IGREJA E DENOMINAÇÃO PORQUE TANTA DIFERENÇA

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

LITURGIA CRISTA


                                Liturgia Cristã 

Culto e adoração são dois elementos fundamentais da liturgia cristã. Posto isso, o que significa cultuar e quem são os verdadeiros adoradores?
a) Paulo declarou que a verdadeira adoração é aquela que se oferece a Deus pelo Espírito, não confiando na carne, mas gloriando-se em Jesus (Fp 3.3).
b) Jesus fez o contraste da verdadeira adoração com o culto judaico, envolvendo sacrifícios e ritos tradicionais.

c) Certa feita, os fariseus e escribas acusaram os discípulos de Jesus de não cumprirem a tradição dos anciãos, e tiveram como resposta a citação de Isaías 29.13: “E ele, respondendo, disse-lhes: Bem profetizou Isaías acerca de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. E em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens”, Mc 7.6-7.

O objetivo fundamental de um culto é tornar Deus real e pessoal. A maneira como uma igreja adora reflete a teologia da comunidade, isto é, do povo da igreja. Quando o culto concentra-se no homem, em vez de Deus, parece que Deus é um mero espectador que acompanha as atividades dos cultuantes.

A adoração significa primordialmente doação a Deus. Qualquer bênção que recebamos tem de ser o resultado dessa autodoação.
a) A excelência musical na igreja tem o seu valor cultural e espiritual, mas pode levar a uma distorção do conceito de aceitação diante de Deus.
b) A adoração a Deus, seja em palavras, seja poética, seja musical, não pode ser dirigida a Deus com vaidade, orgulho e vanglória. Paulo, em 1 Coríntios 1.27-29, falando que os padrões e valores de Deus são diferentes dos aceitos pelo mundo, frisa: “A fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus”.
c) Nossa dificuldade está em perceber a distinção e o equilíbrio entre “emoção e razão”.
d) Como devemos desenvolver a música na igreja? Em primeiro lugar, conscientizados de que adoração é doação, antes de ser prazer pessoal.

Formas litúrgicas de culto e adoração

As formas de expressão de culto a Deus são feitas de acordo com o propósito do culto. Existem várias formas de culto que expressam claramente a finalidade de um culto:
a) A forma carismática: Caracteriza-se por manifestações emocionais, sonoras, visíveis, os quais representam a atitude do adorador.
b) A forma didática: Um exemplo básico é o culto de ensino, o qual concentra a atenção das pessoas no estudo da Palavra de Deus.
c) A forma eucarística: É aquela que valoriza a relação do crente com o memorial do sacrifício de Cristo.
d) A forma kerigmática: A expressão se refere à proclamação. É aquele tipo de culto que evangeliza os pecadores.
e) A forma da koinonia: Diz respeito à comunhão. Tal culto expressa a adoração a Deus pela comunhão fraternal com os nossos irmãos.

Toda igreja local desenvolve atividades eclesiásticas com o fim de fortalecer a igreja, os seus membros. O desenvolvimento da adoração na igreja do Novo Testamento se deu a partir dos modelos assimilados das sinagogas.

Expressões de adoração caracterizam as formas de cultuar, e não medem a realidade ou grande espiritualidade do adorador. Não podemos dogmatizar formas externas de cultuar porque elas podem engessar a liberdade de espírito de manifestação. Os ministros da Igreja devem ter o cuidado de ensinar acerca do equilíbrio entre emoção e espiritualidade, sem bloquear a ação do Espírito Santo.

Dois perigos ameaçam a liturgia da Igreja como forma de cultuar, de adorar a Deus:
a) O formalismo, que engessa a liberdade para adorar;
b) E a espontaneidade sem limite, que encoraja a liberdade, mas despreza toda e qualquer forma.

Culto, adoração e louvor

Ao tratarmos desse assunto, é imprescindível realçarmos a autoridade da Bíblia. Isso porque, ao discutirmos sobre liturgia ou qualquer outra atividade da Igreja, devemos usar a Bíblia como parâmetro para fundamentar o assunto.

Como vamos averiguar se determinada prática é correta ou incorreta? Pela Palavra de Deus. O que deve prevalecer? É o que diz e ensina a Bíblia, nossa regra de fé e conduta. "Sabendo primeiramente isto: uq enenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação; porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo", 2Pd 1.20-21.

Vejamos a conceituação de culto, adoração e louvor:
a) Culto, no grego, é latréia, que aparece 21 vezes no Novo Testamento, e significa literalmente “serviço religioso” (Rm 12.1; Mt 6.24).
b) Adoração, no grego, é proskunein, que originalmente significa “beijar” (Jo 4.23; Ap 4.10).
b) Louvor, do hebraico halal, cuja raiz significa “fazer barulho”.
1- Existe outra palavra aliada no hebraico, que é yada, e se refere a movimentos corporais que exprimem louvor.
2- Outra palavra no hebraico é zamar, que indica “o louvor expresso em cânticos ou instrumentos musicais”.
3- No Novo Testamento, a idéia de louvor é eucaristeo, que significa “agradecer”, e eulogéo, que significa “abençoar ou bendizer”.

Louvor e expressão corporal

A questão mais polêmica sobre esse assunto com certeza é o que diz respeito à expressão corporal no louvor.

O corpo é o instrumento de expressão daquilo que está no espírito do crente. O instrumento imediato da expressão humana começa com a boca, as cordas vocais, o diafragma, o pulmão, o rosto e, em seguida, os braços, as pernas e os pés.

Quanto à questão das danças na Bíblia, devemos observar o seguinte:
a) Os textos que mencionam a dança na Bíblia não o relacionam à liturgia do culto (Êx 32.19; Jz 11.34 e 1Sm 18.6). Eram expressões de alegria em eventos fora dos cultos a Deus.
b) Um caso clássico na Bíblia o qual podemos destacar é a dança de Davi diante da Arca, relatado em 2 Samuel 6.14-16.
c) A dança não foi uma forma adotada na liturgia do Novo Testamento.
d) Quanto às palmas, notemos que:
1- Não há nenhum regulamento bíblico para que se pratique ou não essa forma de expressão corporal, apesar de a realidade ser outra, porque fazemos valer nossas vontades e conceitos do que é certo ou errado;
2- Se a nossa liturgia é livre e espontânea, própria do Movimento Pentecostal, as palmas não devem nos dividir;
3- O que realmente precisamos saber sobre o assunto é que nem no Antigo Testamento e nem no Novo Testamento encontramos qualquer ensino a favor ou contra as palmas.
4- Aliás, não temos no Novo Testamento qualquer forma de liturgia específica, senão o batismo em águas e a Ceia do Senhor.

Que nossa preocupação com as extravagâncias e erros litúrgicos das igrejas neopentecostais não nos levem ao exagero de neutralizarmos as manifestações autênticas do Espírito Santo em nossas igrejas.
 
Extraído do site. CPAD NEWS

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