IGREJA E DENOMINAÇÃO PORQUE TANTA DIFERENÇA

sexta-feira, 26 de julho de 2013

O NATAL E A BÍBLIA


O Natal é bíblico?

G. I. Williamson
evilsanta.jpg (19K) - Papai Noel mostra sua cara
Quero agradecer o Comitê de Educação Cristã por permanecer fiel à tradição Presbiteriana Ortodoxa de respeitar a visão das minorias que estão firmemente arraigadas na história reformada e presbiteriana. Eu então alegremente aproveito-me desse privilégio para expressar-me quanto ao assunto “Natal”.
Raramente se compreende em nossos dias de que houve um tempo em que dias tais como o Natal eram geralmente considerados como desprovidos de qualquer respaldo bíblico. Vejam a declaração cuidadosa de Idzerd Van Dellen e Martin Monsma no livro “Comentário de Ordem na Igreja” (The Church Order Commentary - Zondervan, 1941). Sob o título de "A Posição Original das Igrejas Reformadas quanto a Dias Especiais", eles dizem o seguinte na página 273:
"Durante os primeiros dias da Reforma algumas localidades reformadas observavam só o Domingo. Todos os dias especiais sancionados e reverenciados por Roma foram postos de lado. Tanto Zwinglio como Calvino encorajaram a rejeição de todos os dias festivos eclesiásticos. Em Genebra todos os dias especiais foram descontinuados assim que a Reforma consolidou-se naquela cidade. Já antes da chegada de Calvino em Genebra isso tinha sido feito sob a liderança de Farel e Viret. E Calvino concordou veementemente. Também Knox, o reformador da Escócia, compartilhou destas mesmas convicções, ele que foi um discípulo de Calvino em Genebra. Por conseguinte as igrejas escocesas também proibiram os dias sagrados romanos."
Cristo no Natal
É minha convicção de que somente esta visão só é completamente consistente com a Bíblia e com as Confissões Reformadas. Digo isso pelas seguintes razões:
1. Quando Jesus enviou seus apóstolos, ordenou-lhes que ensinassem os convertidos a observar todas as coisas que Ele tinha mandado (Mateus 28:20). Ele não os autorizou a acrescentar ou subtrair algo daquilo que Ele tinha ordenado. E eu creio que eles executaram fielmente o que Jesus lhes disse que fizessem.
2. É bastante evidente nos escritos apostólicos que não havia nenhum dia tal como o Natal nas igrejas apostólicas. Eles não os tinham pela simples razão de que essa não era uma das coisas que Jesus tinha ordenado.
3. Então, a questão se reduz a isto: os ensinos e práticas dos apóstolos eram suficientes para estabelecer as práticas que o próprio Cristo autorizou para as suas igrejas? A igreja moderna diz “não”, de forma bem evidente. Mas homens como Zwinglio, Knox, e Calvino disseram “sim”. Eu acredito que estes homens estavam certos.
Os prejuízos do Natal
Também é minha convicção que o amplo retorno das igrejas reformadas para o que é, afinal de contas, uma invenção e tradição romanista, não é, em qualquer sentido, verdadeiramente benéfica para a igreja. As pessoas pensam que é. Mas isso não faz com que seja. E aqui eu só desejo mencionar uma consideração importante. O material da escola dominical – mesmo o que é produzido por nossa própria Great Comission Publications (Grande Comissão Publicações) - sofre sob o domínio do que é chamado geralmente de "calendário eclesiástico." Isso significa que a cada ano, no ciclo dos materiais, uma quantia irregular de tempo é gasta repetindo a história do nascimento de Cristo. Espero que nenhum leitor pense por um momento sequer que eu esteja diminuindo a importância do nascimento virginal de Cristo. Não, não mesmo. Certamente desejo que os relatos bíblicos de Mateus e Lucas recebam a devida ênfase. Mas não se trata de “devida ênfase” quando uma pequena porção da história da salvação é aumentada completamente fora de proporção em relação à ênfase que recebe na própria Bíblia. Entretanto, foi isso que aconteceu.
"Também é minha convicção que o amplo retorno das igrejas reformadas para o que é, afinal de contas, uma invenção e tradição romanista, não é, em qualquer sentido, verdadeiramente benéfica para a igreja. As pessoas pensam que é. Mas isso não faz com que seja."
É minha esperança, apesar de provavelmente eu não viver para ver acontecer, que Deus envie uma nova Reforma e até maior do que a que ele enviou no décimo sexto século. Quando isso acontecer, creio eu, a igreja será libertada mais uma vez daquilo que é, no final das contas, nada mais que uma tradição criada pelos homens.
Celebrações Privadas
E agora deixe-me acrescentar um lembrete importante. Não penso que o reformador mais rígido questione o direito de um indivíduo de celebrar o nascimento de Cristo em algum momento – e de maneira piedosa – escolhido por ele. Eu certamente não questiono esse direito. Se você quer trocar presentes, ou ler Lucas 2, ou cantar "Noite Feliz" no dia 25 de dezembro, então eu não tenho nada a discutir com você. Só peço em troca é que você não queira discutir comigo quando eu me posicionar com os grandes reformadores mencionados acima. O que eu questiono não é o seu direito pessoal à liberdade cristã, mas o direito da igreja como corpo – seja no nível denominacional ou congregacional - de designar uma data anual para comemorar o nascimento de Cristo.
Considerando que ninguém sabe em que dia do ano Cristo nasceu, e que Deus não nos contou deliberadamente que dia é esse, ninguém tem o direito de inventar uma data para substituir aquela que Deus não deu. Os papas de Roma, é claro, reivindicaram esta autoridade - foi assim que se chegou ao 25 de dezembro. Mas quanto a mim e a minha casa, nós não podemos em boa consciência submetermo-nos a tais imposições de homens.

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