assim como o Pr. Carlos Alberto Moysés declara várias vezes que Deus não tem sócios, sociedade ou semelhantes, Maomé no sétimo século declarava também. Ambos confundem a unidade composta de Deus, e por não entenderem a pluralidade de pessoas na unidade divina, concluem precipitadamente que se trata de uma sociedade ou sócios.

A Igreja Voz da Verdade declara:

Dizemos que são manifestações de UM DEUS SÓ,somente não cremos que sejam 3 Pessoas distintas (separadas) cada um com a sua personalidade,como é pregado, pois sendo assim seriam 3 Deuses e não UM.E sabemos que DEUS É UM. Vou escrever novamente para que não haja dúvidas: Deus é o PAI,O MESMO DEUS É O FILHO,O MESMO DEUS ESTÁ HOJE CONOSCO COMO ESPÍRITO SANTO.( Site oficial - Suely Moysés Cufone)

Resposta Apologética:

Primeiramente, o Espírito Santo procede do Pai e não é o Pai. Mas, quando vier o Consolador, que eu da parte do Pai vos hei de enviar, aquele Espírito de verdade, que procede do Pai, ele testificará de mim (Jo 15.26). Se Jesus é tanto o Pai como é o Filho então porque Jesus apelou para o Pai como sua testemunha: E, se na verdade julgo, o meu juízo é verdadeiro, porque não sou eu só, mas eu e o Pai que me enviou. E na vossa lei está também escrito que o testemunho de dois homens é verdadeiro. Eu sou o que testifico de mim mesmo, e de mim testifica também o Pai que me enviou (Jo 8.16-18)

Essa defesa de Jesus perante seus adversários só teria validade se o Pai fosse uma pessoa diferente da do Filho e não o próprio Filho. Será que as palavras perderam o sentido? Se não perderam vemos então duas pessoas: o Pai, dando testemunho de Jesus. Não podemos perder de vista também o fato de que em João 5.32 está escrito: “Há outro que testifica de mim...” Aqui o termo empregado para outro foi allos que denota, mais uma vez, uma pessoa diferente daquela que está falando. Segundo o Greek English Lexicon of the New Testament and Other Early Christian Literature, significa outro da mesma raça (citado na Teologia Sistemática, Stanley M. Orton – CPAD Pág. 682) . O “Dicionário Vine” declara O termo allos denota uma diferença numérica e denota “outro do mesmo tipo”(pág. 839). Este termo é o mesmo que aparece em João 5.7-43 para falar de outra pessoa distinta e não de meras manifestações.(conf. Concordância Fiel do Novo Testamento Vol. I, Grego-Português, pág. 35).

Segundo, Jesus não é o Pai, pois ensinou a orar: Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome (Mt 6.9). Jesus estava na terra e o Pai estava no céu. E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele. E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo (Mt 3.16-17). Perguntamos: quem falava do céu, enquanto Jesus saía das águas?

7 - Pode deus ser mais de uma pessoa?

Observemos a confissão de fé judaica que reza: “Shema,Israel:Adonai Elohenu Adonai Echad”

Embora o texto áureo do monoteísmo: Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor (Dt 6.4), diga que Jeová é “único” ou “um”, esta unidade, entretanto, não é absoluta. A palavra único no original “echad” está no construto, revelando uma unidade composta. Semelhantemente, a palavra (echad) aparece com a mesma idéia de pluralidade em Gênesis 2.24 onde diz que Adão e Eva ...serão ambos uma só carne (cf. 11.1-6; Ez. 37.17I Co. 6.16-17). Ninguém jamais pensou em fabricar uma imagem de Adão com duas máscaras! A IVV deveria saber que a palavra com idéia de unidade absoluta é yachid, usada em Gênesis 22.2 onde diz “Toma agora o teu filho o teu único filho...” e também Provérbios 4:3 Jeremias 6;26, e não yachad usada no texto em lide.

Ainda levando em consideração o fato de os judeus em seus confrontos com os cristãos não saberem responder a estes sobre a Trindade, resolveram em seu “Princípios de Fé” trocar a palavra “echad” por “yachid”, mostrando uma flagrante contradição com o texto hebraico original. (As Seitas Perante a Bíblia – pág. 59-61, César Vidal Manzanares, ed. São Paulo – 1994)

Junta-se a este testemunho uma citação de Zoar, um dos clássicos da literatura judaica:

“Escuta, ó Israel: Yavé nosso Deus, Yavé é uno. Porque haverá de mencionar o nome de Deus nesse versículo? O primeiro Javé é o pai de cima, o segundo é a descendência de Jessé, o messias que virá da família de Jessé passando por David. O terceiro é o caminho que está debaixo, isto é, o Espírito Santo que nos mostra o caminho, e estes três são um”. (ibdem )

ELOHIM

A palavra hebraica Elohim que se encontra em Gn 1:1, 16,26 e em muitos outros é a forma plural de Eloah. Muitos têm alegado que essa palavra expressa apenas um plural majestático, mas não há um consenso entre os estudiosos e mesmo entre os rabinos judaicos, pois eles não entendendo perfeitamente essa palavra e tentando preservar o monoteísmo judaico, deram o nome de plural de majestade, entretanto um dos maiores rabinos de Israel, Shimeon Ben Joachi pronunciou a respeito dessa palavra o seguinte:

“ Observai o mistério da palavra Eloim;encerra três graus,três partes;cada uma destas partes é distinta,e é uma por si mesma, e não obstante são inseparáveis uma da outra; estão unidas juntamente e formam um só todo ” (“Como Responder às Testemunhas de Jeová” Vol. I, Esequias Soares da Silva, editora Candeia)

IV –Natureza x Personalidade

Que uma pessoa sem muito conhecimento bíblico confunda natureza com personalidade é desculpável. Mas é lamentável que um pastor que sai em defesa de suas convicções doutrinárias ignore esses princípios elementares do significado dessas palavras. Tal circunstância leva confusão aos grupos evangélicos de todo o Brasil, onde o Conjunto Voz da Verdade é muito apreciado.
Qual a diferença entre natureza e personalidade?

Natureza: é a essência ou condição própria de um ser. O Pai é uma pessoa espiritual e sua natureza é absolutamente divina. Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos (1 Pe 1.3).

Personalidade: é individualidade consciente. Personalidade indica um ser que tem inteligência, vontade própria e sensibilidade, tal é a Persona Deitatis. O Pai é

uma pessoa espiritual, com vontade própria (1 Co 12.11), inteligência (1 Co 2.10); e sensibilidade (Ef 4.30), assim também é o Filho e o Espírito Santo.

1 – Pai – Personalidade ou Natureza Divina?

O Voz da Verdade Declara:

Quando falamos Pai é a divindade e quando falamos Jesus é o Filho?
Sim,quando Filipe perguntou a Jesus mostra-nos o Pai,é o que nos basta.Jesus falou:
HÁ TANTO TEMPO ESTOU CONVOSCO E NÃO ME TENDES CONHECIDO,AS OBRAS QUE EU FAÇO NÃO FAÇO POR MIM MESMO MAS O" PAI QUE ESTÁ EM MIM "É QUEM AS FAZ.

Resposta Apologética:

Em nenhum momento a Bíblia aponta esta sutil diferença criada pelos unicistas da IVV. Aliás, quando são pressionados a responderem para quem Jesus orava, saem pela tangente com a resposta de que a carne estava orando ao espírito, o que é absolutamente irracional do ponto de vista bíblico. A Bíblia nunca faz confusão quanto a identidade e natureza do Pai e do Filho. O nome Jesus não tem anda a ver com a natureza de Filho. Raciocinemos: Se o nome de Deus Pai é Jesus, então por que o próprio Jesus disse que teria um novo nome. Demais disso diz ainda que escreveria o nome do seu Deus na nova Jerusalém. Então Deus e Jesus tem nomes diferentes, conseqüentemente duas pessoas distintas.

2 – Filho – Personalidade ou Natureza Humana?

A Natureza de Jesus Vista pela IVV

É lógico a parte humana chamava-se "FILHO" “O anjo disse a Maria: ...o ente santo que há de nascer “SERÁ “chamado FILHO DE DEUS. Será chamado , não era Filho antes. O ministério de "Filho"veio com o seu nascimento aqui na Terra.” (site oficial)

Resposta Apologética:

Como é possível que pessoas tão despreparadas venham argumentar sobre aquilo que desconhecem? O nome Jesus foi dado quando o Filho de Deus se fez carne. E dará à luz um filho e chamará o seu nome Jesus; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados (Mt 1.21) Jesus é o nome humano do Filho de Deus dado pelo anjo Gabriel a Maria: E eis que em teu ventre conceberás e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus (Lc 1.31).

Para eles, o Filho, como pessoa espiritual, nunca existiu. Jesus, como Filho de Deus, passou a existir só depois do seu nascimento em Belém de Judá, pois Filho é apenas a natureza humana de Jesus.

Esse ensinamento é tão grave, tão herético que em 1 João 2.22 lemos: Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? É o anticristo esse mesmo que nega o Pai e o Filho.

3 – Espírito Santo – Pessoa Própria ou O Pai?

“Deus que é Espírito,foi chamado de Pai e veio ao mundo como homem morrer pelos nossos pecados. Foi revelado seu nome aos homens: JESUS.” “Não existem 2 Espíritos,ou seja o Espírito do Pai que é Deus e o Espírito Santo. A Bíblia é bem clara UM SÓ ESPÍRITO.É este Espírito Santo que está atuando no nosso meio,hoje. (site oficial)

Resposta Apologética:

A Bíblia mostra a personalidade do Espírito Santo e não que o Espírito Santo é o Pai. Sua personalidade é demonstrada pelos atributos de pessoa que possui: a) inteligência (1 Co 2.10); vontade própria (1 Co 12.11) e sensibilidade ou emoção (Ef 4.30). Pode-se afirmar que uma pessoa é alguém que, quando fala, diz: EU; quando alguém se dirige a ela, diz: TU; e quando se fala dela se diz: ELA. Isso se vê do Espírito Santo em:

E eu (Jesus) rogarei ao Pai, e ele vos dará outro[allos] Consolador (o Espírito Santo), para que fique convosco para sempre. Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai (Ele) enviará em meu nome (Eu), esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará (Ele) lembrar de tudo quanto (eu, Jesus) vos tenho dito (Jo 14.16-26).

E, pensando Pedro naquela visão, disse-lhe o Espírito: Eis que três homens te buscam. Levanta-te pois, desce, e vai com eles, não duvidando; porque eu vos enviei (At 10.19-20). Além disso, o Espírito Santo exerce atividades pessoais, tais como: b) Ele ensina e faz lembrar os crentes (Jo 14.26); c) Ele testifica de Cristo (Jo 15.26); d) Ele guia em toda a verdade (Jo 16.13); e) Ele glorifica a Jesus (Jo 16.14); f) Ele intercede pelos santos (Rm 8.26).

4 – A Quem Foi Paga a Nossa Redenção

A quem Cristo pagou o resgate? Se for negada a doutrina ortodoxa da Trindade (negando-se uma distinção entre as Pessoas da Deidade, conforme quer o modalismo), Cristo teria de pagar o resgate ou à raça humana ou a Satanás. Posto que a humanidade está morta em transgressões e em pecados (Ef 2.1), nenhum ser humano teria o direito de exigir que o Cristo lhe pagasse resgate. Sobraria, portanto, Satanás. Nós, porém, nada devemos a Satanás. E a idéia de Satanás exigir resgate pela humanidade é blasfêmia, por causa das implicações. Ao contrário: o resgate foi pago ao Deus Trino e Uno para satisfazer as plenas reivindicações da justiça divina contra o pecador caído: E andai em amor, como também Cristo vos amou, e se entregou a si mesmo por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave (Ef 5.2) (destaque nosso).

Embora mereçamos o castigo decorrente da justiça de Deus (Rm 6.23), somos justificados pela graça mediante a fé em Jesus Cristo, somente: E é o que alguns têm sido, mas haveis sido lavados, mas haveis sido santificados, mas haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus, e pelo Espírito do nosso Deus (1 Co 6.11). Fica claro que a doutrina essencial da expiação vicária, na qual Cristo carregou nossos pecados na sua morte, depende do conceito trinitariano. O unicismo subverte o conceito bíblico da morte penal e vicária de Cristo como satisfação da justiça de Deus e, em última análise, anula a obra da cruz (“Teologia Sistemática”, Stanley M. Horton. CPAD, 1999, p. 180).

5 - Argumentos de fácil refutação

Basicamente os textos bíblicos utilizados pelos grupos que defendem a idéia de que Jesus Cristo é o Pai e o Espírito Santo ao mesmo tempo, são:
1 - Eu e o Pai somos um (Jo 10.30).
2 - Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe?
3 -Quem me - vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai? (Jo 14.9)
4 - E, havendo dito isto, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo (Jo 20.22).
5 - Ora, o Senhor é Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade (2 Co 3.17).

1. Eu e o Pai somos um (Jo 10.30).

Resposta Apologética:

O artigo “Um” no grego, nesse versículo, está no neutro, hen, e não no masculino, heis, e mostra assim duas pessoas numa só Deidade. Além disso, o verbo está no plural “somos” e não no singular “sou”, não pode, portanto, Pai e Filho serem a mesma pessoa.

Jesus não está dizendo que é a mesma pessoa do Pai, mas que Ele e o Pai, são duas pessoas distintas, em unidade divina. Portanto, João 10.30 deve ser entendido como uma declaração de Jesus da sua unicidade de natureza essencial com Deus, isto é, que Ele é essencialmente igual a Deus

2. Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai? (Jo 14.9).

Resposta Apologética:

Encontramos aqui uma reiteração da mesma substância da declaração do versículo 7 deste capítulo: Se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai; e já desde agora o conheceis, e o tendes visto. Ver o Pai não consiste em meramente contemplar a sua presença corporal, mas em conhecê-lo. Fica subentendido que não ver o Pai, na pessoa de Jesus, é o mesmo que não conhecê-lo. O Filho é o único expositor do Pai aos homens (Mt 11.27; Jo 12.44-45; Cl 1.15; Hb 1.3; 1 Tm 6.16). O versículo seguinte destrói completamente os argumentos modalistas: “As palavras que eu vos digo, não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras”. Por ventura se eu orasse: “Senhor, permita que as pessoas te vejam em mim”, iria você pensar que eu e Deus somos a mesma pessoa? Claro que não!. Jesus tampouco estava tentando incutir em Filipe que Ele e o Pai eram a mesma pessoa, mas que tão somente Deus poderia ser visto mais facilmente em Jesus pelas obras realizadas através Dele.

3. E, havendo dito isto, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo (Jo 20.22).

Resposta Apologética:

O Senhor Jesus faz aqui uma doação preliminar do Espírito Santo, que era o símbolo da promessa e a garantia de que seria concretizada a vinda do Espírito Santo, quando o Senhor Jesus fosse glorificado (Jo 7.39). Essa vinda, em seu total poder, não poderia anteceder de forma alguma a ascensão de Jesus e a sua glorificação (Jo 16.7). Porém o Senhor Jesus quis mostrar que essa pessoa divina viria (Jo 14.16-26), por isso concedeu aos seus discípulos algo simbólico do poder que haveriam de receber mais tarde em plena medida (Atos 2).

4. Ora, o Senhor é Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade (2 Co 3.17).

Resposta Apologética:

Neste versículo, a expressão Senhor se refere a Cristo, identificando o Espírito Santo com a mesma natureza e divindade de Jesus, e não que Ele seja a mesma pessoa. Basta observar que no versículo seguinte, o apóstolo separa as pessoas: Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor (2 Co 3.18).

6 - Algumas Provas Bíblicas de Que Jesus Não é o Pai:

Em todo o tempo em que Jesus esteve na terra, o Pai esteve no céu: Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus (Mt 5.16). Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus (Mt 5.48).

Jesus disse que confessaria os homens que O confessassem, diante do Pai: Portanto, qualquer que me confessar diante dos homens, eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus. Mas qualquer que me negar diante dos homens, eu o negarei também diante de meu Pai, que está nos céus (Mt 10.32-33).

O Senhor Jesus Cristo está hoje à destra do Pai: E, ouvindo eles isto, enfureciam-se em seus corações, e rangiam os dentes contra ele. Mas ele, estando cheio do Espírito Santo, fixando os olhos no céu, viu a glória de Deus, e Jesus, que estava à direita de Deus; E disse: Eis que vejo os céus abertos, e o Filho do homem, que está em pé à mão direita de Deus (At 7.54-56).

Deus Pai é Pai de Jesus e não Jesus é Pai de si mesmo: Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor, Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo (Ef 1.3). Graça, misericórdia e paz, da parte de Deus Pai e da do Senhor Jesus Cristo, o Filho do Pai, seja convosco na verdade e amor (2 Jo 3).

Jesus entregou o seu espírito a seu Pai e não a si próprio: E, clamando Jesus com grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E, havendo dito isto, expirou (Lc 23.46).

Jesus conhecia o Pai, mas não era o Pai: Assim como o Pai me conhece a mim, também eu conheço o Pai, e dou a minha vida pelas ovelhas (Jo 10.15).

7 – Algumas Provas Bíblicas de Que o Espírito Santo Não É Jesus:

O Espírito Santo é um outro Consolador, procedente do Pai e do Filho: E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre (Jo 14.16). Mas, quando vier o Consolador, que eu da parte do Pai vos hei de enviar, aquele Espírito de verdade, que procede do Pai, ele testificará de mim (Jo 15.26).

O Filho pode ser blasfemado e o pecador culpado disso encontra perdão. Mas, se o Espírito Santo for blasfemado, essa pessoa não encontra perdão. Isto prova haver duas Pessoas: Portanto, eu vos digo: Todo o pecado e blasfêmia se perdoará aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada aos homens. E, se qualquer disser alguma palavra contra o Filho do homem, ser-lhe-á perdoado; mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste século nem no futuro (Mt 12.31-32).

O Espírito Santo não veio falar de si mesmo ou glorificar a si mesmo, mas sim para glorificar a Jesus: Mas, quando vier aquele, o Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir. Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar (Jo 16.13-14).

A descida do Espírito Santo no dia de Pentecostes foi a prova de que Jesus havia chegado ao céu, onde se assentou à destra de Deus Pai: E isto disse ele do Espírito que haviam de receber os que nele cressem; porque o Espírito Santo ainda não fora dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado (Jo 7.39). De sorte que, exaltado pela destra de Deus, e tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vós agora vedes e ouvis (At 2.33).

Jesus afirmou, mesmo depois da ressurreição, que Ele não era espírito. Portanto, Ele não podia ser nem o Pai (Jo 4.24) nem o Espírito Santo (Jo 14.16-17-26; 15.26;16.7-15), pois esses são seres espirituais: Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; apalpai-me e vede, pois um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho (Lc 24.39).

Distinção muito clara é feita entre as três Pessoas da Trindade: Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizandoas em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo (Mt 28.19). A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo seja com todos vós. Amém (2 Co 13.14).

vi – considerações finais

As igrejas evangélicas unicistas são antitrinitaristas. No entanto, devemos apontar que seu antitrinitarismo não é igual à posição adotada pelos unitaristas (Testemunhas de Jeová). Pois os unicistas não nutrem idéias preconceituosas contra a divindade de Jesus, como é o caso do unitarismo. Ironicamente os unicistas são antitrinitaristas pelo fato de acharem que a divindade é exclusivamente a pessoa de Jesus, não compreende a unidade composta de Deus.

Outra observação que devemos fazer é que os antitrinitaristas, na maioria das vezes, rejeitam a doutrina bíblica da Trindade, por não compreenderem a pluralidade de pessoas na deidade, já que para eles é impossível conceber a pluralidade de pessoas com o monoteísmo de Deuteronômio 6.4. Assim, acreditam eles que a doutrina da Trindade não passa de um triteísmo mascarado, logo politeísmo, contrário ao monoteísmo.

Entendemos a dedicação e os muitos esforços humanos dos unicistas, em especial seu raciocínio para descrever e explicar Aquele que é essencialmente inexplicável ou como dizem os trinitarianos: A doutrina da Trindade é mistério – Verdadeiramente tu és o Deus misterioso, o Deus de Israel, o Salvador (Is 45.17 – Versão Atualizada).

Finalmente, o autor evangélico Robert M. Browman Jr., declara com muita propriedade e profundo senso de responsabilidade: Existe a escolha, portanto, entre crer no Deus verdadeiro conforme Ele se revelou, com mistérios e tudo, ou crer num Deus que é relativamente fácil de ser compreendido, mas que tem pouca semelhança com o Deus verdadeiro, Os trinitários estão dispostos a conviver com um Deus a quem não conseguem compreender plenamente, já que adoramos a Deus conforme Ele se tem revelado.

Dados colhidos do site oficial do Conjunto Voz da Verdade http://www.vozdaverdade.com.br, do ministério Voz da Verdade.

Gnosticismo
Nome derivado do termo grego gnosis (conhecimento), os gnósticos tornaram-se uma seita que defendia a posse de conhecimentos secretos que, segundo eles, tornava-os superiores aos cristãos comuns que não tinham o mesmo privilégio. O movimento surgiu a partir das filosofias pagãs anteriores ao Cristianismo, que floresciam na Babilônia, Egito, Síria e Grécia (Macedônia). Ao combinar filosofia pagã, alguns elementos da Astrologia e mistérios das religiões gregas com as doutrinas apostólicas do Cristianismo, o gnosticismo tornou-se uma forte influência na Igreja.
A premissa básica do gnosticismo é uma cosmovisão dualista. O Supremo Deus Pai emanava do mundo espiritual "bom". A partir dele, procediam sucessivos seres finitos (éons), quando um deles (Sofia) deu à luz a Demiurgo (deus criador), que criou o mundo material "mau", juntamente com todos os elementos orgânicos e inorgânicos que o constituem.
Cristãos gnósticos, como Marcião (160 d. C.) e Valentim, ensinavam que a salvação vem por meio de um desses éons, Cristo, que se esgueirou através dos poderes das trevas para transmitir o conhecimento secreto (gnosis) e libertar os espíritos da luz, cativos no mundo material terreno, para conduzi-los ao mundo espiritual mais elevado. Cristo, embora parecesse ser um homem, nunca assumiu um corpo físico; portanto, não foi sujeito às fraquezas e emoções humanas. Jesus não veio em carne!
Algumas evidências sugerem que uma forma incipiente de gnosticismo surgiu na era apostólica e foi o tema de várias epístolas do Novo testamento no combate a essas heresias (I João; epístolas pastorais). A maior polêmica contra os gnósticos apareceu, entretanto, no período patrístico, com os escritos apologéticos de Irineu (130-200), Tertuliano (160-225) e Hipólito (170-236). O Gnosticismo foi considerado um movimento herético pelos cristãos ortodoxos. Atualmente, é submetido a muita pesquisa, devido às descobertas dos textos de Nag Hammadi, em 1945/46, no Egito. Muitas seitas e grupos ocultistas demonstram alguma influência do antigo Gnosticismo.

(Fonte: Dicionário de Religiões - Ed. Vida)

Elaborado por: Pr. Edivaldo Pereira de Souza

Nenhum comentário:

Postar um comentário