Congregação Cristã no
Brasil enfrenta escândalos e dissidências
Fundada em 1910 a
Igreja Congregação do Brasil ocupava em 2000 o 6º lugar no ranking mundial em
número de membros pentecostais, de acordo com a Pentecostalism Encyclopedia
(Enciclopédia Pentecostal – uma publicação americana que monitora o crescimento
dos pentecostais no mundo), mas hoje a denominação tem passado por um série de
escândalos e dissidências que tem dividido e afastados seus fiéis.
A CCB evita
qualquer tipo de contato com a A.D. Ao se referir a A.D – e também as demais
igrejas evangélicas – a CCB utiliza o termo pejorativo de “primos”. Aos que
decidem frequentar suas congregações, ordena que sejam novamente batizados e se
submetam a regras rígidas de comportamento e de expressão social. Caso seja
pego em prática de adultério, o membro é destituído de suas obrigações na
Igreja e evita-se qualquer tipo de contato com ele – isso porque, segundo eles,
o adultério é um pecado contra o Espírito Santo ao qual não existe
possibilidade de perdão.
Interpretações como
essas e outras mais são um dos motivos do surgimento de inúmeros grupos
dissidentes da Congregação Cristã no Brasil, ainda na década de 50. A primeira
ruptura de que se tem notícia ocorreu no alto escalão da CCB, com a saída do
cooperador Aldo Ferreti que abdicou do seu cargo para fundar a Igreja
Renovadora Cristã.
Nos anos seguintes novos grupos dissidentes
surgiram da CCB, tais como:
Igreja Cristã
Remanescente (fundada em 1967 pelo ancião Nilson Santos, em Telêmaco Borba,
PR);
Congregação Cristã
no Brasil Renovada (fundada em 1991 pelo ancião José Valério, em Goiás);
Congregação Cristã
do Sétimo Dia (fundada em 1993 pelo ancião Luiz Bento Machado, em Santa
Catarina);
Congregação Cristã
Apostólica (fundada em 2001 pelo cooperador Antônio Silvério Pereira, em
Aparecida de Goiás, GO. Surgiu de uma fusão da Congregação Cristã no Brasil com
a Igreja Renovação Cristã);
Congregação Cristã
Moriá (fundada em 2004 por Saulo Corcovado Macedo, em Mairinque, SP);
Além de
dissidências, a CCB se vê às voltas por uma crise que vem se arrastando desde
2000 e que tem causado prejuízos incalculáveis à instituição. De um lado, há os
que argumentam haver um “complô” contra o Conselho, enquanto outros dizem
possuir evidências que comprovariam corrupção, homossexualismo e prostituição
envolvendo o líder máximo da CCB, o ancião e ex – presidente mundial José
Nicolau.
Afastado de sua
função no final de 2000, Nicolau – que teria sido alvo de um processo judicial
movido por Mário e Lúcio – teve sua credencial definitivamente cassada por
ocasião de uma assembléia realizada entre os dias 09 e 13 de abril de 2001,
quando Jorge Couri – até então vice – presidente da CCB – interveio para que
Nicolau fosse de fato expulso da presidência e abrisse caminho para sua posse.
O que de fato ocorreu. Concluído o processo contra José Nicolau, Couri foi
empossado como o novo presidente da Congregação Cristã no Brasil e uma nova batalha
judicial teve início.
Jorge Couri foi
empossado presidente e José Nicolau seguiu impedido de exercer seu ministério.
No entanto, passados alguns dias da posse de Couri, o motorista Sérgio – que
segundo a circular teria se arrependido das acusações – procurou o
ex-presidente para revelar os detalhes da conspiração criada por Couri e
Jeremias Guido. Mesmo após as revelações do motorista, nada foi feito pela
Comissão para reverter o quadro.
Há pelo menos 11
anos Couri segue na direção da CCB e enfrenta acusações de desvio de verbas –
algo em torno de 20 milhões -, acobertamento de anciões e falsidade ideológica.
Juntamente com Jeremias Guido e Sergio Anísio Soares Alves (o motorista), Couri
é alvo de um processo impetrado na 8º Delegacia de São Paulo – IP 343/2008, com
acusações de estelionato e crime contra a honra. Dois anos antes, o comerciante
e membro da CCB de Piedade, José Aparecido da Cruz, foi acusado pelo Ministério
Público de ter desviado R$ 19. 962 00 do setor de assistência social da Igreja.
Casos como esse demonstram que a corrupção saiu do alto escalão da CCB para se
alastrar pelas congregações, havendo até mesmo denúncias de estelionato
envolvendo anciões do Japão e em outros países onde a instituição se faz
presente (algo em torno de 80).
Além de processos
judiciais, Couri também acumulou inimigos dentro e fora da CCB. Grupos
reformistas, como a CCB a Verdade – um site criado por anciões que veicula
denúncias contra o atual presidente e prega o retorno ao “primitivismo
congregacional” – tem deflagrado uma crise sem precedentes dentro da
instituição. Mudanças na liturgia – como a proibição de os membros darem glória
a Deus nos cultos e a forma de coleta da oferta da piedade – também são motivos
de desentendimentos e troca de acusações. Um dossiê completo sobre a crise na
CCB pode ser visto no site ccbverdade.com.br e no Scribd.
Não por acaso, a crise vivida pela CCB ocorre em meio às comemorações do
centenário – algo semelhante acontece na CGADB, com denúncias envolvendo os
líderes da Assembleia de Deus do
Belém, como favorecimento da família Bezerra da Costa e problemas nas contas da
Convenção. Ambas as instituições fazem parte da chamada “onda Pentecostal” (termo
utilizado pela imprensa e estudiosos do pentecostalismo) que demarcaram o
início do Pentecostalismo no Brasil, lá pelos idos do começo do século XXI. Por
triste coincidência, adentraram ao centenário em meio a uma crise sem
precedentes e que promete abrir novas feridas nas duas principais
representantes do pentecostalismo brasileiro – embora, como dissemos, existam
inúmeras diferenças entre a irmandade e os assembleianos. No entanto, este é um
tema para uma futura reflexão.
Com informações INPR Brasil
Pastor
ResponderExcluirMuitissimo obrigada pela visita em nosso BLOG SHOFAR DE DEUS.
O Senhor continue guardando sua vida, família e ministério.
Pra. Ilma Shofar
http://pastorailmashofar.blogspot.com/