ÉTICA CRISTÃ
INTRODUÇÃO
ÉTICA pode ser definida como
o estudo crítico da moralidade, e consiste na análise da natureza da
vida do homem, incluindo a verificação dos padrões de certo e de errado pelos
quais sua conduta possa ser guiada ou dirigida. Ou seja, quando estudamos sobre
ÉTICA, imediatamente somos levados a refletir sobre aquilo que nós
pensamos e no reflexo dessas decisões sobre as nossas ATITUDES! Segundo o
entendimento popular seria aquilo que o mundo considera ser o “politicamente
correto” ou de fato, uma atitude “antiética” ou imoral.
Porém, no universo bíblico, a ÉTICA
CRISTÃ verificada ao longo das Escrituras, é na verdade a
representação de um somatório de princípios que formam e dão sentido à vida
cristã diária, e deve ser confirmada na vida do cristão através do seu
testemunho individual perante Deus e os homens.
Enfim, podemos afirmar que a ÉTICA
CRISTÃ é o que cada crente pensa e faz com relação a Deus e ao seu
próximo, exatamente como o próprio Senhor Jesus definiu ao escriba acerca do
Grande mandamento deixado pelo Senhor ao Seu povo em Mc 12:29-31:
Mc 12:29-31 – “Respondeu Jesus: O principal é: Ouve, ó Israel, o Senhor, nosso
Deus, é o único Senhor! 30 Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu
coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força.
31 O segundo é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro
mandamento maior do que estes. “
Comentário de Mc 12:29-31 – Esse texto é maravilhoso, pois
através da sabedoria divina presente em sua encarnação, Jesus nesta situação
soube com profundidade dissecar a Lei dada pelo Senhor a Moisés a tal ponto de
afirmar para aqueles Judeus que o primeiro e o segundo mandamento nunca podem
ser separados um do outro! Ou seja, o Senhor Jesus nos ensinou aqui, que nós
nunca podemos separar a Ética que precisamos viver diante de Deus, ou
seja, o nosso Testemunho, da Ética que precisamos praticar diante dos
nossos semelhantes, pois a Bíblia declara que Deus do Seu alto e sublime Trono,
observa todas as nossas atitudes, e certamente retribuirá aos homens segundo as
suas obras, sejam eles crentes ou não.
Mt 16:27 – “Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai, com os
seus anjos, e, então, retribuirá a cada um conforme as suas
obras.”
Pv 15:3 – “Os olhos do SENHOR estão em todo lugar, contemplando
os maus e os bons.”
2ª Co 5:10 – “Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de
Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio
do corpo.”
Ou seja, o que aprendemos na Palavra de
Deus, é que não existe amor verdadeiro, se antes o homem não estiver em
comunhão profunda com Deus, que na essência é o próprio amor. Por isso, através
da Bíblia aprendemos que só podemos amar de verdade, ou exteriorizar o amor de
Deus para as pessoas à nossa volta, se de fato, estivermos em comunhão real com
o Deus da Bíblia.
1ª Jo 4:7 – “Amados, amemo-nos uns aos outros, porque
o amor procede de Deus; e todo aquele que
ama é nascido de Deus e conhece a Deus.”
1ª Jo 4:8 – “Aquele que não ama não conhece a Deus,
pois Deus é amor.”
1ª Jo 4:12 – “Ninguém jamais viu a Deus; se amarmos uns aos
outros, Deus permanece em nós, e o seu amor é, em nós,
aperfeiçoado.”
1ª Jo 4:16 – “E nós conhecemos e cremos
no amor que Deus tem por nós. Deus é amor, e
aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus,
nele.”
Enfim, se não estivermos em Deus
fatalmente estaremos apoiados em nossa própria sabedoria e estaremos
vivenciando um falso testemunho cristão.
Vejamos algumas verdades bíblicas sobre o amor:
1ª verdade – Só podemos amar de fato a nossos irmãos a quem vemos,
quando amarmos primeiramente a Deus a quem não vemos em espírito e em verdade.
1ª Jo 5:2 – “Nisto conhecemos que amamos os filhos de Deus: quando amamos a
Deus e praticamos os seus mandamentos.”
1ª Jo 4:20 – “Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso;
pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem
não vê.”
2ª verdade – Só podemos amar de verdade, se de fato conhecermos ao verdadeiro
Deus.
1ª Jo 3:11– 20 – “Porque a mensagem que ouvistes desde o princípio é
esta: que nos amemos uns aos outros; 12 não segundo Caim, que era do
Maligno e assassinou a seu irmão; e por que o assassinou? Porque as suas obras
eram más, e as de seu irmão, justas. 13 Irmãos, não vos maravilheis se o
mundo vos odeia. 14 ¶ Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque
amamos os irmãos; aquele que não ama permanece na morte. 15 Todo aquele
que odeia a seu irmão é assassino; ora, vós sabeis que todo assassino não tem a
vida eterna permanente em si. 16 Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a
sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos. 17 Ora, aquele
que possuir recursos deste mundo, e vir a seu irmão padecer necessidade, e
fechar-lhe o seu coração, como pode permanecer nele o amor de Deus?
18 Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de
verdade. 19 E nisto conheceremos que somos da verdade, bem como, perante
ele, tranquilizaremos o nosso coração; 20 pois, se o nosso coração nos acusar,
certamente, Deus é maior do que o nosso coração e conhece todas as coisas.”
Enfim, o AMOR é a condição básica para
o relacionamento de todos aqueles que um dia nasceram de novo, e nos leva a
refletir sobre 2 atitudes relacionadas a falta da ÉTICA CRISTÃ que nós nunca
devemos demonstrar aos nossos semelhantes. Vejamos:
1ª atitude – O ódio – Segundo a Palavra de Deus,
aquele que odeia a seu irmão é assassino, e permanece na morte – 1ª Jo
3:15.
2ª atitude – A Indiferença – Este sentimento nos faz ficar
desinteressados pelas pessoas que convivemos e pelos seus problemas – 1ª
Jo 4:20-21.
Portanto, aqui está a diferença
entre ÉTICA CRISTÃ e ÉTICA CONVENCIONAL apenas como um simples
estudo crítico da moralidade. Precisamos entender que como dinâmica de vida, a
ÉTICA CRISTÃ deve ser manifestada através do conceito ou julgamento que se faz
a respeito de determinados valores que integram o nosso dia-a-dia.
E é sobre estes valores que trataremos
nessa apostila. É nosso desejo, portanto, que ao final desta matéria, nossos
alunos estejam habilitados sobre os seguintes itens:
a. Definir o que é ÉTICA,
particularmente ÉTICA CRISTÃ.
b. Relacionar as bases bíblicas da ÉTICA CRISTÃ dada
neste livro;
c. Enumerar os principais conceitos éticos os quais o
crente deve evitar;
d. Destacar a ÉTICA CRISTÃ nos ensinos
das epístolas do Novo Testamento;
e. Falar das diferentes maneiras de evidenciar a ÉTICA
CRISTÃ no seio da família.
f. Tratar da importância da ÉTICA CRISTÃ nos
deveres sociais e civis do cristão;
g. Mostrar o valor da ética ministerial e as suas
diferentes maneiras de ação;
h. Salientar a importância da ÉTICA CRISTÃ no
culto a Deus.
LIÇÃO 1 - O SIGNIFICADO DE ÉTICA:
Como já citamos anteriormente, ÉTICA pode
ser definida como a análise da natureza da vida humana, incluindo os padrões
do certo e do errado, pelos quais nossa conduta
possa ser guiada e dirigida. Ou seja, em resumo, ÉTICA é na
prática aquilo que o homem pensa e faz em relação a si mesmo ou ao seu meio
social. Quanto à aplicação existem diferentes tipos de ética, entre as quais
destacamos:
1
- Ética imediatista; 2 - Ética da tradição; 3
- Ética hedonista; 4 - Ética naturalista;
5
- Ética relativista; 6 - Ética estética; 7 – ÉTICA CRISTÃ
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TEXTO 1 – DEFINIÇÃO DE ÉTICA
Antes de
definirmos o que vem a ser ÉTICA, precisamos lembrar
que todos nós tomamos diariamente dezenas de decisões, fazemos escolhas,
resolvemos situações e determinamos aquilo que tem a ver com nossa vida
individual; com a vida da empresa onde trabalhamos, com a vida da igreja onde
congregamos, com a vida da nossa família, etc. Por isso, NINGUÉM TOMA DECISÕES
aleatoriamente SEM ESTAR INFLUENCIADO POR ALGUM TIPO DE ÉTICA.
Antigamente pensava-se que era possível
pronunciar-se sobre um determinado assunto de forma inteiramente objetiva, isto
é, isenta de quaisquer preconcepções ou pé-convicções. Hoje, porém, sabe-se que
nem mesmo na área das chamadas “ciências exatas” é possível fazer pesquisa, sem
que haja a influência do que a pessoa é, acredita, deseja, objetiva e vive.
Portanto, todas as decisões que tomamos
são invariavelmente influenciadas pelo horizonte do nosso próprio mundo
individual e social. Podemos verificar essa verdade ao elegermos uma
determinada solução em detrimento de outra, pois sempre que isso acontece, na
verdade acontece, pois tomamos nossas decisões baseados num padrão e num
conjunto de valores do que acreditamos ser certo ou errado. E isso, é
exatamente o que chamamos de Ética.
ÉTICA - É o produto de nossas decisões baseadas num padrão e num
conjunto de valores do que acreditamos ser certo ou errado.
E é justamente aqui que mora o perigo,
pois para que o homem possa tomar decisões acertadas e eticamente cristãs, ele
antes precisa estar em pleno acordo com o que diz a lei de Deus, pois a própria
Bíblia nos garante que ao conhecermos a vontade de Deus para nós, seremos não
só abençoados como também não pecaremos contra Deus:
Sl 119:11 – “Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar contra ti.”
Rm 12:2 – “E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela
renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a
boa, agradável e perfeita vontade de Deus.”
Portanto, ao conhecermos a origem da palavra ÉTICA, veremos que ela vem do
grego “EQIKH”, que significa um hábito, costume ou rito. Contudo, com o
tempo este conceito passou a designar qualquer conjunto de princípios ideais da
conduta humana, e têm sido comumente entendido também como o conjunto de
valores ou padrões pelo qual uma pessoa entende o que seja certo ou
errado.
RESUMINDO: ÉTICA é na prática aquilo que você pensa e faz, e é na
verdade um somatório de princípios que capacitam o homem fazer uma escolha boa
ou má, e ao mesmo tempo transformar essa escolha em uma ação vital, seja para
uma pessoa ou para uma comunidade. Na sua aplicação, a Ética tem ocupação
dupla:
1 – Ocupa-se com as escolhas morais, práticas que o homem faz.
2 – Preocupa-se com os objetivos e princípios ideais, que reconhecemos
estarem impondo exigências sobre nós.
ÉTICA E LIBERDADE - O estudo de ÉTICA repousa sobre a
crença de que o homem é um agente livre e responsável, e como tal, é um ser
livre para tomar a decisão que bem desejar. Ele pode opinar na escolha do seu
trabalho, seu cônjuge, seus amigos, ou tipo de vida que desejar. Por força do
que ele é ele não pode fugir da necessidade de escolher: ele é forçado a ser
livre! Quer o homem queira ou não, ele tem de viver tomando decisões constantes
e inevitáveis!
Porém, as escolhas morais feitas pelo
homem não são simples questões do acaso; e também não são imprevisíveis em sua
grande maioria! A pessoa cujas ações fossem livres neste sentido, não seria uma
pessoa normal, pois ela não teria estabilidade de caráter, já que não haveria
base para confiarmos que suas ações futuras seriam certas ou erradas, boas ou
más.
Precisamos saber que as ESCOLHAS
MORAIS não são, portanto, simplesmente indeterminadas, isto é,
involuntárias. Estas escolhas representam o produto duma espécie de
determinação ou escolha planejada e voluntária.
Portanto, no sentido mais amplo que se
possa imaginar, principalmente nos domínios da ÉTICA, liberdade moral
significa a capacidade de autodeterminação, no sentido de que o homem é livre
para escolher os fins, os alvos, os valores que ele quer buscar, e livre para
aceitar ou rejeitar as exigências do dever.
É importante lembrarmos que tanto
o CRISTÃO como os ÍMPIOS foram dotados por Deus de capacidades
intelectuais e morais para agir livremente segundo o caminho que desejarem. E
isto se reflete visivelmente nas decisões que cada homem em particular toma em
relação à Palavra de Deus, ou seja, no sentido de submeter-se a Ela ou não, já
que Deus respeita o livre-arbítrio do homem em relação às escolhas de suas
obras e também no tocante à salvação, conforme registra o profeta Isaías e o
evangelista Marcos.
Is 1:19 – “Se quiserdes e me ouvirdes, comereis o melhor desta
terra.”
Mc 16:16 – “Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será
condenado.”
Por isso, pensar de forma contrária a
essa realidade bíblica, significa transformar a coroa da criação de Deus que é
o homem, num ser autômato que se comportaria como uma espécie de robô, auto
programado que não pensaria e nem agiria por si mesmo.
LIBERDADE E RESPONSABILIDADE - ÉTICA também pressupõe não apenas
liberdade, mas também responsabilidade, porque liberdade sem
responsabilidade tende a converter-se em libertinagem. Ou seja, ainda que a
libertinagem tenha se transformado num princípio ético nos dias de hoje,
fazendo com que os homens vivam uma vida alheia a vida de Deus, causando a
desestruturação da família e da sociedade e sobretudo, o afastamento de Deus,
ainda assim, isso não representa a proposta de Deus para o homem! O desejo de
Deus é que todos sejam salvos!
Ef 4:15-24 – “Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que
é a cabeça, Cristo, 16 de quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado
pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o
seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor. 17 Isto, portanto,
digo e no Senhor testifico que não mais andeis como também andam os gentios, na
vaidade dos seus próprios pensamentos, 18 obscurecidos de entendimento,
alheios à vida de Deus por causa da ignorância em que vivem, pela dureza do seu
coração, 19 os quais, tendo-se tornado insensíveis, se entregaram à
dissolução para, com avidez, cometerem toda sorte de impureza. 20 Mas não
foi assim que aprendestes a Cristo, 21 se é que, de fato, o tendes ouvido
e nele fostes instruídos, segundo é a verdade em Jesus, 22 no sentido de
que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe
segundo as concupiscências do engano, 23 e vos renoveis no espírito do
vosso entendimento, 24 e vos revistais do novo homem, criado segundo Deus,
em justiça e retidão procedentes da verdade.
1ª Tm 2:4 – “o qual deseja que todos os
homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade.”
Ez 18:23 - “Acaso, tenho eu prazer na morte do perverso? —diz o
SENHOR Deus; não desejo eu, antes, que ele se converta dos seus caminhos e
viva?”
Ez 33:11 – “Dize-lhes: Tão certo como eu vivo, diz o SENHOR Deus, não tenho
prazer na morte do perverso, mas em que o perverso se
converta do seu caminho e viva. Convertei-vos, convertei-vos dos
vossos maus caminhos; pois por que haveis de morrer, ó casa de Israel?”
Enfim, a ÉTICA interessa-se por todas
as decisões, escolhas e avaliações do homem quanto aos valores da vida. Ocupa-se,
por exemplo, com o que o homem pensa a respeito de Deus e da Sua vontade,
a respeito de si mesmo, do seu semelhante e da sociedade como um todo. Do mesmo
modo, a ÉTICA preocupa-se com escolhas e avaliações feitas pela pesquisa da
ciência e da filosofia, na medida em que elas envolvem decisões a respeito do
valor dessas disciplinas, da natureza da motivação que se tem para dedicar-se a
elas e do uso que se vai fazer do conhecimento adquirido.
Concluindo: Ética diz respeito a todas as atividades do homem,
sujeitas a serem louvadas ou criticadas e rejeitadas. Ela se interessa por
todas as formas de comportamento, às quais são relevantes os conceitos de
dever, obrigação e bem. Ela está ligada à escolha dos meios, bem como dos fins.
A Ética pergunta não só: Por que
isto está sendo feito? Mas também: Que benefício esta realização trará a
quem a faz e a quem se destina?
Finalmente a Ética se interessa pelas
formas de comportamento oriundas do hábito, assim como por decisões e escolhas
das mais difíceis.
TEXTO 2 – DIFERENTES TIPOS DE ÉTICA - Quanto à sua
aplicação, a Ética se divide em vários tipos: ÉTICA SOCIAL, ÉTICA
POLÍTICA e ÉTICA RELIGIOSA.
- A
ÉTICA SOCIAL abrange
os princípios que regem o comportamento da família e da sociedade como um
todo.
- A
ÉTICA POLÍTICA fala
dos princípios de condução e administração do bem público, como sejam: o
município, o estado e a federação.
- Já
a ÉTICA RELIGIOSA tem a ver com os princípios que regem o
comportamento espiritual do homem, pertença ele a religião que pertencer,
ou professe ele a crença que professar.
Além destes três tipos de ÉTICA,
existem alguns outros que serão abordados no decorrer deste e do próximo texto,
como também uma análise da ética cristã, que também será tratada num dos
próximos textos, ainda desta lição.
ÉTICA IMEDIATISTA - Este é o estágio do comportamento no
qual a ação parece não ser guiada por nenhum tipo de premeditação. Qualquer
pessoa que esteja neste nível de imediatismo não é um indivíduo ético na
verdadeira acepção da palavra.
Por exemplo: quando um bebê chora ou
ri, a sua ação não é resultado d’alguma decisão interior, mas sim o resultado
imediato de algum estímulo causado por influência da mãe, do pai, dum
irmãozinho ou de outra pessoa que lhe é simpática, que lhe sorriu ou lhe fez
cócegas, ou lhe foi causa de algum desconforto. Portanto, chorar ou sorrir para
um bebê, não constituem ações boas ou más, pelo que não podemos
chamá-las propriamente de ações éticas, pois elas são simples reações a
estímulos, e não podem ser consideradas ações éticas, porque esses tipos de
ações que não envolvem decisões.
Por exemplo: se você fecha os olhos por
que um cisco entrou num deles, você não estará fazendo nada que seja moralmente
bom ou mau; apenas estará simplesmente reagindo a um estímulo do corpo.
ÉTICA DA TRADIÇÃO - Muitas pessoas ao tomarem quase todas
as suas decisões não as tomam somente como um resultado de um esforço da sua
inteligência, ou duma escolha independente, mas optam direta ou indiretamente
por uma decisão que esteja em acordo com algum hábito predominante, ou com o
que a maioria das pessoas está fazendo ou querendo que elas façam. As pessoas
tangidas por este tipo de Ética, nunca perguntam:
“Esta ação é boa ou má? Ou: Esta decisão está certa ou errada?
Ou: É isto o que todos fazem ou querem que eu faça?”
Desta sorte, muitos fatos que passam
por bons, poderiam ser melhores descritos como sendo mero resultado dos
costumes duma sociedade particular. Evidentemente seria uma tolice rejeitar
todos os costumes só porque foram aceitos sem crítica noutros tempos. Sua
aceitação ou rejeição por outros, não deve de modo algum validar ou invalidar
os mandamentos da tradição. No entanto, uma das fraquezas básicas da ação ao
nível de simples hábito, do ponto de vista cristão, é que frequentemente
assuntos muito importantes e assuntos absolutamente sem importância, são
igualmente objetos de hábito.
Por exemplo: Em certos lugares do Brasil é hábito ir-se à igreja aos
domingos. No entanto, para a maioria das pessoas que vão à igreja no domingo,
tornou-se um hábito meramente social, ao invés de significar uma oportunidade
de adoração ao Deus vivo. Como resultado, constatamos que as pessoas que agem
segundo a tradição, acabam não crescendo na Graça e no Conhecimento de Deus,
tudo porque confundem os conceitos de obediência e tradição, e com isso, o
culto a Deus passa a representar uma tradição de família, ao invés de um
importante elemento para a formação da vida cristã plena e abundante em Cristo.
Em
seus ministérios tanto Jesus como o apóstolo Paulo condenaram qualquer tipo de
direção de vida que se submeta as tradições ao invés da sujeição à Palavra de
Deus:
Mc 7:8 – “Negligenciando o mandamento de Deus, guardais
a tradição dos homens. 9 E disse-lhes ainda: Jeitosamente
rejeitais o preceito de Deus para guardardes a vossa própria tradição.
13 invalidando a palavra de Deus pela vossa própria tradição, que vós
mesmos transmitistes; e fazeis muitas outras coisas semelhantes.”
Cl 2:8 – “Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs
sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do
mundo e não segundo Cristo;”
ÉTICA HEDONISTA - Um hedonista é uma pessoa cujo conceito
ético supremo é o prazer. Ela acredita que o valor duma ação é medida pela
quantidade de prazer que ela assegura. Assim, o bem é identificado com
aquilo que dá prazer, e o mal com aquilo que causa dor. Neste particular os
cristãos tendem a confundir a vida cristã com alguma forma de hedonismo.
Conforme disse George W. Forell, “quer
você espere o prazer aqui na terra ou em uma vida futura, se suas ações são
orientadas pelo desejo de prazer e suas tentativas de evitar dor, você é um
hedonista, mesmo que o prazer seja esperado no paraíso e a dor no inferno.”
(Ética da decisão, páginas 46 e 47).
Por conhecer o mal que este conceito
ético conduz no seu bojo, foi que certo servo de Deus orou:
- “Jesus, se te sigo porque tenho medo do inferno, queima-me nas
labaredas do inferno. Se te sigo porque quero entrar no céu, não me permitas
entrar no céu. Agora, se te sigo porque te amo, não me impeças entrar na glória
e lá contemplar para sempre a tua eterna beleza.”
Por isso, a principal característica de
todo hedonismo religioso é que ele destrona o próprio Deus do centro de sua vida
espiritual e faz da felicidade eterna, o seu verdadeiro objetivo de vida.
Com isso, todo o hedonista
consciente ou inconscientemente, passa a enxergar a pessoa do Senhor apenas
como um Ser que existe para viabilizar os meios para a concretização da felicidade
de Seus filhos. Não é assim que muitos fazem com a pessoa do Senhor e com a
Igreja ao afirmarem que vão à Casa do Senhor apenas para buscarem as suas
bênçãos?
Ou seja, milhares de pessoas estão com
este discurso mundo afora, alegando que estão na presença de Deus apenas para
serem abençoadas, mas na prática, buscam apenas a sua própria felicidade,
esquecendo-se que estão deixando para segundo plano o amor a Deus e o amor ao
próximo, que representa o resumo de todos os mandamentos.
Mc 12:30-31 – “Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de
toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força. 31 O
segundo é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior
do que estes.”
Mt 6:31-33 – “Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que
beberemos? Ou: Com que nos vestiremos? 32 Porque os gentios é que procuram
todas estas coisas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas;
33 buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas
estas coisas vos serão acrescentadas.
Infelizmente esse tipo de ÉTICA têm
enganado a muitos crentes que deixam-se conduzir por uma teologia cristã em
grande parte dominada por esse tipo de proposta hedonista religiosa.
TEXTO 3 – DIFERENTES TIPOS DE ÉTICA (Continuação)
ÉTICA NATURALISTA - Segundo a Ética Naturalista o homem é
produto da natureza. Ou seja, este engano acredita que o homem é um produto dum
processo evolutivo. Na prática, este falso conceito ético se apoia na teoria da
evolução das espécies, muito em voga nos dias atuais. Mas o que efetivamente
ensina a TEORIA DA EVOLUÇÃO DAS ESPÉCIES?
Infelizmente essa famosa teoria postula que as espécies que habitaram e habitam
o nosso planeta não foram criadas independentemente por ação divina, mas elas
descendem umas das outras, ou seja, estão ligadas por laços evolutivos. Esta
transformação, denominada evolução das espécies, foi apresentada e explicada
satisfatoriamente por Charles Darwin, no seu tratado “A origem das espécies, em
1859”.
Mas quais são as consequências da Ética naturalista em nossa vida diária?
Algumas, como mostramos a seguir:
1) A rejeição de todos os esforços para proteger os fracos;
estabelecendo-se, portanto, a lei e a justiça do mais forte. Verificamos que
esse falso preceito muitas vezes está inserido nos ambientes de trabalho e até
mesmo nos relacionamentos familiares.
2) O naturalismo argumenta que é mal interferir com a natureza,
encorajando a sobrevivência dos inabilitados que ela quer eliminar. Longe de
elogiar aqueles que cuidam dos doentes, os seguidores da Ética naturalista
condenam a sociedade e aqueles que dispensam dinheiro, tempo e esforço na
preservação dos mais fracos. Esse pensamento é totalmente anti-bíblico, pois a
Palavra de Deus é bem clara:
Tg 4:17 – “Portanto, aquele que sabe que deve fazer o bem e não
o faz nisso está pecando.”
Ec 9:4 – “Para aquele que está entre os vivos há esperança;
porque mais vale um cão vivo do que um leão morto.”
Segundo este conceito ético, somente as
pessoas doentes, cuja recuperação pudesse trazer alguma vantagem para a
sociedade, deveriam receber cuidados médicos. Os outros, especialmente os
velhos, deveriam ser descartados.
3) Recebemos por imposição nas escolas seculares tais ensinos que são
contrários a Deus e a Sua Palavra.
Por isso, dotados deste errôneo
conceito ético os primeiro conquistadores da América do Norte usaram seu
conhecimento do Antigo Testamento para justificar o seu tratamento desumano contra
os índios. Eles se auto identificavam como os Israelitas (o povo santo) e ao
mesmo tempo identificavam os índios com os Cananeus (povos inimigos de Israel),
que segundo a história bíblica foram entregues por Deus para a destruição
completa. Ou seja, utilizando mal o princípio de interpretação e aplicação da
Palavra de Deus, eles geraram uma total destruição usando esse tipo de
“leitura” e “releitura” que fizeram da Bíblia para justificar as suas atitudes.
Da mesma forma fez Adolf Hitler quando ele procurou estabelecer a supremacia
duma super-raça, a raça ariana, onde ele acabou condenando mais de seis milhões
de judeus à morte.
ÉTICA RELATIVISTA - De acordo com a Ética
Relativista o homem é a medida de todos as coisas. Segundo este conceito
ético, uma opinião é tão boa quanto à outra, e cada pessoa deve estabelecer
seus próprios conceitos éticos, que serão verdadeiros para ele mesmo e para
mais ninguém. O “religiosismo moderno” tem lançado mão deste conceito ético e o
tem feito seu aliado, pelo que é comum se ouvir:
“Todas as religiões são boas, desde que exercidas com sinceridade,
ou Todas as religiões conduzem o homem a Deus.”
Noutras palavras: O certo é o que eu considero certo e errado é o que
considero errado!
Neste particular, existem tantas Éticas quantas
são as pessoas, pelo que ninguém deve se atrever julgar qual de todos estes
sistemas seja o mais correto. A afirmação de que o homem é a medida de todas as
coisas, como já vimos, expressa em termos religiosos que não existem verdade ou
falsidade religiosas, e que todas as religiões são igualmente boas quando
professadas sinceramente.
Assim, segundo este preceito, não
importa que alguém creia em Deus, outro em Alá, outro em Buda, outro nos
Orixás. Segundo eles, tudo o que você precisa é apenas uma espécie de crença.
Para os defensores deste conceito, Deus, Alá, Buda ou os Orixás são todos
iguais. Em linguagem popular, isto significa que somos todos iguais, pelo
que iremos para o mesmo lugar mesmo que alguns pensem que é o nirvana,
paraíso, inferno, purgatório ou milênio. Porém a Bíblia é categórica ao afirmar
que somente JESUS é o MEDIADOR entre DEUS e o HOMEM!
1ª Tm 2:5 – “Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e
os homens, Cristo Jesus, homem,”
Hb 8:6 – “Agora, com efeito, obteve Jesus ministério tanto mais
excelente, quanto é ele também Mediador de superior aliança
instituída com base em superiores promessas.”
At 17:31 – “porquanto estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com
justiça, por meio de um varão que destinou e acreditou diante de
todos, ressuscitando-o dentre os mortos.”
1ª Ts 5:9 – “porque Deus não nos destinou para a ira, mas para
alcançar a salvação mediante nosso Senhor Jesus Cristo,”
Pv 16:25 – “Há caminho que parece direito ao homem, mas afinal
são caminhos de morte.”
Ou seja, para os defensores do
relativismo moral não existe “verdade absoluta” nem preceitos “absolutos”. Eles
acreditam que cada homem deve fazer a sua escolha e deve sempre expressar a sua
vontade de forma que nunca venha a atentar para nenhum tipo de padrão de
caráter universal, partindo imediatamente do princípio que as verdades e
diretrizes contidas nas Sagradas Escrituras e que apontam a Bíblia como a única
norma de fé, de prática e de conduta (comportamento), não pode ser entendida como
valores absolutos. Ou seja, eles questionam a autoridade e a validade eterna da
Palavra de Deus.
Nesse
tipo de posicionamento, todas as coisas são relativas, e o certo muitas vezes é
tido como o errado, e o errado outras vezes é tido como o correto. O profeta
Isaías com muita propriedade nos mostra que esse tipo de comportamento traz
para o homem que age e pensa desta forma, uma expectativa de juízo de Deus.
Normalmente, os adeptos dessa prática dizem sempre para justificar os seus erros,
que o que eles fazem “Não tem nada haver”.
Is 5:20-21,24 – “Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal; que fazem da
escuridade luz e da luz, escuridade; põem o amargo por doce e o doce, por
amargo! Ai dos que são sábios a seus próprios olhos e prudentes em seu próprio
conceito! Pelo que, como a língua de fogo consome o restolho, e a erva seca se
desfaz pela chama, assim será a sua raiz como podridão, e a sua flor se
esvaecerá como pó; porquanto rejeitaram a lei do SENHOR dos Exércitos e
desprezaram a palavra do Santo de Israel.”
Enfim, podemos observar traços marcantes do relativismo moral, quando se fala
de:
- culto (para eles, cada pessoa tem o seu deus e acredita no que quiser)
- Bíblia (para eles a Bíblia é válida somente para os cristãos e não
para todas as pessoas)
- Jesus (segundo esta corrente de pensamento, Jesus é apenas mais um
profeta que veio ao mundo, e que segundo eles, não representa a única fonte de
salvação. Daí aquele antigo ditado: “todos os caminhos levam a deus”.)
Enfim, esse pensamento anticristão, ou seja, o relativismo ético está
fundamentado em duas grandes correntes seculares:
1ª corrente – MATERIALISMO FILOSÓFICO – Propaga que a única realidade do
universo é a existência de um mundo físico e material, sendo que nada pode
existir além deles. E isso influenciou a muitas religiões, tais como os
adventistas do Sétimo Dia, que acreditam que quando o homem morre, ele fica
inconsciente, não percebendo o que se passe ao seu redor. Essa falsa doutrina
se chama doutrina do “Aniquilacionismo”, ou “Sono da Alma”. Essa doutrina
ensina que quando os cristãos morrem, eles entram em um estado de existência
inconsciente e que voltarão à consciência somente quando Cristo voltar e
ressuscitá-los para a vida eterna.
2ª corrente – EXISTENCIALISMO –A pessoas que depositam as suas
convicções neste tipo de filosofia de homens, elas passam a viver de forma
independente de Deus, e não levam e consideração a realidade bíblica da
prestação de contas a Deus com relação as nossas obras e a nossa fé. Enfim, a
característica principal destas pessoas é o menosprezo a eternidade e ao
julgamento de Deus.
Ap 20:12 – “Vi também os mortos, os grandes e os pequenos,
postos em pé diante do trono. Então, se abriram livros. Ainda outro livro, o
Livro da Vida, foi aberto. E os mortos foram julgados, segundo as suas obras,
conforme o que se achava escrito nos livros.”
Comentário de Ap 20:12 - O Julgamento do Grande Trono Branco
ocorrerá após o milênio e após Satanás, a Besta e o Falso Profeta serem
lançados ao lago de fogo conforme registra Ap 20:7-10. Portanto, neste
dia, segundo Mt 25:31-46 e Ap 20:12, os
livros das obras serão abertos, e revelarão os feitos de todos os homens, sejam
eles bons ou maus. E diz a Bíblia que nesta mesma ocasião, todas as nações
da terra serão reunidas na presença de Deus, e homens de todas as tribos,
línguas e nações estarão diante do Senhor para um Grande julgamento, onde ali
mesmo, diante do Deus Todo-Poderoso Deus, haverá a separação final entre o povo
de Deus e os servos do Diabo, entre os cabritos, ou seja, aqueles que
rejeitaram a Cristo, das ovelhas, que são os verdadeiros filhos de Deus.
Ou seja, Mateus registrou a mesma
representação espiritual que mais tarde o apóstolo João relataria em sua
experiência de arrebatamento ao 3º céu, onde com muita riqueza de detalhes, ele
descreveu exatamente o que ocorrerá nesse momento:
Ap 20:11-15 – “Vi um grande trono branco e aquele que nele se assenta, de cuja
presença fugiram a terra e o céu, e não se achou lugar para eles. 12 Vi
também os mortos, os grandes e os pequenos, postos em pé diante do trono.
Então, se abriram livros. Ainda outro livro, o Livro da Vida, foi aberto. E os
mortos foram julgados, segundo as suas obras, conforme o que se achava escrito
nos livros. 13 Deu o mar os mortos que nele estavam. A morte e o além
entregaram os mortos que neles havia. E foram julgados, um por um, segundo as
suas obras.
14 Então, a morte e o inferno foram lançados para dentro do lago de
fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo. 15 E, se alguém não foi
achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado para dentro do lago de fogo.
“
Enfim, tanto o
Evangelho de Jesus segundo Mateus como o Livro de Apocalipse, nos chamam a
atenção para um quesito fundamental que fará toda a diferença para cada um dos
servos de Deus naquele Grande Dia: - Os frutos que geramos para Deus enquanto
caminhamos nesta terra!
Ou seja, Deus hoje está nos alertando
para a realidade de vivermos uma vida cristã frutífera e operante, tal como nos
ensinou o apóstolo Tiago em seu discurso sobre fé e obras, onde inspirado pelo
Espírito Santo, Tiago nos ensina claramente que as boas obras são consequências
naturais da nossa fé em Jesus, tal como uma boa árvore que naturalmente
produzirá bons frutos.
Tg 2:14-18 – “Meus irmãos, qual é o proveito, se alguém disser que tem fé, mas não
tiver obras? Pode, acaso, semelhante fé salvá-lo? 15 Se um irmão ou uma
irmã estiverem carecidos de roupa e necessitados do alimento cotidiano,
16 e qualquer dentre vós lhes disser: Ide em paz, aquecei-vos e
fartai-vos, sem, contudo, lhes dar o necessário para o corpo, qual é o proveito
disso? 17 Assim, também a fé, se não tiver obras, por si só está morta.
18 Mas alguém dirá: Tu tens fé, e eu tenho obras; mostra-me essa tua fé
sem as obras, e eu, com as obras, te mostrarei a minha fé. “
Lc 6:43-44 – “Não há árvore boa que dê mau fruto; nem tampouco árvore má que
dê bom fruto. 44 Porquanto cada árvore é conhecida pelo seu próprio fruto.
Porque não se colhem figos de espinheiros, nem dos abrolhos se vindimam uvas. “
Por isso, precisamos compreender que a
base desse julgamento e dessa separação, que o próprio Deus fará entre os
filhos de Deus e os ímpios, estará pautada em DOIS PILARES:
- 1º PILAR – As ovelhas ficarão à direita de Deus!
Segundo a interpretação desse texto, as ovelhas simbolizam todos os crentes que
deram crédito à salvação que há no nome de Jesus! A Bíblia declara que todos os
que confessaram a Cristo Jesus como Senhor e Salvador e guardaram a fé, estarão
com os seus nomes arrolados no Livro da Vida, pois já haviam se decidido por
Cristo, recebendo a vida eterna e o livramento da ira de Deus que é a segunda
morte.
Rm 5:1 – “Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio
de nosso Senhor Jesus Cristo;”
1ª Ts 5:9 – “porque Deus não nos destinou para a ira,
mas para alcançar a salvação mediante nosso Senhor Jesus Cristo,”
Ap 2:11 – “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: O
vencedor de nenhum modo sofrerá dano da segunda morte.”
Jo 3:36 – “Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; o que,
todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele
permanece a ira de Deus.”
2º PILAR – Além da fé em Jesus, Deus também requererá de nós as obras de
justiça, as obras que devem ser praticadas pela fé!
Segundo este critério
divino, serão as obras acompanhadas da fé na Palavra de Deus que servirão mais
uma vez de provas incontestáveis para diferenciar as ovelhas do Senhor, dos
cabritos, ou seja, dos ímpios e dos incrédulos. Enfim, além da nossa fé em
Jesus, Deus também levará em conta a nossa responsabilidade espiritual que
tivemos ao longo da nossa vida cristã em pregar a Palavra de Deus, e também a
preocupação que manifestamos com as necessidades materiais do nosso próximo,
pois diante do Pai, cada um de nós, já foi constituído por Ele, como Seus
atalaias, e também como seus embaixadores nesta terra.
2ª Co 5:18-20 – “Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por
meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, a saber, que Deus
estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as
suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação. De sorte que
somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso
intermédio. Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos reconcilieis com Deus.”
Ez 18:23 – “Acaso, tenho eu prazer na morte do perverso?
—diz o SENHOR Deus; não desejo eu, antes, que ele se converta dos seus caminhos
e viva?”
Ez 3:18-19 – “Quando eu disser ao perverso: Certamente, morrerás, e tu não o
avisares e nada disseres para o advertir do seu mau caminho, para lhe salvar a
vida, esse perverso morrerá na sua iniquidade, mas o seu sangue da tua mão o
requererei. 19 Mas, se avisares o perverso, e ele não se converter da sua
maldade e do seu caminho perverso, ele morrerá na sua iniquidade, mas tu
salvaste a tua alma.”
Portanto amados, quando
Jesus falou aos seus discípulos que existirão pessoas que não experimentarão a
vida eterna, e sim a 2ª morte, é porque além dessas pessoas terem rejeitado a
Cristo como Senhor e Salvador conforme registra Mc 16:16, tais
pessoas também não atentaram para um princípio fundamental do Reino de
Deus: A preocupação com aqueles que foram feitos à imagem e semelhança de
Deus!
Por isso, no decorrer do texto de Mt
25:34-46, Jesus precisou deixar bem claro que além de fazer discípulos de
todas as nações, a Igreja também deverá sempre prestar assistência aos
necessitados, pois quando fazemos o bem ao nosso próximo, na verdade estamos
fazendo o bem diretamente ao Senhor Jesus, o nosso Rei.
Mt 25:44-46 - “Senhor, quando te vimos com fome, e te
demos de comer? ou com sede, e te demos de beber? Quando te vimos forasteiro, e
te acolhemos? ou nu, e te vestimos? Quando te vimos enfermo, ou na prisão, e
fomos visitar-te? E Jesus lhes respondeu: “Em verdade vos digo
que, quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes”.
Tg 4:17 – “Portanto, aquele que sabe que deve fazer o bem e não o
faz nisso está pecando.”
Hb 6:1-2 – “Por isso, pondo de parte os princípios
elementares da doutrina de Cristo, deixemo-nos levar para o que é perfeito, não
lançando, de novo, a base do arrependimento de obras mortas e da fé em Deus, o
ensino de batismos e da imposição de mãos, da ressurreição dos mortos e do
juízo eterno.”
Para essas pessoas, Deus jamais
existiu, outros o veem apenas como um mito (1. Como uma Fábula que relata
a história dos deuses, semideuses e heróis da Antiguidade pagã. 2. Ou como uma
interpretação primitiva e ingênua do mundo e de sua origem. 3. Ou como um coisa
inacreditável. 4. Ou como um enigma. 5. Ou como uma utopia ou como uma Pessoa
ou coisa incompreensível.) que perdeu o seu significado graças ao progresso do
conhecimento humano.
· E como o “existencialismo”
têm interferido na Igreja de Jesus??
A resposta é clara: Pelo fato de não se acreditar mais nas consequências
de nossas obras para a nossa vida espiritual, Certo teólogo escreveu:
“O problema não é simplesmente que o povo está pecando mais e obedecendo
menos. O problema é, antes, que um número crescente de pessoas no mundo, como
também dentro das Igrejas, recusa-se a considerar muitos tipos de comportamento
como pecado. Ou seja, o ser humano, pautado em sua própria razão, decide que
determinado comportamento, ou atitude não é pecado. Isto é, cada pessoa é livre
para decidir sobre o que é ou não errado.
ÉTICA ESTÉTICA - Ética Estética é um princípio que age
através dos sentimentos e emoções humanas, para dar significado à vida e
transformar insignificâncias em beleza. Este conceito é muito usado no
processo de análise de muitos valores do cristianismo da nossa época. Porém,
devemos nos lembrar que o cristianismo pode ser destituído do seu verdadeiro
significado se lhe for dado algum tipo de tratamento estético que substitua a ideia
de serviço e renúncia por amor a Cristo, por qualquer tipo de mensagem que
massageie o ego ou promova somente mudanças externas nas pessoas.
Devemos lembrar que particularmente a
respeito de Cristo, o profeta Isaías 53.2-3 nos diz: “não
tinha aparência nem formosura; olhamo-lo, mas nenhuma beleza havia que nos
agradasse. Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e
que sabe o que é padecer; e como um de quem os homens escondem o rosto, era
desprezado, e dele não fizemos caso.”
Compare esta descrição profética a
respeito de Cristo, com a sua imagem favorita dele, por exemplo: com o
Cristo belo cantado no hino Rosto de Cristo, muito popular no Brasil
e pergunte a você mesmo: - Estarei envolvido numa fuga estética a respeito de
Cristo?
Na maioria dos casos o que queremos
mesmo é uma alternativa diferente! Como disse George W. Forell: “A cristandade
tem sempre estado em perigo de escapar do discipulado do Cristo vivo, para a
adoração de algum salvador bonito.” (Ética da decisão, página 64).
CONCLUSÃO – Poderíamos abordar muitos outros tipos
de Ética; porém, nos limitaremos aos tipos tratados anteriormente, a fim de
entrarmos em seguida na ÉTICA CRISTÃ, estabelecendo as diferenças fundamentais
entre ela e as tratadas até aqui.
TEXTO 4 – A ÉTICA CRISTÃ – Como já foi dito, ÉTICA é o estudo
crítico da moralidade. Porém, ao abordarmos especificamente a ÉTICA CRISTÃ,
vemo-nos na obrigação de particularizá-la, em razão desta se distinguir de
outros tipos de Ética, quanto os seus motivos, meios e fins.
Ou seja, no contexto evangélico,
a ÉTICA CRISTÃ, é um somatório de princípios que formam e dão sentido
à vida cristã normal. É a marca registrada de cada crente. É o que cada
crente é, pensa e faz! Também pode ser Por aquilo que o crente é e faz,
evidencia a sua dependência de Deus e do seu próximo.
Aqui está a fundamental diferença
entre Ética Cristã e Ética como simples estudo crítico da moralidade.
EVIDÊNCIAS DA ÉTICA CISTÃ:
Como um MODELO DE VIDA CONCRETA,
a ÉTICA CRISTÃ apresenta o crente ao mundo de QUATRO FORMAS,
dadas a seguir:
1. UMA PESSOA NASCIDA DE NOVO - Para viver uma vida nova,
torna-se necessário que o homem nasça de novo; nasça do céu, para as coisas do
céu. Falando a Nicodemos, Jesus disse a todos os homens: “Em verdade, em
verdade te digo que se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de
Deus.” (Jo 3.3).
Só o nascimento espiritual na
família de Deus, pode
dotar o homem da natureza divina e capacitá-lo a
viver de forma a agradá-lo. Por isso, quando o homem decide viver para Deus ele
passa também a estar habilitado a viver para o seu próximo, pois a vida que
passa a gozar é tão abundante (Jo 10.10) que dá para comunicá-la aos
outros através das boas obras em Cristo Jesus.
Rm 6:11-14 – “Assim também vós considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos
para Deus, em Cristo Jesus. 12 Não reine, portanto, o pecado em vosso
corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões; 13 nem ofereçais cada
um os membros do seu corpo ao pecado, como instrumentos de iniquidade; mas
oferecei-vos a Deus, como ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros, a
Deus, como instrumentos de justiça. 14 Porque o pecado não terá domínio
sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim da graça. “
Comentário de Rm 6:11-14 – Mas o que significa
verdadeiramente considerar-se morto para o pecado? E como podemos nos livrar
dessa terrível ameaça, já que a sua realidade está sempre diante de nós?
Precisamos entender que assim como
Cristo morreu por cada um de nós levando sobre Si todas as nossas dores,
pecados, enfermidades e maldições, da mesma forma, nós também fomos
batizados com Jesus em Sua morte. Ou seja, quando nos unimos a Deus por meio de
Cristo Jesus nosso único mediador – 1ª Tm 2:5, imediatamente nos
tornamos coparticipantes de Sua morte e também coparticipantes de Sua
ressurreição, pois a Bíblia nos descreve que assim como Jesus venceu tanto a
morte como o pecado, da mesma forma cada um de nós se permanecermos N’Ele, nós
também venceremos, pois lá na cruz do calvário todos os nossos pecados foram
crucificados com Cristo!!
Rm 6:4-7 – “Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para
que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim
também andemos nós em novidade de vida. 5 Porque, se fomos unidos com ele
na semelhança da sua morte, certamente, o seremos também na semelhança da sua
ressurreição, 6 sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho
homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como
escravos; 7 porquanto quem morreu está justificado do pecado.
Portanto, “estar morto para o pecado”
não significa que devemos ignorar a sua existência, pois segundo a Palavra de
Deus, o pecado é tão real quanto a nossa salvação, e por isso mesmo, ele ainda
representa uma ameaça muito grande à vida do crente, que mesmo não sendo mais
deste mundo, ainda convive nesta terra num corpo corruptível, sujeito ao
levante da carne contra o espírito, e até mesmo aos efeitos das tentações, dos
desígnios satânicos, dos desejos e da cobiça que muitos carregam em seus
corações!
Rm 6:12 – “Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, de maneira que
obedeçais às suas paixões;”
Gl 5:17 – “Porque a carne milita contra o Espírito, e o
Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais
o que, porventura, seja do vosso querer.”
Hb 12:1 – “Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão
grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado
que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira
que nos está proposta,”
2ª Co 2:11 – “para que Satanás não alcance vantagem sobre nós, pois não lhe
ignoramos os desígnios.”
Tg 1:14-15 - “Ao contrário, cada um é tentado pela sua
própria cobiça, quando está o atrai e seduz. Então, a cobiça,
depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado,
gera a morte.”
Porém, se permanecermos ligados a
videira, que é Cristo, naturalmente a Bíblia irá se cumprir em nós! O pecado
não terá mais domínio sobre nós, nem tão pouco as condenações e acusações de
Satanás, pois Cristo já nos justificou!
Rm 6:11 – “Assim também vós considerai-vos mortos para o
pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus.”
Rm 5:1 – “Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio
de nosso Senhor Jesus Cristo;”
Enfim amados, ser e agir como nova
criatura é na prática o abandono dos nossos velhos maus hábitos, dos
nossos vícios, e também dos nossos pecados, tal como o apóstolo Paulo orientou
aos Colossenses:
Cl 3:5-11 – “Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena: prostituição,
impureza, paixão lasciva, desejo maligno e a avareza, que é idolatria;
6 por estas coisas é que vem a ira de Deus sobre os filhos da
desobediência. 7 Ora, nessas mesmas coisas andastes vós também, noutro
tempo, quando vivíeis nelas. 8 ¶ Agora, porém, despojai-vos, igualmente, de
tudo isto: ira, indignação, maldade, maledicência, linguagem obscena do vosso
falar. 9 Não mintais uns aos outros, uma vez que vos despistes do
velho homem com os seus feitos 10 e vos revestistes do novo homem que
se refaz para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou;
11 no qual não pode haver grego nem judeu, circuncisão nem incircuncisão,
bárbaro, cita, escravo, livre; porém Cristo é tudo em todos.”
2. SAL DA TERRA – Diante da Palavra de Deus são aqueles que já
experimentaram o novo nascimento e agora vivem de acordo com a vocação divina,
conforme Jesus falou: “Vós sois o sal da terra.” (Mt 5.13).
E o que há de interessante no sal? O
sal tem a propriedade de conservar, equilibrar e dar sabor. Por isso,
como sal da terra, o crente possui a singular responsabilidade de
conservar a sua identidade com Deus, ser um agente de equilíbrio e comunica
sabor ao ambiente onde o império da morte se faz presente e impera. Ou seja,
a salinidade do cristão deve ser percebida através do seu caráter conforme
é descrito nas bem-aventuranças através dos atos e palavras.
Para ter eficácia, o cristão
precisa conservar a sua semelhança com Cristo, assim como o sal deve preservar
a sua salinidade. Se os cristãos forem assimilados pelos não-cristãos,
deixando-se contaminar pelas impurezas do mundo, perderão a sua capacidade de
influência.
3. LUZ DO MUNDO - Em (Mt 5.14), Jesus diz aos seus
seguidores de todos os tempos: “Vós sois a luz do mundo.” A luz brilha e se
opõe às trevas. É exatamente isto o que Deus quer que o cristão faça. O cristão
deve saber que o mundo jamais verá a Deus melhor do que o próprio crente é
capaz de apresentar através de suas atitudes e atos. Por isto Jesus
acrescentou: “Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam
as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.” (Mt 5.16).
É INTERESSANTE QUE EM Mt 5,
após anunciar as bem-aventuranças e os valores do Reino de Deus, Jesus agora
nos apresenta duas comparações que ressaltam bem o princípio
do SER antes do FAZER. Ou seja, para efetivamente transformarmos
este mundo através do amor de Deus em nossos corações, precisamos SER o sal
puro sem mistura, e também SER a luz que deve ficar permanentemente acesa, para
que do alto venha a iluminar mais e mais.
Mt 5:15-16 – “nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire,
mas no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa. 16 Assim
brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas
obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.”
Ou seja, enquanto a função do sal é
principalmente evitar a deterioração, a ilustração da luz deixada por Jesus nos
remete a simples ideia de que o cristão precisa iluminar as trevas. Porém,
existe algo interessante nestes dois elementos citados por Jesus: - O
SAL e a LUZ possuem duas características em comum: - Eles se dão
e se gastam, e isto é o oposto de qualquer conceito Ético religioso concentrado
no ego. Portanto, como sal da terra e como luz do mundo, o crente pode viver um
modelo de vida que além de dar segurança e um real senso de realização,
contribuirá também para que outros se aproximem de Deus e tenham a nova vida
oferecida em Jesus Cristo.
4. TESTEMUNHA DE JESUS CRISTO - A vida frutífera alcançada
através duma comunhão constante com Cristo capacita o crente a partilhar as
imensuráveis riquezas espirituais com aqueles que como ele habitam neste vale
de lágrimas. Por isso, contar aos outros o que Deus fez em seu benefício, é uma
das formas mais saudáveis de manter a bênção recebida. Foi exatamente através
do testemunho da fé e da pregação cristo Centrica que a Igreja primitiva cresceu
e se espalhou pelo mundo, pois afinal de contas foi o próprio Cristo quem nos
fez Suas testemunhas!
At 1:8 – “mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis
minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos
confins da terra.”
Comentário de At 1:8 – Através desse texto, Lucas registra que o
próprio Deus disponibilizaria a Igreja Primitiva o Seu Espírito Santo que após
ser derramado em Pentecostes em formas de línguas como de fogo, capacitaria
definitivamente os discípulos a serem verdadeiras testemunhas de Jesus, a tal
ponto que após serem cheios do Espírito Santo no cenáculo em Jerusalém, o que
parecia impossível de ser feito pelos discípulos, em tão pouco tempo aconteceu:
- A Igreja Primitiva conseguiu em menos de 35 anos, sem nenhum artifício de
tecnologia, conseguiu pregar o Evangelho e alcançar cidades inteiras de
Jerusalém a Roma, capital do Império Romano, para servir de testemunho eterno a
todas as gerações, que nada pode interromper o avanço do Evangelho, exatamente
como o próprio Cristo já havia profetizado em seu diálogo com Pedro em Mt
16:18:
Mt 16:18 – “Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra
edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.”
Portanto, no Livro de Atos podemos identificar que a pregação do
Evangelho de fato começou em Jerusalém, a metrópole da nação de
Israel através dos apóstolos do Cordeiro, principalmente através dos
apóstolos Pedro e João, e também através de um dos sete diáconos da Igreja
Primitiva, chamado Estevão, o 1º mártir da Igreja, que por testemunharem unidos
a favor do Evangelho, serviram como importantes instrumentos para a
evangelização dos Judeus após o dia de pentecostes e o derramamento do Espírito
Santo.
Enfim, a Igreja prosseguiu pregando o Evangelho, e por isso, a Palavra
de Deus pôde chegar a regiões distantes, tais como à Samaria pelas mãos de
Filipe, à região de Antioquia (Uma província romana da Galácia) por
intermédio de Paulo e Barnabé (At 11:22; At 13:14), e por
fim, chegou até Roma, capital do Império Romano, onde a Bíblia relata que o
apóstolo Paulo esteve pregando o Reino de Deus sem impedimento algum (At
28:23-31), e por isso mesmo, foi perseguido e preso numa casa em Roma, onde
aguardou a sua morte (2ª Tm 1.16-17 / 2ª Tm 4:6-8).
Enfim, isso é ser testemunhas de Jesus!
DEMONTRAÇÃO DA ÉTICA CRISTÃ
Há determinadas coisas que não se
consegue esconder por muito tempo, entre as quais destacaríamos: a
sabedoria e a tolice, a riqueza e a pobreza, a beleza e a feiura. No domínio
das coisas espirituais também, há duas coisas que não se consegue esconder por
muito tempo: uma vida de retidão ou de hipocrisia. Assim como não se
esconde uma cidade edificada sobre um monte (Mt 5.14), também é
impossível se esconder por muito tempo às virtudes duma vida de comunhão com
Deus.
A ÉTICA CRISTÃ é uma norma de vida
a ser vivida por aqueles que encontram vida abundante em Cristo, e como tal,
deve ser demonstrada através duma contínua comunhão com Deus, de cooperação com
o próximo e com a sociedade dum modo geral.
Lição 2 - BASES DA ÉTICA CRISTÃ - Como um princípio de
vida definido, a ÉTICA CRISTÃ repousa sobre bases igualmente definidas,
como sejam: o decálogo, os profetas e sábios do Antigo Testamento, as
doutrinas do homem e do pecado, à vontade de Deus, Jesus e o reino de Deus.
Muitas outras bases sobre as quais repousam a ÉTICA CRISTÃ poderiam ser
mencionadas aqui, porém, para evitar a saturação, decidimos tratar apenas desta
que o aluno encontrará ao longo desta lição.
O DECÁLOGO ou os DEZ
MANDAMENTOS formam o primeiro tratado Ético, dado pelo Senhor com o
propósito de regular o comportamento humano no cumprimento de seus deveres para
com Deus, para com o próximo e para consigo mesmo. As doutrinas do homem e do
pecado tratam daquilo que o homem foi, é, e poderá ser desde que se
conscientize do propósito de Deus para a sua vida, a despeito da sua aderência
voluntária ao pecado.
Por sua vez, à vontade de Deus revelada
através das Escrituras, da obra do Espírito Santo no homem e das obras que a
mão Divina realizou. Por isso, todos esses fatos servem de direcionamento para
o homem, uma vez que o homem abandone o pecado e descubra que em fazer a
vontade divina ele conquistará uma vida muito mais abundante e proveitosa. Por
fim, na pessoa de Jesus Cristo e sua relação com o Reino de Deus, encontramos a
bússola que nos orientará como é possível viver uma vida cristã com padrões
espirituais, morais e sociais muito acima dos princípios impostos pela
sociedade moderna.
TEXTO 1 – O DECÁLOGO, OS PROFETAS E OS SÁBIOS - Como um princípio de
vida definido, a Ética Cristã repousa sobre bases espirituais igualmente
definidas:
O DECÁLOGO - Os Dez Mandamentos, conhecidos também
por Decálogo dados por Deus a Moisés no Monte Sinai (Ex 20),
formam o primeiro tratado Ético dado pelo Senhor Deus com o propósito de reger
o comportamento do homem. Como tal, o Decálogo estabelece os deveres do homem
para com Deus, para consigo mesmo e para o seu próximo. Mas qual foi a
importância dos dez mandamentos para Israel?
Como sabemos, após serem livres do
Egito e do domínio de Faraó, o povo de Deus necessitava de uma REVELAÇÃO DE
DEUS para orientá-los quanto à conduta e também quanto ao culto
em Israel. Sendo assim, a Lei serviria para convencer o povo sobre a realidade
do pecado, e por isso, mesmo, quando fossem convencidos do pecado, Deus
precisou também estabelecer os sacrifícios, como mecanismos espirituais de
purificação do povo. E assim, com a Lei, e com os sacrifícios, Deus então
estabeleceu na Velha Aliança o culto a Deus, composto de dois elementos
essenciais: “O TABERNÁCULO” e a figura do “SACERDOTE”.
E foi
então que Deus deu a Moisés a constituição de Israel, contendo a expressão decupla
da vontade de Deus, que foi gravada em pedra. E sobre o que tratavam estes
mandamentos?
- O PROPÓSITO DOS MANDAMENTOS – Gl 3:19 – “Qual, pois,
a razão de ser da lei? Foi adicionada por causa das transgressões, até que
viesse o descendente a quem se fez a promessa, e foi promulgada por meio de
anjos, pela mão de um mediador. “
Comentário de Gl 3:19 – Esse texto nos esclarece que
além de indicar para o homem a sua real condição espiritual diante de Deus, ou
seja, a sua natureza pecaminosa, a LEI também forneceu ao homem uma espécie de
código de comportamentos ou um código de Ética, delimitando para o homem a
extensão de suas ações e reações. Só para que possamos compreender melhor a
preocupação do Senhor com o Seu povo, podemos identificar o conteúdo da LEI em
três grandes verdades:
- 1ª Forma – A Lei Civil – Tinha por finalidade regular a sociedade
civil do Estado Teocrático de Israel. Estas Leis podem ser notadas de Êx
21 a Êx 23, e tratam da lei acerca dos servos, da
violência, do direito à propriedade, do testemunho falso e da injúria.
- 2ª Forma – A Lei Religiosa ou Cerimonial – Esta Lei representa a
conduta que Israel precisaria adotar para cultuar e sacrificar a Deus, e está
presente no Livro de Levítico, que trata das leis referentes aos Levitas e ao
seu Serviço. Na prática eram Leis que falavam: de ofertas (Lv 1-7), da
purificação (Lv 11-22), das ofertas (Lv 23-24) e da terra (Lv
25-27).
- 3ª Forma – Lei Moral – Definia os deveres morais dos filhos de Israel
acerca do consumo de alimentos (Lv 11), da purificação dos corpos (Lv
12 a 14:32), dos lares santos (Lv 14:33-57), dos costumes santos (Lv
15) e da santidade perpétua ao Senhor (Lv 16).
Enfim, através do Decálogo, Deus
reivindica exclusivamente para Si, o título de Soberano sobre a vida dos
homens, e condena a idolatria, assim como a necessidade moral do homem de
guardar um dia de descanso semanal. Ele também fala da necessidade do filho
honrar a seus pais e fala da preservação da vida. Da mesma forma, trata da
integridade física do nosso próximo, repudia a impureza sexual e o roubo
(Ex 20.11-15) e ainda adverte acerca do falso testemunho e contra a
cobiça (Ex 20.16-17).
A despeito de Deus haver abolido a
maldição da Lei através da obra que Cristo efetuou na cruz do Calvário, a Lei
continua como um princípio de vida que deve ser observado pelo homem do nosso
século; pois, moralmente, diante do Tribunal de Cristo, todos os crentes serão
julgados segundo a Lei.
2ª Co 5:10 – “Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo,
para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do
corpo.”
1ª Co 3:13-15 – “manifesta se tornará a obra de cada um; pois o
Dia a demonstrará, porque está sendo revelada pelo fogo; e qual seja a obra de
cada um o próprio fogo o provará. 14 Se permanecer a obra de alguém que
sobre o fundamento edificou, esse receberá galardão; 15 se a obra de
alguém se queimar, sofrerá ele dano; mas esse mesmo será salvo, todavia, como
que através do fogo.”
Rm 14:10 – “10 Tu, porém, por que julgas teu irmão? E tu, por que
desprezas o teu? Pois todos compareceremos perante o tribunal de Deus.”
OS PROFETAS - Aos profetas, de modo especial, coube a
responsabilidade de interpretar e popularizar o ensino da Lei. Neste
particular, os profetas eram uma espécie de vigilantes e promotores do
desenvolvimento espiritual e social da nação. Na qualidade de mensageiros da
vontade divina, confirmavam a fé dos humildes e tementes a Deus, condenavam a autossuficiência
dos arrogantes, e elevavam a fidelidade e justiça divina acima de todo e qualquer
padrão humano.
Portanto, o PROFETISMO ou o MINISTÉRIO
PROFÉTICO em Israel surgiu na verdade a 800 a.C. em Israel, e tinha objetivos
específicos previamente designados pelo Senhor, como por
exemplo: restaurar o culto monoteísta ao Senhor Jeová, combater a
idolatria, denunciar as injustiças sociais, proclamar o Dia do Senhor,
reacender a esperança no Messias e promover a justiça. E historicamente
falando, a Bíblia nos fala que todos esses compromissos dos profetas com o
Senhor, foram sendo não só preservados, mas também divulgados e ensinados pelo
profeta Samuel quando pela vontade divina, Samuel fundou a Escola de Profetas.
Mas o que representava essa instituição? A ESCOLA DE PROFETAS tinha como metas
transmitir a alguns do povo, ensinos sobre o Deus de Israel, sobre a história
de Israel, sobre as Leis, letras e músicas do povo do Senhor – 1º Sm
19:18-20; 2º Rs 2:3.
Enfim, os profetas de Deus como “bocas
de Deus na terra”, inicialmente tinham espaço na sociedade e na política,
servindo aos reis após o estabelecimento da monarquia em Israel, como
verdadeiros conselheiros.
Um exemplo de profeta é o profeta Jeremias (Jr 1:4-6,9-14).
Jr 1:4-6,9-14 – Comentário – Essas palavras são
maravilhosas, pois com cerca de 24 anos, a Bíblia registra que Jeremias iniciou
o seu ministério. Como profeta, Jeremias iniciou o seu ministério no reinado de
Jeoaquim, e profetizou até a queda de Jerusalém. O seu chamado divino é tido
como um dos mais detalhados da Bíblia para os profetas, ficando atrás somente
do chamado de Isaías. A profundidade de seu ministério se dá no “teor” de suas
palavras inspiradas por Deus, pois o profeta havia sido escolhido antes mesmo
de nascer, e o próprio Deus que o havia escolhido, foi o Deu que também
determinou que Jeremias pregasse às nações e aos reinos.
Na prática, Jeremias deveria profetizar
para Judá e para as demais nações. Um fato interessante, é que seria dado a
Jeremias o conhecimento de que seria do NORTE que o mal seria derramado sobre
os habitantes da terra. Ou seja, em Jr 20:4 Jeremias
identifica o inimigo como sendo a Babilônia, e que por vontade divina, haveria
um cerco a Jerusalém e a todas as cidades do Reino do Sul (Judá), pois
biblicamente falando, tanto Judá, como o Reino do Norte, falharam na missão de
guardar-se do mal. A Bíblia diz que nesse tempo, os líderes levaram as nações
ao desastre e por isso, o povo seria exilado. Porém, o mesmo Deus que
permitiria o cativeiro, seria também o Senhor que traria um remanescente do
cativeiro, e futuramente, derrotaria os inimigos do Seu povo – Jr
30:18; Jr 31:6; Jr 30:16.
OS SÁBIOS - Como os profetas, os sábios, mais
precisamente Jó, Davi e Salomão, a Bíblia nos mostra que eles tiveram um papel
específico e decisivo na forma da Ética Cristã. Por exemplo: com o patriarca Jó
aprendemos o quanto o homem pode sofrer e ainda assim não se afastar do seu
redentor que vive (Jó 19.25). Com Davi, através de seus salmos, proféticos ou
não, aprendemos que a despeito das nossas naturais limitações, Deus é Senhor do
universo e vela por nós (Sl 121). Com Salomão, através dos seus provérbios
imortais e do seu Eclesiastes, aprendemos que a verdadeira sabedoria tem a sua
fonte em Deus e que qualquer tipo de vida ou ocupação descentralizada de Deus é
pura vaidade.
O apóstolo Paulo escreveu que tudo
quanto antes foi escrito, para o nosso ensino foi escrito, a fim de que pela
paciência, e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança (Rm 15.4).
Evidentemente isto fala do Antigo Testamento, que junto com o Novo formam a
Bíblia Sagrada, tão atual quanto o jornal de amanhã. Portanto, reflitamos sobre
os escritos dos sábios e a atualidade dos profetas, como a revelação da vontade
de Deus para a nossa vida hoje, pois Jesus reconhecia estas verdades!
A Bíblia nos fala que Jesus após a
sua ressurreição apareceu subitamente a seus discípulos, para lhes abrir o
entendimento com respeito ao que as Escrituras profetizavam a Seu respeito, ou
seja, a respeito da vida e ministério que Jesus desenvolveria como “Deus
encarnado” entre os homens. Por isso, em Lc 24:44-46, o próprio
Jesus relaciona a Sua manifestação pública a todas as profecias contidas
na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos Messiânicos – Sl:
2,16,22,40,45,72,110,118. Ou seja, o ministério terreno de Jesus representava
na verdade, uma grande prova do compromisso que o próprio Deus possuía de fazer
cumprir a Sua Palavra, através daquilo que já havia sido compartilhado com
Israel, através da boca de Seus profetas e homens santos do A.T.
LEMBRE-SE DISSO: O autêntico ministério profético, é aquele que está
subordinado à Palavra de Deus, bem como aquele que reconhece como inspirados,
os escritos dos homens de Deus do passado, ou seja, no que se refere o tempo da
Lei. Precisamos entender que Deus vela para que a Sua Palavra se cumpra – Jr
1:12.
A
esse respeito, Jesus, bem como os apóstolos, especialmente o apóstolo
Pedro, deram prova de que não somente conheciam a Lei, os Profetas e os
Salmos, como também sabiam aplicá-los corretamente aos contextos sociais,
espirituais e morais em que viviam. Por exemplo:
- EXEMPLO DE JESUS – A fim de promover a fé e o
entendimento sobre a ressurreição e Jesus como parte do plano de redenção do
homem, Jesus falou a dois de seus seguidores à caminho de Emaús, que mesmo
reconhecendo o Seu ministério terreno, como um ministério autêntico e
verdadeiro, isso apenas não bastava! Ainda que reconhecessem a Cristo como
“varão profeta, poderoso em palavras e obras, diante de Deus e de todo o povo”,
isso não bastou para que seus discípulos ficassem incrédulos quanto ao
cumprimento da promessa de ressurreição de Jesus – Lc 24:19,25.
Por isso, Jesus precisou lembrá-los de
todas as coisas profetizadas a Seu respeito, e para isso, Jesus viajou na
Palavra de Deus, começando por Moisés e indo até os profetas –Lc 24:27.
Ou seja, nesse momento de relembrar as profecias a Seu próprio respeito,
certamente o Filho de Deus citou o Sl 16, Sl 100 e Is
53. Por exemplo, somente no Livro do Profeta Isaías, Jesus poderia citar
pelo menos 10 profecias que referiam-se a Ele mesmo, e que certamente se
cumpririam. Vejamos:
- Is 53:1,3 – Jesus seria amplamente rejeitado, e seria
tido como um homem de dores, e as pessoas esconderiam os seus rostos d’Ele.
- Is 52:14;I s 53:2 – Jesus ficaria desfigurado pelo
sofrimento, a ponto de ficar desfigurado e sem formosura.
- Is 53:7-8 – Jesus aceitaria sofrer e morrer
voluntariamente em prol dos pecadores, a ponto de Isaías registrar que Ele
seria ferido pela transgressão do Seu povo.
- Is 52:15; 1ª Pe 1:18-19 – Jesus faria a remissão dos
pecados dos homens, pelo poder de seu sangue, e para isso, Ele seria entregue,
e posteriormente ao seu sofrimento e morte de cruz, Ele ressuscitaria para a
justificar aos seus escolhidos.
- Is 53:4-5; 1ª Pe 2:24-25 – Jesus levou sobre Si a
aflição causada pelos pecados dos homens.
- Is 53:6 – Os nossos pecados forram os responsáveis
pela morte de Jesus.
- Is 53:12 – Jesus morreria para fazer a propiciação e
o único e perfeito sacrifício em favor da humanidade, a fim de que a ira de
Deus fosse aplacada. E assim, tornou-se o nosso Grande e ÚNICO Mediador entre
Deus e nós – 1ª Tm 2:5; Hb 9:15.
- Is 53:9 – Jesus seria sepultado num sepulcro de um
rico. Isso se cumpriu através de José de Arimatéia, a quem colocou o corpo de
Jesus em um sepulcro novo que lhe pertencia – Jo 19:38-42.
- Is 53:10-11 - Jesus salvaria todos
aqueles que acreditassem na eficácia de seu sacrifício.
- Is 52:13; Fp 2:9-11 – Jesus seria engrandecido e
elevado.
AS DOUTRINAS DO HOMEM E DO PECADO
Como aquilo que o
homem faz está inevitavelmente relacionado com aquilo que ele é, e aquilo que
ele é, d’alguma maneira está relacionado àquilo que ele foi, para melhor
compreender a real vocação do homem desde o princípio da criação, necessário se
faz estudarmos, ainda que limitadamente, as doutrinas do homem e do pecado.
A DOUTRINA DO HOMEM
A Bíblia nos apresenta um duplo relato da origem do homem (Gn 1.26-27) e
(Gn 2.7). Partindo destes textos, conclui-se que:
a. A criação do homem foi precedida por um solene conselho divino;
b. A criação do homem foi um ato imediato de Deus;
c. O homem foi criado segundo um tipo divino;
d. os elementos da natureza humana (espírito, alma e corpo) se
distinguem;
e. O homem foi criado coroa da criação de Deus.
Quanto à sua natureza, o homem é um ser
dotado de três elementos distintos, os quais são:
1. Espírito - O espírito é o âmago e a fonte da vida humana; é um
tipo de alma desencarnada, ou um espírito humano que recebe expressão mediante
o corpo. Ele está na parte interior da natureza do homem, e é capaz de
renovação e desenvolvimento.
Jó 32:8 – “Na verdade,
há um espírito no homem, e o sopro do Todo-Poderoso o
faz sábio.”
Pv 16:2 – “Todos os caminhos do homem são puros aos seus
olhos, mas o SENHOR pesa o espírito.”
Pv 20:27 – “O espírito do homem é a
lâmpada do SENHOR, a qual esquadrinha todo o mais
íntimo do corpo.”
O espírito é a sede da imagem de Deus
no homem, imagem perdida na queda, mas que pode ser restabelecida por Jesus
Cristo (Cl 3.10; 1ª Co 15.49; 2ª Co 3.18).
2. Alma - A alma é uma entidade espiritual, incorpórea, que pode
existir dentro de um corpo ou fora d’ele. A alma sobrevive à morte porque o
espírito, a dota dessa capacidade. Por isso alma e espírito são inseparáveis.
John D. Davis define a alma como sendo
uma entidade espiritual, incorpórea ou imaterial, que pode existir dentro de um
corpo, ou fora dele. A alma é um espírito que habita um corpo, ou nele tem
estado, como as almas dos que tinham sido mortos, por causa da palavra de Deus
e pelo testemunho de Jesus Cristo (Ap 6.9). (DICIONÁRIO DA BÍBLIA). A alma é
aquele princípio inteligente e vivificante que anima o corpo humano, usando os
sentidos físicos como seus agentes na exploração das coisas materiais, e os
órgãos do corpo para se expressar e comunicar-se com o mundo exterior.
Originalmente, a alma veio a existir, em resultado do sopro sobrenatural de
Deus. Podemos descrevê-la, como espiritual e vivente, porque opera por meio do
corpo. No entanto, não devemos crer que a alma seja parte de Deus,
pois a alma peca. É mais correto dizer que é dom e obra de Deus (Zc 12.1).
Devem-se notar quatro distinções:
1. A alma distingue a vida humana e a vida dos
irracionais das coisas inanimadas e, também, da
vida inconsciente, como a vegetal (poderíamos dizer que as plantas
têm alma – no sentido de um princípio de vida), mas não é uma alma consciente.
2. A alma do homem o distingue dos irracionais. Estes
possuem alma, mas é alma terrena, que vive somente enquanto durar o corpo (Ec
3.21). A alma do homem é de qualidade diferente, sendo vivificada pelo espírito
humano. Como “toda a carne não é a mesma carne”, assim sucede com a alma;
existe alma humana e existe alma dos irracionais.
3. A alma distingue um homem de outro e, dessa
maneira, forma a base da individualidade. A palavra “alma” é, portanto, usada,
frequentemente, no sentido de “pessoa”. Em Ex 1.5, “setenta almas” significa
“setenta pessoas”. Em Rm 13.1, “cada alma” significa “cada pessoa”. Atualmente
dizemos: “Não havia nem uma alma presente”, referindo-se às pessoas.
4. A alma distingue o homem, não somente das ordens
inferiores, mas, também, das ordens superiores dos anjos, porque estes não têm
corpos semelhantes aos dos homens. O homem tornou-se um “ser vivente”, quer
dizer, a alma enche um corpo terreno sujeito às condições terrenas. Os anjos
são descritos como espíritos (Hb 1.14), porque não estão sujeitos às condições
ou limitações materiais. Por essa mesma razão, se descreve Deus como
“Espírito”. Mas os anjos são espíritos criados e finitos, enquanto Deus é o
Espírito incriado; isto é, auto existente, eterno e infinito.
3. Corpo - O corpo é o instrumento, o tabernáculo, a oficina do
espírito. Ele é o meio através do qual o espírito se manifesta e age no mundo
material. O corpo é o órgão dos sentidos e o laço que une o espírito ao
universo material.
Enfim, o conhecimento do homem
como sendo espírito, alma e corpo, é resultado da revelação progressiva de
Deus, no NT. O apóstolo Paulo foi o primeiro dos escritores do NT a
escrever: “O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso
espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de
nosso Senhor Jesus Cristo.” (1ª Ts 5.23).
Escreve Scofield: “Sendo o
homem espírito, é capaz de ter conhecimento de Deus e comunhão com Ele;
sendo alma, ele tem conhecimento de si próprio; sendo corpo, tem,
através dos sentidos, conhecimento do mundo”. O corpo é o tabernáculo da alma;
a alma, a sede da personalidade; e o espírito, o canal de comunhão com Deus.
IMAGEM E SEMELHANÇA DE DEUS - Deus fez o homem à Sua imagem e
semelhança. O termo imagem de Deus referente ao homem inclui tanto os
dons naturais como qualidades designadas como justiça original. O homem também
foi formado semelhança de Deus; semelhança natural e moral. Além disto, o
homem se assemelha a Deus ainda nos seguintes aspectos:
a. Semelhança Triuna à 1ª Ts 5.23
b. Semelhança que inclui a imagem pessoal, pois também Deus como o homem possui
personalidade à Ex 3.13-14
c. Semelhança envolvendo existência interminável, como
a que Deus dotou o
homem à Mt 25.46
Porém o homem caiu e toda a imagem de
Deus n’ele ficou deformada e cativa ao pecado, só podendo ser restaurada quando
o homem reconhece o seu pecado, confessa a Jesus e O aceita como Senhor e
Salvador.
A DOUTRINA DO PECADO
O pecado entrou no mundo pela decisão voluntária de nossos primeiros
pais, Adão e Eva. Por
terem dado ouvido às insinuações do tentador através da serpente,
eles não somente tornaram-se pecadores, mas, mais do que isso:
tornaram-se servos do pecado (Rm 5.12, 18-19). A partir
daí a condição em que nasce cada pessoa, é definida na teologia
como pecado original, assim chamado porque é derivado de Adão.
O pecado é uma classe específica de
mal, tem um caráter absoluto e sempre se relaciona com Deus e sua vontade. O
pecado inclui tanto a natureza corrompida herdada de Adão, quanto à corrupção.
Há o pecado original, mas também há o pecado atuante, como prática diária na
vida do homem sem Deus. Há perfeito relacionamento entre ambos. O pecado
original é a madre onde o pecado do dia-a-dia do homem é gerado e donde vem à
luz. Os pecados atuais são aquelas ações externas executadas por meio do corpo,
e que são divididos em diferentes classes como sugere o apóstolo Paulo em Gl
5:19-21.
A despeito de tudo isto, Adão teve
a oportunidade de não cair no pecado, porém, caiu, frustrando temporariamente o
plano de Deus para com a humanidade; enquanto isto, ao homem de hoje em dia, é
dada à oportunidade de não continuar no estado de queda, bastando para isto se
voltar para Jesus e segui-lo em busca da estatura de varão perfeito. Vale
ressaltar, porém, que o simples fato de Deus querer que isto aconteça, não é o
bastante! O homem precisa querer também, pois neste particular, o homem é um
agente livre tanto para abandonar o pecado quanto para continuar N’ele.
A VONTADE DE DEUS
De forma aplicada, à vontade de Deus se mostra pelo menos em dois
aspectos distintos: vontade diretiva e vontade permissiva, estudada a seguir.
1. Vontade Diretiva de Deus - Por vontade diretiva de Deus,
entendemos a capacidade ou atributo divino de por si mesmo, escolher o melhor
para os seus e para suas criaturas dum modo geral. Este tipo de vontade é que
leva Deus à ação, independente de qualquer lei conhecida pelo homem, ou por
qualquer tipo de coação. Esta vontade divina pode ser vista na disposição de
Deus em amar, salvar, santificar o crente e em prover as necessidades de todos
os homens. É por isto que Ele faz nascer o sol sobre maus e bons, e vir
chuvas sobre justos e injustos (Mt 5.45; Ec 9:2).
2. Vontade Permissiva de Deus - Por vontade permissiva de Deus
entendemos outro tipo de vontade, também atributo divino, mas que é traduzido
em ação por circunstâncias, independente de interesses revelados de Deus (Lc
11.5-8). Um dos exemplos clássicos, registrados nas Escrituras, sobre a
manifestação deste tipo de vontade de Deus, é mostrado na experiência de Jó,
quando Deus permitiu que Satanás o provasse. Nesse caso entende-se que Satanás
destruiu o que Jó possuía, inclusive a sua saúde, mas o fez com a permissão
divina.
Porém, três coisas importantes
aconteceram como resultado desse fato:
1 - A fé de Jó foi fortalecida em Deus;
2 - Satanás foi confirmado na mentira;
3 - O testemunho de Deus acerca de seu servo foi confirmado verdadeiro.
3. Vontade de Deus Aplicada - Na sua aplicação direta, a vontade
divina beneficia a dois tipos de pessoas: o homem natural, (o descrente) e
ao homem espiritual, (o crente).
1 – O homem natural - Para o homem natural a vontade divina
é que todos sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade (1ª
Tm 2.4).
- Transformando esta Sua vontade em ação, é que Deus, através de Jesus
Cristo, envia homens a pregar o Evangelho (Mt 28.19-20) e por intermédio
do Espírito Santo convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8).
2 – O homem espiritual - Para o homem já crente, diz o apóstolo
Paulo: Pois esta é à vontade de Deus, a vossa
santificação: que cada um de vós saiba possuir o próprio corpo, em
santificação e honra, não com o desejo de lascívia, como os gentios
que não conhecem a Deus (1ª Ts 4.3-5).
- Para dar cumprimento a esta Sua vontade é que Deus age através da Sua
Palavra e do Seu Espírito como agentes de purificação do crente.
A Importância de Conhecer a Vontade de Deus - De acordo com
o que escreveu o apóstolo Paulo (Rm 12.2), a vontade divina de ser
não somente conhecida, mas também experimentada, por três razões pelo menos:
1 – A vontade de Deus é boa - Ela emana da bondade de Deus; como
tal, ela beneficia, abençoa e promove a felicidade daqueles que se comprazem em
fazê-la parte do seu viver diário.
2 – A vontade de Deus é agradável - A vontade divina pode ser
conhecida de maneira tal que ela pode se transformar na fonte única da sua
alegria e realização (Sl 37.4).
3 – À vontade de Deus é perfeita - A vontade divina é plena,
impossível de ser reparada ou contraditada. Além de envolver o bem total:
espiritual, moral e social do indivíduo que a despeito de tudo se propõe viver
para Deus.
JESUS E O REINO DE DEUS
Apesar de não se encontrar no Antigo Testamento a expressão Reino
de Deus, a ideia em si aparece em quase todas as partes do mesmo. Na verdade,
tão penetrante e central é o conceito do reino de Deus no pensamento do Antigo
Testamento, que se constitui num dos temas principais a unir aquele Testamento
ao Novo.
O Reino de Deus ensinado por João Batista - Pouco antes de haver
Jesus dado início ao seu ministério público, aparecera João Batista proclamando
que estava próxima uma grande crise e por isso convocava homens ao
arrependimento. Declarava que Deus estava para visitar com um grande julgamento
e dizia: Já está posto o machado à raiz das árvores; toda árvore, pois,
que não produz bom fruto, é cortada e lançada no fogo (Mt 3.10). A pá está
limpando a eira; o trigo será recolhido no celeiro, e a palha será queimada em
fogo inextinguível. Era assim que João Batista via o iminente juízo de Deus. Ou
seja, cabia a João a árdua tarefa de quebrar todos os traços espirituais e
morais do povo de Israel que serviriam de empecilhos para que eles acreditassem
no Messias. Por isso, a Bíblia registra que João desenvolveria o seu trabalho
de profeta baseado no mesmo estilo do profeta Elias (Mt 17:12-13), que
precisou pregar contra o mal dentro do próprio Israel, decretando uma palavra
de juízo sobre o rei Acabe, rei de Israel, pois além de praticar o que era mau
perante o Senhor e tentar levá-Lo à ira, casou-se com Jezabel, filha do rei dos
Sidônios, povo esse que era dado à idolatria (Jz 10.6; 1Rs 11.5; Is
23.2-4; Ez 28.20-23), e praticava toda a sorte de males, como abusos
sexuais em seus cultos e sacrifício de crianças aos baalins, que eram
divindades da natureza adoradas por eles.
Em face da revolucionária mensagem de
João, grandes multidões se chegavam a ele, indagando: Que havemos, pois,
de fazer? Respondeu-lhes: Quem tiver duas túnicas, reparta com quem cão tem; e
quem tiver comida, faça o mesmo. Foram também publicanos para serem batizados,
e perguntaram-lhe: Mestre, que haveremos de fazer? Respondeu-lhes: Não cobreis
mais do que o estipulado. Também soldados lhe perguntaram: E nós, que faremos?
E ele lhes disse: A ninguém maltrateis, não deis denúncia falsa, e
contentai-vos com o vosso soldo (Lc 3.10-14).
Jesus foi atraído a João por causa da liderança
profética deste e apresentou-se a ele para ser batizado. Terminava o ministério
de João para dar lugar ao de Jesus que se considerou continuador da obra
iniciada pelo seu predecessor.
O Reino de Deus no ensino de Jesus - Ao passo que João
descrevera a consumação próxima do domínio de Deus, como um terrível julgamento
sobre o pecado, Jesus a proclamava como boas novas. João havia repreendido
severamente sua geração, dizendo-lhe: Raça de víboras, quem vos induziu a
fugir da ira vindoura? (Mt 3.7). Jesus, por sua vez, apresentava Deus desejoso
de conceder aos homens as riquezas e alegrias do reino: Não temais, ó
pequenino rebanho; porque vosso Pai se agradou em dar-vos o seu reino (Lc
12.32).
Apesar de o advento do reino trazer no
seu bojo o julgamento, e apesar de muitos estarem destinados a serem excluídos
d’ele, traria a mais alta alegria e bênção àqueles que a ele fossem
congregados.
O alto valor do Reino de Deus - Para Jesus, o reino de Deus era de tão
elevado valor que a pessoa que quisesse tomar posse d’ele deveria estar
disposta a abrir mão de tudo para que o possuísse. Ele mesmo disse que o
reino dos céus é. Semelhante a um que negocia boas pérolas; e tendo achado uma
pérola de grande valor, vendeu tudo o que possuía, e a comprou (Mt 13.45-46).
A entrada na posse do reino resulta em vida eterna; é assim que a vida eterna
se torna posse atual dos que entram no reino agora. Entretanto, sua realização,
com dimensão escatológica, aguarda a vinda da nova era. Desse modo, Jesus
afirma aos seus discípulos que ninguém há que tenha deixado casa, ou
irmãos, ou irmãs, ou mãe, ou pai, ou filhos, ou campos, por amor de mim e por
amor do evangelho, que não receba, já no presente, o cêntuplo de casas, irmãos,
irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições; e no mundo por vir à vida
eterna (Mc 10.29-30).
Condições para entrar no Reino - Ao longo de todo ensino de Jesus, são
estabelecidas condições para que o homem faça parte do reino de Deus, dentre as
quais se destacam:
1 – Arrependimento (Mt 3.2).
2 – O novo nascimento (Jo 3.3).
3 – Justiça superior à dos escribas e dos fariseus (Mt 5.20).
O arrependimento se faz necessário
porque o reino de Deus é em si mesmo uma nova ordem que só poderá ser
assimilada por aqueles que abandonam a vida de outrora e se propõe viver para
Deus. Uma vez o arrependimento achado lugar na vida do homem, ele será levado a
dar o segundo passo, o novo nascimento. Uma vez dados estes dois primeiros
passos, o novo cidadão do reino, inevitavelmente será conduzido pelo caminho da
maturidade e do pleno desenvolvimento espiritual, moral e social (um
comportamento baseado na Ética do Reino de Deus). Portanto, para ser um cidadão
útil à sua pátria terrena e à pátria por vir, torna-se necessário que o crente
absorva o significado do reino de Deus para a sua vida e para a vida dos
outros.
CONCEITOS ÉTICOS
Como dinâmica de vida, a Ética Cristã pode ser manifesta através do
conceito ou julgamento que se faz a respeito de determinados valores que
integram o nosso dia-a-dia. Ao longo deste tópico abordaremos os conceitos da
Ética Cristã quanto ao lar, à propriedade, à Igreja, à família cristã, ao bem,
ao mal, à nova moralidade, ao comportamento e ao caráter. No decorrer desta
lição enfatizamos fundamentalmente o seguinte:
1 – O lar é a expressão física do casamento e principal núcleo da
sociedade, da religião e da pátria, pelo que deve ser conservado sob a santa e
sábia tutela de Deus.
2 – Biblicamente,
toda propriedade pertence a Deus, que é seu criador, a despeito de
reconhecermos que a fé bíblica admite a necessidade de propriedade individual
dentro de certa medida.
3 – A despeito da
Igreja ser um organismo espiritualmente vivo, e não uma organização
humana. Cremos no poder que ela, como um todo ou, os seus membros individuais
possuem no sentido de alterar o curso da história humana e do comportamento da
sociedade.
4 – A família cristã é uma entidade na qual Deus é o elemento central,
onde o marido exerce as funções de sacerdote e profeta, onde a esposa e mãe são
de inestimável valor, e onde os filhos são bênçãos de Deus.
5 – O bem não possui existência
independente de Deus, pois todo bem vem do Senhor.
Tg 1:17 - – “Toda boa dádiva e todo dom
perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir
variação ou sombra de mudança.”
6 – O mal é o oposto do bem. É
essencialmente aquilo que é desagradável e ofensivo.
7 – A chamada Nova Moralidade, de fato, nada mais é do que a velha
imoralidade vestida dum falso moralismo, abominável aos olhos de Deus e
repudiável pelo cristão.
8 – Comportamento é definido como o conjunto de ações de um
indivíduo, observáveis objetivamente. Neste particular o comportamento do
cristão deve ser digno de forma tal que influencie os homens a se chegarem a
Deus (Mt 5.16).
9 – Nos domínios da fé, o caráter cristão se constitui na mais evidente
prova de que o homem não somente nasceu do Espírito, mas que também anda no
Espírito (Gl 5.25).
O LAR, A PROPRIEDADE E A IGREJA - O LAR
O lar é a expressão física do casamento e da família. Quando pensamos no
lar, logo nos vêm à mente um homem, uma mulher, filhos, casa, alimento,
disciplina, ordem, etc. O lar é de inestimável calor às nossas conclusões
quando nos propomos estudar o comportamento sócio religioso das pessoas. O lar
é a célula-mater. da sociedade, o principal núcleo das civilizações, da
religião e da pátria. Aquilo que for o lar há de determinar o que será a
sociedade, a Igreja e a pátria.
Se os pais são pessoas responsáveis e
tementes a Deus, por certo que seus filhos serão criados no caminho do bem,
contribuindo assim para o fortalecimento da sociedade, da igreja e da nação.
Infelizmente se acontecer o contrário os resultados negativos serão igualmente
de se esperar. Particularmente entre os salvos, o que Deus espera dos nossos
lares? Deus espera que como pais sejamos exemplo para nossos filhos, na fé, na
comunhão com Deus, no respeito, na autoridade e no temor, criando-os sob
disciplina, e conduzindo-os a uma experiência pessoal com Deus. Dos filhos, Deus
espera que eles respeitem e honrem a seus pais. Da mesma forma, Deus espera que
os filhos temam a seus pais, e que guardem aos Seus Mandamentos. Só assim o lar
será fortalecido, e a sociedade e a pátria preservadas e o nome do Senhor
glorificado.
A PROPRIEDADE - Biblicamente toda propriedade pertence
a Deus, que é seu Criador. Só Ele tem direito absoluto de propriedade sobre
qualquer coisa. A vida do homem, a terra e tudo que o homem tem ou é capaz de
manufaturar pelo uso da matéria-prima colocada à sua disposição, tudo pertence
a Deus. De acordo com o salmista Davi, ao Senhor pertence a terra e tudo o
que nela se contém, o mundo e os que n’ele habitam (Sl 24.1). Ao patriarca
Jó disse o próprio Deus: o que está debaixo de todos os céus é
meu (Jó 41.11; Sl 50.12; Ex 19.5).
Deus livremente deu ao homem o uso da
terra, do ar, da água e mesmo das criaturas vivas (Gn 1.26-29), mas a posse
única de tudo pertence ao Criador. A relação do homem para com elas é de
mordomia, isto é, de usá-la de acordo com a vontade daquele que é soberano
sobre tudo. Dentro do contexto de posse absoluta exclusiva de Deus, a fé
bíblica admite a necessidade de propriedade individual dentro de certa medida,
embora esteja certa dos perigos morais e sociais da riqueza e imponha limitações
à sua aquisição e uso, com o fim de proteger o bem-estar das pessoas menos
afortunadas e da sociedade como um todo.
A IGREJA - O Novo Testamento apresenta a Igreja como uma assembleia
formada de pessoas chamadas de fora e convocadas para Cristo. A
despeito de a Igreja ser um organismo espiritualmente vivo e não uma
organização humana, cremos no poder que ela como um todo ou, os seus membros
individuais, possuem no sentido de alterar o curso da história e do
comportamento da sociedade. É evidente que por ser formada por seres humanos,
falhos como somos, como instituição a Igreja está sujeita a sofrer revés na sua
história, porém, o Espírito que nela habita, a tem habilitado a superar esses
possíveis problemas e lhe conduzir de triunfos em triunfos.
Como parte do reino de Deus, a Igreja
deve assumir com toda a sua força o tríplice ministério que lhe foi
comissionado por Cristo: anunciar, proclamar e denunciar.
1. Anunciar as boas novas de salvação;
2. Proclamar que fora de Jesus não há outro nome dado entre os homens
pelo qual importa que o homem seja salvo;
3. Denunciar a prepotência dos prepotentes, até fazê-los lembrar que
aqueles que d’eles dependem são criaturas de Deus, e que precisam ser tratados
como tal.
A FAMÍLIA CRISTÃ - Para o jornalista brasileiro Millor
Fernandes, a família é apenas um grupo de pessoas que têm as chaves da mesma
casa. Infelizmente este conceito simplista da família moderna tem se
popularizado no mundo, principalmente no ocidente. Porém, o conceito de família
adquire uma nova dimensão quando analisado à luz da revelação divina. É
evidente que nos referimos à família cristã, de uma forma diferente, pelo lugar
que dá à operação de Deus nos seus assuntos e decisões.
A posição de Deus na família cristã - Deus é o elemento
central da família cristã. Nele se prende as atenções do esposo, da esposa e
dos filhos. Ele é o protetor e provedor de tudo quanto à família carece. Mais
do que isto: Deus é o princípio e o fim, aquele diante de cuja face se elevam
mãos e orações são erguidas, em atitude de humildade, submissão, dedicação e
reconhecimento pelos muitos benefícios recebidos. Cientes da presença
invisível, porém real, de Deus, cada membro da família cristã age, tendo
impregnado na mente a certeza de que suas atitudes e atos há de prestar contas
diante de Deus.
Marido, esposa e filhos, enfim, todos O
amam, O adoram, O servem e O buscam na certeza de serem atendidos na hora
oportuna. Nos momentos de conflitos do lar, Ele vem em socorro como singular
pacificador. No momento das enfermidades, Ele age como médico de habilidades
ilimitadas. Ele promete que aqueles que n’Ele confiam, jamais serão
desapontados.
A posição do marido na família cristã - Na ordem hierárquica
de autoridade dentro do lar, Deus está em primeiro lugar, vindo depois o
marido. Colocado em tão elevada posição, o marido tem o sagrado dever de
cultivar uma vida de constante comunhão com Deus; só assim ele estará em
condições de ouvir e receber do Senhor a necessária orientação indispensável ao
fortalecimento da família. Ao marido e pai, Deus designa a dupla
responsabilidade de sacerdote e profeta. Como sacerdote da família, o marido
crente tem o sublime dever de conduzir os de sua casa a terem uma maior
comunhão com Deus. Ele deve dar aos filhos a visão adequada do Deus da Bíblia.
Deve interceder a Deus em benefício de seus filhos no sentido de que eles sejam
conservados na ir repreensão, ou caso haja pecado, recebam o perdão do Senhor.
O patriarca Jó foi um belo exemplo
neste particular, e a forma como agia nessas circunstâncias, se constitui um
modelo para o marido e pai de família cristã dos nossos dias.
Jó 1.4-5 à “Seus filhos iam às casas uns dos outros e faziam banquetes, cada um
por sua vez, e mandavam convidar as suas três irmãs a comerem e beberem com
eles. Decorrido o turno de dias de seus banquetes, chamava Jó a seus filhos e
os santificava; levantava-se de madrugada, e oferecia holocausto segundo o
número de todos eles, pois dizia: Talvez tenham pecado os meus filhos, e
blasfemado contra Deus em seu coração. Assim o fazia Jó continuamente”.
Como profeta do lar, o marido e pai,
deve ensinar a seus filhos os caminhos do temor e da obediência a Deus,
adverti-los, e jamais abandoná-los.
A posição da esposa na família cristã - Se perguntarmos a uma
criança qual o lugar da sua mãe no lar, é possível que ela responda: junto ao
fogão cozinhando, junto a pia lavando pratos, junto ao tanque lavando roupas,
ou junto ao ferro passando roupa. Esta noção se deverá às naturais limitações
do raciocínio da criança. Quanto ao que pensam os maridos a respeito do papel
da esposa no lar, eles sabem que ela é muito mais do que uma simples
cozinheira, lavadeira ou passadeira; ela é a cooperadora, número um, do marido,
a maior amiga de seus filhos.
Pergunte a um marido que teve a esposa
viajando por mais de uma semana enquanto ele ficou em casa cuidando das
crianças, o que ele pensa a respeito de sua esposa, e verá que ninguém como ele
terá palavras tão elogiosas quanto à posição da esposa no seio da família. A
família é como um barco, e como é sabido, para que um barco atravesse um mar
agitado com a necessária segurança, é indispensável que o capitão (o marido) e
o timoneiro (a esposa) trabalhem de comum acordo.
A posição dos filhos na família cristã - Analisada
isoladamente, a posição dos filhos dentro da família, ela se reveste de tanta
importância quanto à posição dos seus pais. Como a posição dos pais não é só
dar ordens, a dos filhos não é só de receber ordens. A obediência dos filhos
deve ser uma atitude voluntária. Não obstante proferido há mais de três mil
anos, o único mandamento com promessa: Honra a teu pai e a tua mãe, para
que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá (Ex
20.12), é de extraordinária atualidade. Aos pais cabe o dever de trabalhar para
suprir as necessidades básicas do lar, dentre as quais: vestir, calçar,
alimentar e educar os filhos, e a estes cabe, quando estiverem em idade
suficiente, uma vez tendo renda, ajudar de algum modo no fortalecimento do
orçamento doméstico.
TEXTO 3 – CONCEITO DO BEM E DO MAL - O conceito do bem e
do mal é divergente à medida que é analisada à luz de mais um critério. O que é
considerado bem à luz da psicologia, poderá ser mal à luz
da fé cristã, enquanto que o que é mal à luz da fé cristã, pode ser
considerado um bem à luz da psicanálise. Porém, a despeito das muitas
formas usadas pelo homem para conceituar o bem e o mal, certo estamos que
somente a Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada possui o necessário mérito para definir
satisfatoriamente o que são bem e o mal.
O Bem - Ainda que consideremos um assunto de grande complexidade, procuraremos
tratar o assunto relacionado com o bem, de forma simples, a fim de alcançar a
mente de todos os nossos alunos. Para isto, dividiremos o assunto em forma de
conta-gotas. Em oito itens.
1. A Bíblia não tende a definir a essência do bem, pois para ela o bem
não é uma virtude autônoma e absoluta em si mesmo, ou de forma independente.
2. O próprio Deus é o bem. O bem não possui existência independente de
Deus. O mesmo só tem sentido aceitável em Deus.
3. O homem só pode conhecer o bem na sua plenitude, conhecendo primeiro
à vontade de Deus, pois segundo as Escrituras, tudo o que Deus quer e faz,
reflete o bem, atributo inseparável da personalidade divina.
Tg 1.17 à “Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai
das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança”.
4. O Novo Testamento lembra que a
qualidade de querer e fazer o bem são privilégio de Deus.
Mc 10.18 à “Respondeu-lhe Jesus: Por que me chamas bom? Ninguém é bom senão um,
que é Deus”.
Assim sendo, a revelação de Deus na história é também a revelação da sua
bondade.
5. A identidade entre o bem e a salvação é a tese comum ao Antigo e ao
Novo Testamento; por isso todos aqueles que têm a experiência da salvação
pessoal, estão habilitados por Deus a fazer o bem a todos, e principalmente aos
domésticos da fé.
Gl 6.10 à “Por isso, enquanto tivermos a oportunidade, façamos o bem a todos, mas
principalmente aos da família da fé”.
6. Sendo a Lei a expressão clara e irrecusável da vontade divina, todo o
bem do homem e sua própria vida consistirão em obedecê-la e cumpri-la minuciosa
e fielmente.
Mt 19.16 à “E eis que alguém, aproximando-se, lhe perguntou: Mestre, que farei eu
de bom, para alcançar a vida eterna?”.
7. Enquanto vivemos na carne os bens de Deus são desviados de sua
finalidade pelo poder do pecado; mas no momento em que é implantada em nós a
nova criatura mediante a fé em Cristo Jesus, o bem original vem a ser novamente
bem.
8. A partir do novo nascimento (Jo 3.3), descobrimos que
fomos “criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão
preparou para que andássemos nelas”. (Ef 2.10).
RESUMINDO: O bem não é uma qualidade inapta do homem, é um atributo de Deus,
porém, quando o homem tem a vida eterna infundida na sua vida, ele é feito apto
para manifestá-lo através de suas atitudes, serviço e adoração a Jesus Cristo.
O Mal - O mal é oposto do bem. É essencialmente aquilo que é desagradável e
ofensivo. A palavra inclui tanto a ação má, quanto suas consequências. No Novo
Testamento a palavra mal é “Kakia”, e “Poneros”, e
significam, respectivamente, a qualidade do mal, seu caráter essencial e seus
efeitos ou influências danosas. É empregada tanto no sentido físico como no
sentido moral. Desse modo o conceito do mal fica assim estabelecido:
1. Em princípio o mal está associado à primeira desobediência do homem e
à consequente quebra dos mandamentos divinos.
2. Os profetas consideravam Deus como a causa final do mal, conforme
expresso por meio da dor, sofrimento ou calamidades. Em sua soberania, Ele
tolera o mal no universo, embora dirija e use o mesmo em Sua
administração sobre o universo.
3. Deus usa o mal para castigar perversidades individuais e
nacionais.
Is 45.7 à “Eu formo a luz e crio as trevas; faço a paz e crio o mal; eu, o
Senhor, faço todas estas cousas”.
Ml 3.18 à “Então, vereis outra vez a diferença entre o justo e o perverso, entre
o que serve a Deus e o que não serve”.
Am 3.9 à “Fazei ouvir isto nos castelos de Asdode e nos castelos da terra
do Egito e dizei: Ajuntai-vos sobre os montes de Samaria e vede que grandes
tumultos há nela e que opressões há no meio dela”.
4. O mal sofrido pelo cristão em forma de sofrimento, causado por
tribulações e perseguições, é divinamente permitido, visando bênçãos
espirituais.
Tg 1.2-4 à “Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por
várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz
perseverança. Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que sejais
perfeitos e íntegros, em nada deficientes”.
IPe 1.7 à “... para que uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais
preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor,
glória e honra na revelação de Jesus Cristo”.
5. Moralmente Deus é separado de todo mal, e de modo algum é
responsável pela penetração do mesmo no mundo.
6. O mal só pode ser atribuído ao abuso do livre arbítrio por parte
de seres criados, quer anjos, quer homens.
7. A atitude salvadora de Deus é
dirigida em sua inteireza na luta contra o mal.
8. Durante Sua vida terrena, Cristo combateu as manifestações do mal
através da dor e da tristeza, e fez da cruz a resposta final de Deus para o
problema do mal.
Mt 8.16-17 à “Chegada à tarde, trouxeram-lhe muitos endemoninhados; e ele
meramente com a palavra expeliu os espíritos e curou a todos os que estavam
doentes; para que se cumprisse o que fora dito por intermédio do profeta
Isaías: Ele mesmo tomou as nossas enfermidades e carregou com as nossas
doenças”.
9. A transformação moral efetuada no homem, pelo Evangelho, é evidência
mais que suficiente da realidade do triunfo de Cristo sobre todos os poderes do
mal.
Cl 2,15 à “... e, despojando os principados e as potestades, publicamente os
expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz”.
IJo 3.8 à “Aquele que pratica o pecado procede do diabo, porque o diabo vive
pecando desde o princípio. Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir
as obras do diabo”.
10. O mal será eliminado do universo, e a criação compartilhará do
destino glorioso do homem redimido. Tanto o mal físico,
como o mal moral, serão um dia, banidos eternamente (Ap
21.1-8).
A NOVA MORALIDADE
Tumultos, greves, filmes imorais, quadros obscenos e literatura
pornográfica, tudo isto se tornou coisa comum em nossa sociedade atual. Os
jovens não se lembram duma situação diferente dessa, mas os mais velhos se
recordam do tempo em que aqueles que desejassem vender um livro ou um quadro
imoral, deveriam fazê-lo secretamente, do contrário estariam se expondo a
processo. Houve tempo em que os criminosos eram considerados inimigos da
sociedade, visto que haviam quebrado a lei e mereciam se punidos.
Hoje, porém, os psicólogos nos dizem
que roubar, matar ou raptar é simplesmente o produto de reações químicas
do organismo ou condições desfavoráveis de ambiente e que os que as praticam
não devem ser culpados por seus crimes. Ladrões e arruaceiros são tidos como simples
pessoas desfavorecidas.
Particularmente a respeito da moral
nacional da nossa pátria, escreveu o embaixador Meira Pena: “O Brasil é o país
onde uma estrela de cinema pornô é recebida no congresso com honras de chefe de
Estado. Onde, diante da onda de crimes, se critica a polícia e não os
criminosos. Onde um simpático assaltante estrangeiro se torna herói nacional.”.
Mas o que diz a Bíblia sobre toda essa
inversão de valores?
Vivemos os dias em que a delinquência é
tratada como virtude, enquanto as boas virtudes são tratadas como “quadradíssimo”;
quando santos são reputados ímpios e quando ímpios são reputados na conta de
deuses e ídolos da sociedade. Os que assim agem se esquecem ou jamais leram o
que disse Deus através do profeta Isaías:
Is 5.20-24 à “Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal; que fazem da
escuridade luz e da luz, escuridade; põem o amargo por doce e o doce, por
amargo! Ai dos que são sábios a seus próprios olhos e prudentes em seu próprio
conceito! Ai dos que são heróis para beber vinho e valentes para misturar
bebida forte, os quais por suborno justificam o perverso e ao justo negam
justiça! Pelo que, como a língua de fogo consome o restolho, e a erva seca se
desfaz pela chama, assim será a sua raiz como podridão, e a sua flor se
esvaecerá como pó; porquanto rejeitaram a lei do Senhor dos Exércitos e
desprezaram a palavra do Santo de Israel”.
O crente não pode ser condescendente
com os transgressores da Lei, nem deve ser solidário com esforços para
inocentar pessoas culpadas. O crente sabe que nenhuma nação pode permanecer
forte por muito tempo quando a indisciplina e a imoralidade adquirem posição de
dignidade. Todavia, para o crente não basta exigir que o crime seja punido.
Deve demonstrar interesse por aqueles que estão indagando e procurando
encontrar significado para a vida nesta época de extrema dificuldade. A
sociedade moderna tem se afastado de Deus, rejeitou os padrões absolutos de
conduta, aceitando em seu lugar um modo de encarar a vida que tem sido
denominada a filosofia do desespero. Até teólogos, com Bíblia e tudo,
pregam a morte de Deus, negam o nascimento virginal de Cristo, a divina e plena
inspiração da Bíblia e os demais valores inerentes ao cristianismo sadio.
Eles expõem teorias cuidadosamente
tecidas de como as coisas se originaram, rejeitando o Deus pessoal da fé cristã
e esquecendo-se que: “A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade
e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça; porquanto o que de
Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou.
Porque os atributos invisíveis de Deus,
assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se
reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das cousas
que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis”; (Rm 1.18-20).
Por afastar-se de Deus, a sociedade
moderna tem se feito presa fácil dos tentáculos do diabo, os quais são: a
cobiça, a luxúria, a ira, o ódio e a perversão sexual. Por causa disto o homem
tem descido ao nível dos irracionais, de sorte que as suas ações produzem
espanto até mesmo ao Criador. Assim sendo, a tão propalada NOVA MORALIDADE da
sociedade moderna nada mais é do que a VELHA MORALIDADE com nova roupagem.
COMPORTAMENTO E CARÁTER – COMPORTAMENTO
A palavra COMPORTAMENTO pode ser
definida como o conjunto de ações de um indivíduo observáveis
objetivamente. No campo da Ética Cristã, COMPORTAMENTO é o conjunto de
ações que identifica o homem com a vontade de Deus, colocando-o como bênção não
só no seu reino, mas também na sociedade da qual faz parte.
No Novo Testamento a palavra
COMPORTAMENTO quando usada para designar o modo de vida do crente, se
manifesta através das palavras ser, andar e fazer; ser a carta de Cristo, andar
de acordo com a Sua vontade e fazer o que preceitua a Sua Palavra. Quando quis
nos identificar com a Sua obra e Pessoa, Jesus disse sermos o sal da terra e a
luz do mundo (Mt 5.13-14). Concluindo disse Ele mais:
“... brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as
vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus” (Mt
5.16).
O comportamento do cristão deve ter
como objetivo maior, a glorificação de Deus através do que é e do que faz. Se o
mundo não consegue ver a Deus de outra forma, que O veja na vida dos seus
filhos. O sermão mais antigo de que temos notícias na Igreja Cristã fora do
Novo Testamento, foi proferido por Clemente, um dos pais da Igreja primitiva, e
tem para nós hoje, um valor muito atual.
Disse Clemente: - “Porque os gentios, ao ouvirem de nossa boca os
Oráculos de Deus, ficam maravilhados de sua beleza e grandeza. Mas logo, ao
descobrirem que nossas obras não correspondem às palavras que falamos, mudam
sua admiração em blasfêmia, afirmando que são pura ficção e engano”.
Ou seja, o nosso comportamento deve ser
controlado por Deus e guiado pelo Espírito Santo, para que as almas sem Deus e
sem salvação tenham o desejo de ingressar pelas portas douradas do reino de
Deus.
CARÁTER – Enquanto o comportamento tem a ver com o que
fazemos, enquanto que o caráter tem a ver com o que somos. Segundo Dwight
L. Moody, caráter é o que somos no escuro. Ainda segundo Edward Puriton o
caráter é o triunfo de nossa determinação sobre nossa inclinação.
Ou seja, o caráter é o conjunto de
qualidades que distinguem uma pessoa, enquanto que o comportamento é um
sistema que aos poucos vai moldando o caráter, que por sua vez dá forma
definitiva ao ser diário do homem. Quando o homem possui um comportamento
irrepreensível, seu caráter é igualmente irrepreensível.
Nos domínios da Ética Cristã, o
caráter deve se constituir na mais evidente prova de que o homem não somente
nasceu do Espírito, mas que também é uma pessoa que anda no Espírito (Gl
5.25). Portanto, o caráter é a marca registrada de cada homem. Devemos ter
sempre em mente que aqueles que estão ao nosso derredor veem melhor o que somos
do que ouvem o que dizemos, tanto que, quando o que dizemos não se harmoniza
com o que vivemos, eles estão prontos a dizer: O que és, fala tão alto que
não ouço o que dizes.
A mensagem pregada por Jesus
surtiu maior efeito sobre os seus ouvintes do que surtiram as mensagens
pregadas pelos escribas. Sabe por que? Porque Jesus pregava com
autoridade (Mt 7.28-29). E se pregava com autoridade, era porque Ele
vivia o que pregava. Devemos ter em mente que uma vida transformada fala mais
que mil discursos. Lembra-se você de que a Bíblia diz que o verbo (A
Palavra de Deus) se fez carne? (Jo 1.14).
Por isto a glória de Deus se manifestou
entre os homens. Isto é o que deve acontecer conosco: devemos permitir que a
Palavra de Deus se “faça carne” em nós. Só quando o mundo contemplar o nosso
caráter mudado através de uma comunhão contínua com Cristo, é que ele poderá
crer que aquilo que Deus fez por nós e em nós, poderá fazer também por ele.
ÉTICA NAS EPÍSTOLAS
As 21 epístolas do
Novo Testamento, {sendo 13 de Paulo, uma (Hebreus) de autor desconhecido, uma
de Tiago, 2 de Pedro, 3 de João e uma de Judas}, pelo menos durante os
primeiros 200 anos de Igreja, se constituíram no único código de ética dos
cristãos espalhados por todos os recantos do grande Império romano.
Inseridos no cânon divino, viria a se
imortalizar como elemento inseparável dum código de ética da Igreja dos dias
modernos. Ao longo de toda esta lição faremos uma abordagem resumida de todas
as epístolas, enfatizando o principal ensino de cada uma, na esperança de que
os nossos alunos os incluam como parte inseparável do modelo de vida no seu
dia-a-dia. Vale, portanto, ter em mente as palavras do apóstolo Paulo, segundo
as quais “tudo quanto antes foi escrito, para o nosso ensino foi escrito, a fim
de que pela paciência, e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança” (Rm
15.4).
A ÉTICA NAS EPÍSTOLAS DE PAULO
As Epístolas do apóstolo Paulo estão
agrupadas no Novo Testamento, da seguinte maneira e ordem:
- Romanos, I e II Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses,
I e II Tessalonicenses, I e II Timóteo, Tito e Filemom.
Em cada uma destas Epístolas, Paulo, o
maior dos apóstolos, dá um ensino específico como norma de vida aos crentes da
sua e da nossa época. Dada a preciosidade desses ensinos, vale a pena
estuda-los, ainda que resumidamente.
A Epístola aos Romanos - Através da sua epístola aos Romanos, Paulo
dá uma resposta completa, lógica e inspirada à pergunta dos séculos: “Como pode
o homem ser justo para com Deus?” (Jó 9.2).
Chamada de a “catedral da doutrina
cristã”, o ensino de Romanos está resumido da seguinte maneira: a justificação
dos pecadores, a santificação dos justificados e a glorificação dos
santificados, pela fé e pelo poder de Deus.
A Epístola de I Coríntios - I Coríntios foi escrita com o propósito
de corrigir desordens que haviam na Igreja de Corinto e de estabelecer entre os
fiéis um modelo de conduta cristã com relação à Igreja, o lar e o mundo. Nesta
epístola de cunho muito especial, Paulo corrige as seguintes
desordens: Divisões, imoralidades, disputas entre os
crentes, desordens durante a ceia do Senhor, desordens durante o culto
público.
Ao mesmo tempo responde às
perguntas acerca do matrimônio, concernente ao comer carne oferecida
aos ídolos, e concernente aos dons do Espírito Santo. Ela destaca
ainda a essência da autoridade apostólica de Paulo, a necessidade de
ordem na Igreja, e finalmente uma bela apologia quanto à ressurreição dos
mortos.
A Epístola de II Coríntios - Em II Coríntios,
Paulo consola os membros arrependidos da Igreja de Corinto, em face
da leitura da primeira epístola, enquanto exorta uma minoria rebelde,
e admoesta contra os falsos mestres. Como disse certo comentador, é quase
impossível analisar esta carta, que é menos sistemático de todos os escritos de
Paulo. Assemelha-se a um rio africano. Às vezes corre calmamente e espera-se
dele um comportamento satisfatório, mas repentinamente aparece uma grande
catarata com sua agitação terrível. Nesse ponto estremecem as profundezas do
seu coração.
A Epístola aos Gálatas - A resolução do Concílio de Jerusalém
(At 15) contra os judaizantes que ensinavam a insuficiência do Evangelho da
graça, lhes pareceu de pouca importância. Eles ensinavam que os gentios crentes
deveriam guardar a Lei de Moisés para a salvação. Por isto Paulo escreveu a sua
carta aos Gálatas. Nela, ele resiste à influência dos mestres judaizantes
que estavam procurando destruir a sua autoridade e reputação, refuta os ensinos
de que a obediência à Lei misturada com a fé é necessária à salvação; expõe
claramente que o crente não é aperfeiçoado por guardar a Lei; e finalmente ele
procura nesta celebre carta restaurar os gálatas que haviam caído da
graça.
A Epístola aos Efésios - Chamada a “Epístola do terceiro céu”,
Efésios supera as demais epístolas de Paulo, em profundezas de revelações que
não se pode tomar pé. No decorrer desta Epístola, Paulo faz uma grande
exposição da doutrina na qual sua pregação se fundamenta, a saber: a unidade de
todo universo em Cristo, a unidade do judeu e gentio em Seu corpo, a Igreja e o
propósito de Deus através dela como um corpo, para o tempo presente e para a
eternidade.
Mas, o tema dominante desta famosa
epístola de Paulo é o seguinte: a Igreja é escolhida, redimida e unida com
Cristo, de sorte que ela deve andar em unidade, em novidade de vida, na força
do Senhor e revestida da armadura de Deus.
RESUMO DAS EPÍSTOLAS DE PAULO - Destas cinco Epístolas de Paulo até
aqui abordadas, podemos aprender pelo menos cinco verdades, que, aplicadas à
nossa vida diária, poderá fazê-la mais abundante em Deus:
1. Na epistola aos Romanos aprendemos que assim como Israel foi temporariamente
afastado do centro do plano de Deus, por não perseverar em andar de acordo com
o pacto feito por Deus com Abraão, assim também nós, poderemos ser cortados do
tronco onde fomos enxertados, se não perseverarmos em andar de acordo com a
vocação divina que nos foi dada no princípio da nossa fé.
2. Em I Coríntios aprendemos que nunca há problema sem solução, nem erro
sem correção quando a Palavra de Deus e a disciplina encontram lugar para
operar.
3. Em II Coríntios aprendemos que devemos não só exortar o nosso irmão,
mas também consolá-lo, sarando possíveis feridas que lhes fizemos no coração.
4. Na epístola aos Gálatas aprendemos que devemos evitar começar a nossa
jornada no Espírito e aperfeiçoá-la através da observância da Lei e de preceitos
humanos.
5. Através da epístola ao Efésios, podemos aprender que a despeito do
nosso estado de humilhação aqui, de fato estamos sentados nas regiões
celestiais com Cristo.
A Epístola aos Filipenses - A Epístola aos Filipenses foi chamada
“o mais doce dos escritos de Paulo” e “a mais formosa de todas as cartas de
Paulo, onde em cada frase exprime um amor mais terno do que o de uma mulher”.
Esta carta trata do regozijo de Paulo,
apesar de preso em Roma, do seu entusiasmo, apesar daqueles que no espírito de
partidarismo estão pregando o Evangelho por motivos falsos, do seu gozo apesar
da perspectiva de morte. Ainda nesta carta, Paulo registra três exemplos de
abnegação:
1. O exemplo de Cristo que embora sendo Deus, se esvaziou de seu poder e
se humilhou até à morte de cruz (Fp 2.5-16);
2. O exemplo de Timóteo;
3. O exemplo de Epafrodito.
Conclui Paulo a sua Epístola ao
Filipenses com quatro admoestações:
1. Contra o legalismo;
2. Quanto à unidade da doutrina;
3. Contra a ilegalidade
4. Quanto à santidade.
A Epístola aos Colossenses - A razão porque Paulo
escreveu esta carta foi para combater doutrinas errôneas que se infiltraram na
Igreja de Colossos, principalmente o Gnosticismo, considerado o maior
perigo para a doutrina da Igreja dos primeiros séculos. Os Gnósticos se
gabavam de possuírem uma sabedoria muito mais profunda do que aquela revelada
nas Escrituras, uma sabedoria que só um pequeno grupo de favorecidos possuía.
Os Gnósticos ensinavam entre outras coisas, que a matéria em si era
essencialmente má, razão porque Deus Santo não a poderia ter criado. Os anjos,
diziam eles, eram os criadores da matéria. Um Deus Puro não tinha comunicação
direta com o homem pecador, mas comunicava-se com ele por intermédio de anjos
intermediários que formavam quase uma escada da terra ao céu.
Em face deste perigo, Paulo admoesta a
Igreja de Colossos a evitar esses falsos filósofos e seus falsos ensinos (Cl
2.4-7), porque em Cristo está a plenitude da revelação divina. Além de
condenar o (1) Gnosticismo, nesta sua carta Paulo condena ainda (2) o
legalismo, mostrando a verdadeira posição do crente com relação ao rito da
circuncisão, à lei moral e à lei cerimonial. Condena mais o falso misticismo e
(3) o ascetismo, segundo o qual o corpo tem que ser mortificado como forma de
se alcançar à santidade.
(1) - O GNOSTICISMO – Esse falso ensino,
disseminava que a matéria era inerentemente má, e que por isso a ideia da
encarnação do Verbo não passava de uma mentira criada pelos cristãos, pois
Jesus sendo Deus, como poderia habitar num corpo fadado a corrupção. Diante de
tudo isto, Paulo chama os Colossenses a acreditarem que em Jesus habitava
corporalmente toda a plenitude da Divindade.
Cl 2:9-10 – “porquanto,
nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade.
Também, nele, estais aperfeiçoados. Ele é o cabeça de todo principado e
potestade”
Jo 1:14 – “E
o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de
graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.”
2 – O
LEGALISMO – Esta falsa modalidade religiosa, tinha como objetivo
sufocar o crescimento do cristianismo, através da disseminação de argumentos
que somente a circuncisão física já era o suficiente para fazer do homem
propriedade de Deus, e também, que para ser aceito por Deus como parte
integrante do seu povo, o judeu convertido a Cristo, precisava também guardar a
tradição dos homens. Diante de tudo isso, Paulo anunciou que segundo a revelação
de Cristo, a circuncisão que agora ingressava o homem na família de Deus não
era mais a circuncisão do prepúcio, mas a obra espiritual realizada no coração
do homem, e que em Cristo, nós não podemos ser julgados por causa de costumes,
pois a liberdade cristã é condicionada a sua comunhão com Cristo.
Cl 2:11-12 – “Nele, também fostes circuncidados, não por intermédio de mãos,
mas no despojamento do corpo da carne, que é a circuncisão de Cristo, tendo
sido sepultados, juntamente com ele, no batismo, no qual igualmente fostes
ressuscitados mediante a fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre os
mortos.”
Cl 2:16-17 – “Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia
de festa, ou lua nova, ou sábados, porque tudo isso tem sido sombra das coisas
que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo.”
Gl 5:13 – “Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade; porém não
useis da liberdade para dar ocasião à carne; sede, antes, servos
uns dos outros, pelo amor.”
(3) – O ASCETISMO – Esta outra doutrina falsa, ensinava
que a mortificação da carne somente se dava através da renúncia total aos
confortos físicos. Para isso, existiam as proibições contra certos alimentos e
também com relação a determinados confortos que o homem deveria abrir mãos para
alcançar a santidade. Por isso, Paulo sabendo que isto também causava
transtornos entre os crentes de Colossos, ele imediatamente falou que estas
restrições ainda que transparecessem humildade e piedade para seus praticantes,
não poderia efetivamente mortificar os atos da carne, pois o verdadeiro cristão
precisa morrer para o pecado e viver para Deus.
Cl 2:20-23 – “Se morrestes com Cristo para os rudimentos do mundo, por que,
como se vivêsseis no mundo, vos sujeitais a ordenanças: 21 não manuseies
isto, não proves aquilo, não toques aquiloutro, 22 segundo os preceitos e
doutrinas dos homens? Pois que todas estas coisas, com o uso, se destroem.
23 Tais coisas, com efeito, têm aparência de sabedoria, como culto de si
mesmo, e de falsa humildade, e de rigor ascético; todavia, não têm valor algum
contra a sensualidade.”
A Epístola de I Tessalonicenses - O tema supremo da
primeira Epístola de Paulo à Igreja em Tessalônica, é a segunda vinda de
Cristo. De fato, cada capítulo da mesma termina com uma referência a esse
evento. Paulo trata desta verdade, mais em seu aspecto prático do que
doutrinário. Noutras palavras, esta epístola foi escrita com os seguintes
propósitos:
1. Consolar os crentes durante a perseguição (ITs 3.1-5);
2. Consolá-los acerca de alguns de seus mortos que morreram no exercício
da fé (ITs 4.13);
3. Despertar alguns que, na expectativa
da próxima vinda do Senhor, haviam caído no erro de supor que não fosse
necessário trabalhar mais (ITs 4.11-12).
A Epístola de II Tessalonicenses - A segunda Epístola
aos Tessalonicenses vem como um complemento à primeira, e expõe com detalhes
alguns dos acontecimentos que estarão relacionados com a vinda de Cristo, e que
relação terá ela com os crentes perseguidos, os pecadores que não se
arrependerem e a uma Igreja apóstata. Esta carta foi escrita com tríplice
propósito:
1. Consolar os crentes durante um novo surto de perseguições (IITs
1.4);
2. Corrigir uma falsa doutrina de que o dia do Senhor já tinha
vindo (ITs 2.1);
3. Censurar aqueles que se comportavam de forma desordenada.
RESUMINDO: Após esta resumida análise, destas quatro epístolas
do apóstolo Paulo, chegamos à conclusão de quão preciosos são os ensinamentos
que delas podemos extrair, ensinos que postos em prática, nos farão conhecer
melhor qual seja à vontade de Deus para com as nossa vidas.
1. Na Epístola aos Filipenses aprendemos que se Cristo sendo Deus,
humilhou-se assumindo forma de servo, de igual modo nós também devemos seguir o
seu exemplo, nos fazendo servos seus e dos homens também.
2. Na Epístola aos Colossenses aprendemos a necessidade de vigilância
contra a penetração de falsos mestres e falsos ensinos no seio da Igreja do
Senhor.
3. Na primeira Epístola aos Tessalonicenses aprendemos a doutrina da
esperança e da necessidade de negociarmos espiritualmente até que Ele volte.
4. Na segunda Epístola aos Tessalonicenses aprendemos acerca da ordem
dos acontecimentos que precederão e sucederão à volta do Senhor, e sobre a
necessidade de vivermos uma vida santa, se é que queremos subir com Ele na sua
vinda.
A Epístola a I Timóteo - A primeira epístola a Timóteo é a
primeira das chamadas “Epístolas Pastorais”. As demais são II Timóteo e Tito.
São assim chamadas por serem dirigidas a ministros com o propósito de
instruí-los no governo da Igreja. Esta carta foi escrita principalmente para
instruir Timóteo nos deveres do seu cargo, para anima-lo e para admoestá-lo
contra os falsos mestres. A epístola em si mesma é um tratado inigualável
quanto à sã doutrina, à oração em público, às qualidades indispensáveis ao
ministro do Evangelho, como combater doutrinas falsas, instruções pastorais e
exortações finais.
A Epístola a II Timóteo - A segunda carta de Paulo a Timóteo é um
desdobramento da primeira. Lealdade ao Senhor e à verdade, em face à perseguição
e a apostasia, é sugerido como tema desta epístola. Foi escrita pelas
seguintes razões: pedir a presença de Timóteo em Roma, onde Paulo se encontrava
encarcerado; para admoestá-lo contra os falsos mestres; para anima-lo em seus
deveres; para fortalecê-lo face às perseguições vindouras.
A Epístola a Tito - Acerca desta epístola disse Martinho
Lutero: Esta é uma epístola curta, mas é um resumo da doutrina cristã, e,
constituída de tal maneira que contém todo o necessário para um conhecimento da
vida cristã. O tema desta epístola pode ser definido d seguinte maneira: a
organização duma verdadeira Igreja de Cristo; e um apelo à Igreja para ser fiel
a Cristo.
Em síntese esta epístola foi escrita
com o propósito de instruir Tito acerca da organização da Igreja em Creta, e
para dirigi-lo quanto à maneira de tratar o povo.
A Epístola a Filemom - A epístola de Paulo a Filemom é a única
carta do apóstolo destinada a uma pessoa; a única desse tipo que foi conservada
e incorporada às Escrituras Sagradas. Pela forma amistosa com que Paulo a
escreve, ela é conhecida como a epístola da cortesia. Diretamente ela não
contém muito de doutrina cristã. Seu valor principal acha-se na descrição da
prática externa da aplicação da doutrina cristã na vida diária e do cristianismo
prático em relação aos problemas do dia-a-dia do crente. A carta é do
tipo carta de recomendação, escrita por Paulo, destinada a seu irmão e
amigo Filemom, a respeito de Onésimo. Por causas desconhecidas, (talvez furto),
Onésimo foge do seu amo, Filemom, e chega a Roma.
Aí, ouve a pregação de Paulo e se
converte à fé cristã. Como a conversão requer o ato de restituição, Onésimo é
admoestado a voltar a seu antigo amo, razão porque Paulo escreve esta epístola
a Filemom, recomendando-o, como irmão em Cristo.
O piedoso escritor Myer Pearlman, fez
valiosas observações sobre esta epístola que abordamos a seguir:
1. O seu valor pessoal encontra-se no fato de nos proporcionar
conhecimento do caráter de Paulo, revelando o seu amor, humildade, cortesia,
altruísmo e tato.
2. Seu valor providencial. Aprendemos por ela que Deus pode estar
presente conosco e nos ajudar nas circunstâncias mais adversas da vida (Fm
15).
3. Seu valor prático. Somos animados a buscar e redimir o mais
baixo e degradado pecador. Onésimo não tinha nada que o recomendasse, porque
era um escravo fugitivo, e pior ainda, um escravo da Frigia, uma região notória
pelo vício e grosseria de seus habitantes. Mas Paulo ganhou-o para Cristo.
4. Seu valor social. A epístola demonstra a relação entre o
cristianismo e a escravidão. Na época de Paulo, havia cerca de seis milhões de
escravos no império romano e a sua situação em geral, era de miséria. Porém,
Onésimo, ainda que escravo, agora convertido, é posto em pé de igualdade com
Filemom, seu amo, segundo o conceito de Paulo.
5. Seu valor espiritual. Proporciona-nos alguns símbolos notáveis
da nossa salvação. Os seguintes acontecimentos sugerem ao aluno tais símbolos:
Onésimo abandonando o seu amo; Paulo encontra-o; Paulo intercedendo em seu favor;
a identificação de Paulo com o escravo; Paulo se oferecendo para pagar a
dívida; a recepção de Onésimo por Filemom por causa de Paulo; a restauração do
escravo ao favor do seu amo.
RESUMINDO- Do estudo, cuidadoso, destas últimas quatro
epístolas de Paulo podemos auferir os mais elevados lucros espirituais, lucros
que aplicados à nossa vida, implicarão em grande lucro para a mesma e para a
Igreja do Senhor Jesus Cristo da qual somos membros.
1. Na primeira epístola a Timóteo aprendemos quanto à necessidade de
mantermos íntegros o ministério que Deus nos tem confiado, de sorte que sejamos
obreiros aprovados.
2. Na segunda epístola a Timóteo aprendemos que é possível viver uma
vida leal ao Senhor e à verdade, e ainda assim sofrer a oposição da apostasia dos
falsos mestres.
3. Na epístola a Tito aprendemos como organizar uma Igreja sobre Jesus
Cristo, o fundamento inabalável, e como cooperar para que ela se mantenha fiel
à Cristo.
4. Na epístola a Filemom aprendemos que todos os salvos são um em
Cristo, independentemente da classe social à qual pertençam.
TEXTO 4 – A ética nas
epístolas aos Hebreus e de Tiago
A Epístola aos Hebreus - A epístola aos Hebreus se constitui uma espécie de espinha
dorçal das demais epístolas. Ela é qual divisor entre as epístolas de
Paulo (Romanos a Filemom), e as epistolas gerais (Tiago a Judas). Como o nome
indica, foi escrita, particularmente aos judeus crentes, embora tenha um valor
permanente e uma aplicação contínua
para todos os crentes, em todas as épocas. A leitura dessa epístola revela o fato de que a maior parte dos hebreus cristãos, à qual se dirige o autor,
estava em perigo de afastar-se
e apostatar da fé. Comparado com a nação inteira, era um pequeno grupo de pouca expressão,
considerados pelos seus patrícios
como traidores e objetos de suspeita e ódio. Sentiam o seu isolamento,
separados do resto da nação. Por isto estavam sob constantes ameaças e perseguições. Face à perspectiva de iminente perseguição,
sentiram-se desanimados e quase
a desfalecer na fé. Por isso tiveram o seu crescimento espiritual impedido (5.11-14); outros estavam
negligenciando o culto
(10.24-25); enquanto que outros tinham as suas mentes voltadas para o t e m p l o e m em Jerusalém para os sacrifícios e demais
cerimônias pomposas que ali eram oferecidos. Estavam em perigo de abandonar o cristianismo e se voltar para
o judaísmo.
Mas, com o
propósito de impedir esta tragédia espiritual, o autor da
epístola (cujo nome ignoramos) foi levado a escrever esse brado
de alerta, começando por mostrar a superioridade do sacerdócio de
Cristo, os resultados eternos de se viver uma vida de fé, ainda,
que, sob a oposição e perseguição, e ainda o fato inesquecível de que mesmo o
filho mais querido de Deus não é poupado da Sua disciplina,
pois Deus castiga àquele a quem ama.
A epistola de Tiago - A
epístola de Tiago é a primeira das "epístolas universais", assim
chamadas porque de certa forma se dirigem a todos os crentes, de todas as
épocas e em todos os lugares. Dado às suas declarações
francas e concisas de verdades morais, pode ser chamada o
"Provérbios" do Novo Testamento.
Diferente das
demais epístolas até aqui abordadas, a epístola de Tiago contém poucas
instruções doutrinárias, pois o seu principal
propósito é pôr em destaque o aspecto religioso da verdade.
Os dois principais pontos desta epístola são a fé e as
obras. De acordo com o que Tiago explica, a fé que não produz
santidade de vida é coisa morta, meramente um consentimento a uma doutrina, que
não vai além do intelecto. Tiago salienta ainda a necessidade duma fé viva e
eficaz como meio de alcançar a perfeição cristã. Diante
da preciosidade do ensino prático da epístola de Tiago,
escreveu certo comentador:
Há aqueles que
falam da santidade e são hipócritas; aqueles que professam o amor perfeito, mas
que não vivem em paz com os irmãos; aqueles que ostentam muita fraseologia
religiosa, mas fracassam na filantropia prática. Esta epístola foi escrita para
eles. Talvez não lhes dê muito consolo, mas deve
ser-lhes muito útil. O misticismo que se contente com sistemas e frases
religiosas, mas negligencia o sacrifício real e o serviço devoto, encontrará
aqui o seu antídoto. O antinomianismo que professa grande confiança na livre
graça, mas que não reconhece a necessidade duma vida pura correspondente, deve
estudar a sabedoria prática desta epístola. Os quietistas que se contentam
em sentar-se e cantar para conseguir a felicidade eterna, devem ler esta
epístola até sentirem a sua inspiração a fim de apresentarem ativamente as boas
obras. Todos aqueles que são fortes na teoria e fracos na prática, devem
mergulhar no espírito de Tiago; e como há gente desse gênero em cada comunidade
em todas as épocas, a mensagem da epístola nunca envelhecerá. (Através
da Bíblia Livro
por Livro, pgs 324/325).
Em resumo - Através destas
duas epístolas aprendemos lições do mais alto quilate,
dentre as quais, duas:
1. Em Hebreus aprendemos o segredo da perseverança
de seguir a Cristo a despeito da oposição dos inimigos e até
mesmo os da nossa família.
2. Em Tiago aprendemos que o cristianismo autêntico
se evidencia não apenas por fé ou por obras, mas por fé e por
obras.
A ética nas epístolas de I Pedro a Judas
As epístolas, desde I
Pedro à epístola de Judas, inclusive a epístola de Tiago, já estudada no texto
anterior, como já frisamos, formam o grupo das “Epístolas Gerais”. A análise
delas se reveste de singular importância pelo papel que elas exercem no seio da
comunidade cristã dos primeiros séculos, como código de ética da Igreja.
A Epístola de I Pedro - A primeira epístola do apóstolo Pedro
se constitui prova irrefutável da maturidade alcançada pelo apóstolo face à
missão que o Senhor lhe dera, mostrada em Lc 22.32 “... tu, pois, quando
te converteres, fortalece os teus irmãos”. A epístola é destinada aos crentes
que estavam passando por tempos de provação e de sofrimento; e foi escrita com
o propósito de animá-los e de assegurar-lhes de que tudo quanto necessitavam
para triunfar, havia sido provido na graça de Deus (5.10). Por isso o tema
desta epístola pode ser resumido da seguinte maneira: a suficiência da graça
divina e a sua aplicação prática com relação à vida cristã e para suportar a
prova e o sofrimento.
A Epístola de II Pedro - Enquanto a primeira epístola do
apóstolo Pedro trata dum perigo que vem de fora (a perseguição), a segunda
trata dum perigo que estava dentro da Igreja, (a falsa doutrina). Uma vez
detectado este problema, Pedro apressou-se em escrever esta epístola como meio
de denunciar os falsos mestres e de ajudar os crentes a enfrentar a oposição
daqueles. Em síntese, esta epístola ensina que o conhecimento completo de
Cristo é uma fortaleza constante contra a falsa doutrina e uma vida impura.
A Epístola de I João - A primeira epístola do apóstolo João é
um belo exemplo duma carta afetuosa dum pai espiritual a seus filhos na fé, na
qual ele os exorta a cultivar a piedade prática que produz a união perfeita com
Deus, e a evitar esta forma de religião em que a vida não corresponde à
profissão.
A frequente repetição da
palavra amor e a da expressão filhinhos meus, faz com que a sua
epístola tenha uma atmosfera de ternura. O tema desta epístola poderia ser
condensado nas seguintes palavras: Os fundamentos da segurança cristã e da
comunhão com o Pai.
A Epístola de II e III João - Enquanto que a primeira carta de João
se destina à família cristã em geral, prevenindo-a contra a falsa doutrina e
exortando-a à piedade prática, a segunda carta é dirigida a um membro em
particular dessa mesma família, escrita com o propósito de instruí-lo quanto
à atitude correta para com os falsos mestres. João a escreve num tom tão forte
que o tema da mesma pode ser dado nas seguintes palavras: é dever do crente
obedecer à verdade e evitar comunhão com os seus inimigos.
Já a terceira epístola de João dá uma ideia
de certas condições para elogiar Gaio por ter recebido em sua casa alguns
missionários itinerantes que foram menosprezados por Diótrefes, pastor da
Igreja, e para denunciar a falta de hospitalidade e tirania deste.
A Epístola de Judas - A epístola de Judas, como outras das
epístolas universais, também condena a apostasia na Igreja, e desmascara os
líderes que a promoviam. Foi à presença desses homens na Igreja e as suas
atividades em propagar as suas doutrinas, que fez Judas escrever esta epístola,
cujo tema é: o dever que têm os cristãos de guardarem-se sem mancha, e de
lutarem sinceramente pela fé, no meio da apostasia.
Em resumo - Por fim, destas epístolas estudadas, aprendemos o
mais salutar ensino, útil à nossa educação e firmeza nos caminhos do Senhor.
Por exemplo:
1. Na primeira epístola de Pedro aprendemos que a graça divina é
suficiente, para nos fazer aptos a suportar a prova e o sofrimento pela causa
de Cristo.
2. Na segunda epístola de Pedro aprendemos sobre a necessidade de ter
conosco o conhecimento de Cristo como forma de nos manter fortes contra as
doutrinas falsas e uma vida impura.
3. Na primeira epístola de João aprendemos o segredo duma vida de amor a
Deus e ao próximo, no entanto evitando aqueles que ensinam heresias e
prejudicam a Igreja do Senhor.
4. Na segunda e terceira epístolas de João aprendemos como viver uma
vida de piedade, como evitar os falsos mestres, e acerca do valor da
hospitalidade a favor daqueles que militam na causa de Cristo.
5. Na epístola de Judas aprendemos a evitar os falsos mestres e a lutar
pela fé uma vez dada aos santos.
Lição 5 - Ética na Família - Nesta e na lição
seguinte abordaremos a ética na família, tratando de temas, os mais variados
como sejam: a vida do solteiro, problemas conjugais e problemas com os filhos.
Quando Deus criou o ser humano, dotou-o de mecanismos especiais que mantém a
atração entre os sexos. Trata-se dum conjunto de sentimentos e emoções,
inclusive o sexo propriamente dito que leva o rapaz a sentir forte atração por
uma garota, e vice-versa. Desse cortejo, surge o namoro, logo após o noivado e
segue-se o casamento.
TEXTO 1 – A vida de solteiro - Em nossa sociedade as
pessoas solteiras são definidas como aquelas que não são casadas. Podemos
separar em três grupos distintos:
1 - Aquelas vidas que nunca se casaram.
2 – Aquelas que se divorciaram ou estão em processo de divórcio.
3 – E aquelas que são viúvas.
1 – As que nunca se casaram. Em muitos lugares do mundo, a família
é que dá amparo e companhia para os solteiros que fazem parte dela. Entretanto,
tem se tornado comum o fato de muitos solteiros deixarem suas famílias e se
mudarem para outras cidades, seja por causa de um emprego, seja por uma razão
qualquer. Os sentimentos mais comuns encontrados naqueles que nunca se casaram
é medo, incerteza, contentamento e desesperança.
2 – As que são divorciadas. Muitos problemas enfrentam os
divorciados como solteiros. É possível que o divorciado sinta-se rejeitado, ou
tenha a sensação de que as pessoas o estão condenando duramente pelo seu
fracasso do seu casamento. Pode ser que enfrente sofrimento e até perca as
esperanças. Sua rotina poderá mudar drasticamente, principalmente quando a
responsabilidade pela criação dos filhos não é dividida. É possível que tenha
de lidar com sentimentos de raiva, amargura, rancor, solidão e de dor pela
perda do cônjuge.
3 – As que são viúvas. A grande maioria dos problemas enfrentados
pelos viúvos são: tristeza, solidão, mudança drástica de rotina, falta de alvos
e sentimentos de abandono. É possível que passem também por dificuldades
financeiras e tenham que se ajustar (principalmente a mulher) à sua nova
condição.
Alguns versículos bíblicos para estas situações:
Sofrimento por ter sido maltratados por alguém. (Sl 91.4; 1ª Pe 4.12-19;
Hb 2.18)
Sentimentos de rejeição. (2ª Co 12.9; Is 53.3; Jo 1.11; Sl 130.4-5)
Medo. (Dt 33.12; 1ª Jo 1.9; Js 1.9; 2ª Co 12.10)
Tristeza, sofrimento. (Sl 18.29; Sl 66.10-12; 2ª Co 1.3-4,6)
A - Aspectos positivos da vida de solteiro.
1 - Deus aprova o celibato como alternativa para o casamento - Quando
falamos em celibato, estamos falando da pessoa que não possui nenhum tipo de
envolvimento sexual, ou seja, que é sozinha. Por causa da situação difícil em
que o mundo se encontra e devido aos problemas que a vida de casado pode
trazer, o apóstolo Paulo sugere que o melhor para os solteiros é permanecerem
como estão. Segundo ele, quem não é casado está livre das preocupações e das
dificuldades que a responsabilidade por uma família traz. (1ª Co 7.26-32) Ao
sugerir isso, Paulo não estava querendo obrigar ninguém a permanecer solteiro.
Estava apenas dando uma boa alternativa àqueles que, de fato, não desejam se
casar. (1ª Co 7.35)
2 – O celibato é um dom especial – Para que alguém se mantenha na
condição de solteiro é preciso que tenha um dom para isso. Creio que esse dom é
dado livremente por Deus a qualquer pessoa que dele precise, quando e pelo
tempo em que ele for necessário. Tanto Jesus quanto Paulo se referiram ao
celibato e ao casamento como sendo dons. Deus nos ama e pode suprir todas
as nossas necessidades, sejam elas quais forem e no momento em que precisarmos.
A pessoa que deixa de se casar para
poder dedicar sua vida à edificação do reino dos céus é uma dádiva especial
para a Igreja. Conheço muitas mulheres e homens dedicados ao Senhor, que mesmo
tendo a oportunidade de se casarem, preferiram investir a vida no ministério;
alguns deles servindo como missionários em países distantes. Fizeram essa
escolha porque sabiam que de outro modo seria impossível efetuarem aquilo que
Deus os chamara para fazer. O apóstolo Paulo é um exemplo disso. Ele disse em
1ª Co 7.7.
3 – O celibato é uma oportunidade – (Mt 19.11-12 e 1ª Co 7.32-35)
Vamos refletir um pouco sobre isto: Paulo destaca esse mesmo motivo para
que alguém opte pelo celibato. Ele observa que o homem solteiro é livre para
cuidar das coisas do Senhor, enquanto que o casado fica dividido. De modo
análogo, a mulher casada preocupa-se em agradar o seu marido (o que é certo),
ao passo que a solteira é livre para se dedicar completamente e sem reservas ao
serviço do Senhor. É claro que todos os crentes são chamados a uma vida de
dedicação completa a Deus. Contudo, os solteiros têm muito mais oportunidades
de se dedicar do que aqueles que têm uma família para cuidar. (Mt 6.33).
Aqueles que escolheram não se casar a fim de se dedicarem completamente à obra
do Senhor, descobrirão que Deus os ajudará continuamente a entregarem suas
necessidades a Ele e a servi-Lo de todo o coração. Grande é a recompensa que o
Senhor dará aos assumirem esse compromisso. (Mt 19.29)
B – Casar ou não casar? Algumas pessoas solteiras sentem que não
tiveram outra escolha. Aquele que se divorciou não escolheu esta situação, da
mesma sorte a viúva não escolheu essa situação. Pode ser que essas pessoas não
desejem permanecer na mesma condição pelo resto da vida.
Como devem proceder? A graça de Deus é suficiente para que enfrentemos
qualquer problema. O Senhor não exige que suportemos um fardo maior do que as
nossas forças. Cada luta que enfrentamos é uma oportunidade que temos de nos
tornarmos mais íntimos Dele e de experimentarmos Seu amor e cuidado conosco.
Temos aqui uma outra oportunidade onde teremos de identificar o problema,
entrega-lo a Deus e esperar que Ele faça com que as coisas cooperem para o
nosso bem. Ele nunca falhará. A pressão que as pessoas sentem para se casar,
quer seja de si mesmas quer seja da sociedade, geralmente as leva a usar
métodos incorretos para chegarem a casamento, ou mesmo para se casarem com uma
pessoa qualquer, ao invés de se casarem com alguém que Deus tem para elas.
Entre a pessoa certa que parece não chegar e uma outra qualquer, não faça a
segunda opção! A vontade de Deus é, em primeiro lugar, que sejamos santos, e
não que sejamos casados. (1ª Ts 4.1)
O tempo é fundamental em todos os
aspectos do plano de Deus para as nossas vidas. Casamentos por impulso, muito
rápidos, ou, antes da pessoa estar preparada, têm acabado por essa razão. Em
alguns casos, os casais se enganaram um em relação ao outro, ou talvez fossem
muito imaturos para administrar as pressões da vida de casados. Os solteiros
não devem se precipitar em relacionamentos que não são da vontade do Senhor,
Deus pode e suprirá as necessidades sociais das pessoas solteiras através da
comunidade cristã e da comunhão com os irmãos e irmãs em Cristo. Todos nós,
quer casados quer solteiros, devemos nos empenhar em desenvolver e preservar um
caráter cristão forte e maduro. Os padrões de Deus são os mesmos – tanto para
casados quanto para os solteiros. Assim, se Deus conduzir alguém ao casamento,
a base já estará firme.
C – Enfrentando problemas específicos - A grande maioria dos
problemas se encontram dentro das pessoas. Aqui vão algumas orientações que o
ajudarão a encontrar soluções para os problemas que você pode enfrentar como
solteiro.
1 – Olhe para dentro de você. Pode ser que você não seja capaz de
mudar as circunstâncias ao seu redor, mas pode mudar sua atitude em relação a
elas. Lembre-se de que alegria do Senhor é a nossa força! E, tudo posso naquele
que me fortalece!
2 - Reconheça sua posição em Cristo. Cristo deu a Sua vida por
você! Ele o ama e Nele você é aperfeiçoado (Cl 2.10). Você é uma dádiva
especial para a Igreja. Aproveite a liberdade especial que você tem, para se
dedicar totalmente à obra de Deus. Agradeça-Lhe a oportunidade de servi-Lo e de
ser tudo o que você pode ser para Ele.
3 – Envolva-se em ajudar os outros. Há muitas pessoas que se dentem
mais solitárias, mais deprimidas e que estão sofrendo mais do que você.
Descubra maneiras de amenizar o fardo que elas carregam. Seja sociável.
Mantenha-se ocupado. Tenha sempre algo para fazer. Tenha sempre um alvo a
atingir.
4 – Aumente o tempo de leitura
bíblica, meditação e oração.
5 – Aplique os princípios cristãos para a solução dos seus
problemas – Se há uma solução definitiva para o problema, Deus lhe
mostrará a resposta quando você se aplicar ao problema. Se não puder enxergar
nenhuma saída, entregue o problema a Deus e confie que Ele fará tudo cooperar
para o seu bem. Independentemente das circunstâncias, você pode viver uma vida
cristã vitoriosa e feliz. Quanto maiores as lutas, maior será o testemunho para
as pessoas. Basta que você confie e obedeça ao Senhor, deixando que Ele realize
Sua vontade em sua vida.
D – Como a Igreja pode ajudar - A Igreja pode desenvolver um
ministério importante e eficaz para as pessoas solteiras. Nas epístolas, os
crentes são, várias vezes, incentivados a cuidarem uns dos outros. Vejamos: Gl
6.2; Ef 4.32; Gl 6.10; Tg 5.16; Rm 12.5,10,13,15; Fp 2.4. A melhor maneira de
os crentes casados ajudarem é tornando-se sensíveis aos sentimentos e às
necessidades especiais dos crentes solteiros. Devem ser evitados apelidos
pejorativos como “solteirona”, “encalhado”, e etc, Devem ser integrados em atividades
proveitosas, onde eles possam exercitar os seus dons, tirando partido (sem
abusar, é claro!) da facilidade que têm de dedicar mais tempo para o
ministério. Eles podem ser de grande ajuda para os pastores e outros líderes da
Igreja. Os mais tímidos e aqueles que parecem não querer s envolver com nada,
devem receber uma atenção especial, Pode ser que estes estejam extremamente
feridos e necessitados de alguém que lhes passe segurança e que lhes mostre o
quanto são amados.
Se observarmos todas estas condições,
teremos condições abençoadoras, condições em Deus para um grande
relacionamento. O namoro do crente deve ser Santo. O namoro do crente nada mais
é do que um relacionamento entre irmãos com objetivos futuros. É um tempo de
estudos e confirmações. Deus tem o melhor para a vida dos solteiros. Descanse
n’Ele.
TEXTO 2 – Problemas conjugais - Seria impossível
nesse pequeno espaço discutir e encontrar soluções para todos os problemas
enfrentados no âmbito familiar. Quando discutimos os relacionamentos em sociedade,
cobrimos muitas áreas de problemas que podem também ser aplicadas ao universo
familiar. Nesta lição, nós nos esforçaremos para discutir aqueles problemas que
são unicamente familiares e procuraremos os princípios bíblicos que nos darão
orientação em cada estância. Primeiramente, examinaremos alguns problemas mais
sérios que podem existir entre o marido e a esposa.
1 – Diferenças espirituais - Os problemas surgem
em alguns casamentos pelo fato de um dos cônjuges ser crente e o outro não ser.
Muitas vezes as pessoas se casam com um incrédulo, achando que após se casarem
serão capazes de ganha-lo para o Senhor. Uma outra situação ocorre, quando após
o casamento um dos cônjuges se converte e o outro não.
Os problemas que surgem de tal
circunstância são enormes: o cônjuge crente passa a se interessar pelas coisas
de Deus, quer frequentar a Igreja e desenvolver a maturidade cristã, enquanto o
outro permanece atraído, e envolvido pelos prazeres mundanos. Não há consenso
quanto a criação dos filhos, e as possibilidades desses aceitarem a Cristo,
como seu Salvador pessoal, são muito menores, dado o exemplo anticíclico que
recebem do pai e da mãe incrédulo(a). Às vezes o crente, levado pelo cônjuge
que ainda não aceitou a Jesus, pode até mesmo vir a se desviar de sua fé em
Deus e a cair no pecado. A melhor solução para esse problema e para qualquer
outro, naturalmente, é evitá-lo. O casamento entre o crente e o incrédulo é
proibido, de acordo com a palavra de Deus. (2ª Co 6.14-18)
É claro que não pode haver comunhão ou
entendimento entre o certo e o errado, a luz e as trevas, Cristo e Satanás.
Além das necessidades humanas básicas, não há nada em comum entre o crente e o
não-crente. O jovem ou a jovem que deseja de tal forma se casar e que esteja
disposto(a) a ignorar este importante ensinamento bíblico, estará abrindo a
porta para uma vida de sofrimento e de problemas. O modo como Deus espera é, de
fato o melhor, e Ele suprirá todas as nossas necessidades se O obedecermos.
Para o crente que é casado com um
incrédulo, possivelmente porque se casou antes de se converter, o apóstolo
Paulo deixou algumas instruções específicas em 1ª Co 7.12-16. O apóstolo Paulo
aconselha o crente a permanecer casado enquanto houver consentimento do
outro com o casamento. O crente não deve nunca abandonar o seu cônjuge. Nesse
caso também, Deus é poderoso para suprir o amor e a graça necessária. E quem
sabe o cônjuge não se converterá um dia? Por que você acha que o crente é
instruído a permanecer casado com o incrédulo, em casas como este que acabamos
de citar? (Leia Mt 19.4-6).
Em muitos lares é a mulher quem tem de
assumir a responsabilidade da liderança espiritual em sua família. Isso não
agrada a Deus, pois Ele determinou que o marido fosse o cabeça do lar, e isso
abrange, também, a liderança espiritual. Normalmente os filhos seguem o exemplo
do pai; e este não pode esperar que sua família chegue a um nível espiritual
mais elevado do que o dele próprio. Os problemas espirituais enfrentados em
casa só podem ser resolvidos através da obediência aos princípios bíblicos.
2 – Diferenciando as necessidades sexuais - As vezes em um
casamento é possível que um dos cônjuges tenha mais necessidade de ter relações
sexuais que o outro. Privar-se um ao outro de relações sexuais é algo contrário
à Bíblia, salvo quando há mútuo consentimento e por curto período (1ª Co 7.5).
O marido é a esposa que desejam se agradar mutuamente, concederão um ao outro o
que lhes é devido, como ensina a Palavra de Deus (1ª Co 7.3-4). Ao mesmo tempo,
ambos devem estar sensíveis às verdadeiras necessidades de seu cônjuge por
outras formas de expressão de amor e afeto que não tenham como objetivo a
relação sexual. O casal que seguir os ensinamentos bíblicos com relação a esse
assunto, descobrirá que a satisfação sexual no casamento os ajudará a ficarem
unidos para enfrentar problemas em outras áreas.
- Infidelidade - Provavelmente o problema que mais
ameaça os casamentos é a infidelidade (relações sexuais ilícitas ou adultério).
Tanto no Velho Testamento quanto o Novo proíbem categoricamente o adultério.
Estaremos agora, abordando este assunto do ponto de vista do cônjuge inocente
ou traído.
- Como você deve reagir se o seu cônjuge cometer adultério?
- Será que deve pedir o divórcio imediatamente?
- Você deve manter o casamento se a traição continuar se repetindo?
- De acordo com Mt 19.9, o divórcio é permitido somente em casos de
adultério.
- Se um casamento terminou por causa de infidelidade, o cônjuge traído
poderá se casar novamente?
Os estudiosos da Bíblia não chegaram a
um consenso no tocante à interpretação do que a Bíblia diz sobre isso. Para
alguns, as palavras de Jesus me Mt 19.9, permitem um novo casamento em tais
circunstâncias. Por essa interpretação, quando há adultério a pessoa rompe o
vínculo que a torna “uma só carne” com o seu cônjuge, e esse, portanto, deixa
de estar unido a ela. Em casos assim, a pessoa traída estaria livre para se
casar novamente com alguém que não esteja, de alguma forma, impedido de se
casar. Muitos fatores podem contribuir para que haja adultério. Por exemplo,
quando o esposo ou a esposa se nega a ter relações sexuais, seu cônjuge poderá
ser induzido a procurar satisfazer suas necessidades com outra pessoa. Um outro
exemplo é quando um dos cônjuges, despreparado espiritualmente e numa situação
de grande tentação, dá lugar a ela. Ambas as situações constituem pecado e
certamente Deus não isenta de culpa ninguém que as pratica.
Entretanto, vamos supor que a pessoa
que foi infiel se arrependa profundamente de seu pecado e peça perdão. Nesse
caso, será que o cônjuge traído deve perdoar e renovar a unidade de seu
casamento? Provavelmente essa é uma das ofensas mais difíceis de perdoar que
alguém pode enfrentar em sua vida. A dor oriunda de situações em que a
confiança no outro é perdida se instala no fundo do coração, sendo muito
difícil confiar novamente. Entretanto, o princípio do perdão é um dos
ensinamentos mais poderosos em toda a Bíblia. Cristo não apenas ensinou a
perdoar (Mt 6.14), como também perdoou (Lc 7.47-50). Deus abomina o pecado, mas
ama os pecadores de tal forma que permitiu que Seu próprio Filho amado fosse
ferido, insultado, e pendurado no madeiro para que os nossos pecados fossem
perdoados. Cristo também perdoou a mulher adultera (Jo 8.3-11). Que maior amor
poderia ser demonstrado a um cônjuge do que lhe conceder a mesma medida de
perdão que Cristo demonstrou a nós? Se o casamento puder ser salvo e um lar
cristão preservado, e se tanto o marido quanto a esposa puderem renovar seus
votos, um para com o outro, e para com o Senhor.
Deus abençoará aquele que se dispuser a
perdoar. Em tal situação, nenhum dos dois deverá discutir o assunto
novamente – nem entre si, nem com outras pessoas. Esse assunto deve
ser perdoado e esquecido. A experiência deve servir apenas como lembrete
do poder que Satanás tem de levar-nos a pecar.
- O divórcio - Estaremos expondo os princípios gerais
referentes ao divórcio, que se aplicam aos crentes. (Ml 2.13-16). Vemos
claramente qual é a opinião do Senhor em relação ao divórcio. Neste trecho das
Escrituras, o Senhor explica que a razão pela qual Ele espera que o marido e a
esposa sejam fiéis, um ao outro, é para que seus filhos sejam, verdadeiramente,
parte do povo de Deus. Os filhos de um casamento cristão são do Senhor num sentido
especial. As crianças que são vítimas do divórcio enfrentam sérios problemas.
Conheço um pastor que passou dois anos lecionando quarenta meninos delinquentes
que haviam sido levados por ordem das autoridades legais para um lar de
menores. Foram para lá porque haviam se envolvido com muitos crimes. Aquele
pastor me contou que a única experiência que todos aqueles garotos tinham em
comum era a de terem pais divorciados. Não estou dizendo que todos os filhos de
pais divorciados se envolvem com a criminalidade; entretanto, a maioria deles
acaba sofrendo de uma forma ou de outra.
Regras gerais referentes ao divórcio são:
1) O divórcio é proibido (vedado) para o crente. (1ª Co 7.10-11)
2) É proibido casar-se com pessoas divorciadas. (Lc 16.18; Mt
5.32; Mt 19.9; 1ª Co 7.11)
3) Os divorciados não podem se casar novamente. (1ª Co 7.10-11)
4) Segundo a opinião de alguns, a única situação em que é possível que
um crente se divorcie e se case novamente é o adultério. Mas mesmo em tal
circunstância, há um preço a ser pago em termos de sofrimento, de danos
emocionais para os filhos e do testemunho cristão.
Por isso, para os casos em que o
divórcio já aconteceu e não há nenhuma possibilidade de renovação dos votos
matrimoniais porque um dos cônjuges se casou novamente, então os irmãos da
Igreja devem servir como fonte de apoio e consolo para os divorciados.
Deus não dá as costas a ninguém que clame a Ele por ajuda. Ele dará a
estes a força para reconstruírem sua vida e para enfrentarem os problemas que o
divórcio traz.
“Creio que quando um homem e uma mulher
se unem em matrimônio, uma aliança espiritual é realizada, pois a Bíblia afirma
que o que Deus uniu não separe o homem. Se Deus uniu, e Deus é espírito, logo é
uma união espiritual. Nenhum ser humano pode separar. Mas, no natural, o homem
criou o divórcio. Na realidade o que se separa são os corpos e não a aliança,
pois ela é até que a morte os separe. Mesmo divorciados ambos se encontram
unidos em uma aliança, por Deus. Por isso, este Ministério não estimula e não
compactua com o divórcio. Deus nos manda perdoar. O perdão é a base do
cristianismo. Mas, se o homem ou a mulher recebem a Jesus neste estado,
necessitamos entender o que a Palavra de Deus nos orienta. (1ª Co 7.17-24)”.
TEXTO 3 – Problemas conjugais (continuação)
Outros problemas conjugais - Vamos mencionar outros problemas que
podem trazer tristeza e discórdia para a família.
1) Falta de confiança e respeito mútuo - Conheço um marido que
tem prazer em humilhar a esposa na presença de outras pessoas. Conheço também
uma mulher que parece aproveitar todas as oportunidades que tem para depreciar
seu marido, discordando dele ou corrigindo tudo o que ele diz, na frente dos
outros. Talvez estejam agindo assim para descontar no outro alguma lacuna no comportamento.
Essa lacuna pode ser: omissão de amor e de submissão; entretanto, essa,
certamente, não é a maneira como o crente deve lidar com seus problemas de
relacionamento. O padrão bíblico designa que o marido ame a sua esposa como
Cristo amou a Igreja (Ef 5.25-26) e que a esposa honre e respeite seu marido
(Ef 5.33). Nenhum dos dois deve dar motivos para que o outro sinta ciúme. O
casal cristão que enfrenta esse problema deve discuti-lo junto e abertamente e
ambos devem concordar em evitar situações que propiciem esse tipo de
sentimento. A pessoa que está sempre enciumada, sem que haja um motivo justo,
deve pedir ao Senhor que a ajude a vencer esse sentimento e a desenvolver
confiança em seu cônjuge. O ciúme ocorre quando falta respeito, submissão, compromisso
e confiança.
2) Falta de comunicação - “Meu marido nunca conversa comigo”.
Essa é uma reclamação comum às mulheres que muito provavelmente passam o dia
inteiro cuidando dos filhos pequenos, e quando chega à noite, estão desejosas
de conversar com o marido. Para que o casamento seja bom, é preciso haver boa
comunicação. O marido e a esposa devem dividir um com o outro, mais do que
qualquer outra pessoa, tanto suas alegrias, tristezas, esperanças e sonhos,
quanto os problemas do dia-a-dia.
3) Excesso de compromisso - Um psicólogo cristão de renome afirmou
ser este o problema número um de muitos lares cristãos, inclusive de pastores e
de outras pessoas que trabalham em tempo integral no Ministério. É fácil
envolver-se em muitas atividades fora de nossa casa e quase não sobra tempo
para a vida familiar. O lar se torna um lugar apenas para comer, tomar banho e
dormir. Muitas famílias são negligenciadas enquanto o pai trabalha para ganhar
dinheiro, ou fica ocupado ministrando às necessidades espirituais dos outros.
Ele dá o melhor de si em seu trabalho, mas muito pouco ou até mesmo nada para
sua esposa e filhos. Deus espera que utilizemos a inteligência que Ele nos deu
para estabelecer corretamente nossas prioridades. Se é papel do marido assumir
a liderança espiritual de seu lar, então ele precisa passar tempo em comunhão
com sua família, ensinando-a. (1ª Tm 3.1-12)
4) Problemas financeiros - O marido e a esposa devem juntos
estabelecer um orçamento familiar que cubra suas despesas essenciais e que
evite que fiquem cheios de dívidas difíceis de serem quitadas. O melhor
princípio é o de entregar fielmente a décima parte da renda familiar ao Senhor,
de acordo com o ensinamento bíblico (Ml 3.8 e Mt 23.23). Acredito firmemente
que muitas famílias enfrentam desnecessariamente problemas financeiros, doenças
e gastos não programados porque não dão com alegria ao Senhor à parte de sua
renda que Lhe é devida.
A Palavra de Deus enfatiza
repetidamente que devemos dar. No entanto, por mais que demos, não poderemos
ser mais generosos que o Senhor. Ele prometeu suprir nossas necessidades se Lhe
formos fiéis. (Lc 6.38). O apóstolo Paulo mencionou ter aprendido a estar
contente fosse na fartura, fosse na escassez (Fp 4.11). A felicidade certamente
independe das riquezas. O Senhor não quer que nos preocupemos em acumular
tesouros. O que Ele quer é que confiemos que Ele suprirá nossas necessidades
diárias.
5) Diferenças na forma de criar os filhos - Muitos problemas
surgem porque os pais não conseguem chegar a um consenso quanto à forma de
criar e disciplinar seus filhos. Isso pode ser evitado se eles obedecerem aos
princípios que a Bíblia oferece sobre esse assunto. Falaremos deles um pouco
mais adiante nessa lição. Os pais devem sempre mostrar unidade nas decisões que
dizem respeito aos filhos e devem discutir suas diferenças de opinião a sós,
para que as crianças não tirem proveito delas e criem mais discórdia entre
eles.
6) Problemas relacionados aos familiares - Ao se casar, o homem
deverá deixar seu pai e sua mãe e dedicar-se à sua esposa (Mt 19.5). Sua
responsabilidade é para com ela e seus filhos e, portanto, não deve permitir
que nada desestabilize a unidade de seu casamento. Entretanto, a Bíblia ensina
que se algum membro da família estiver passando por alguma necessidade séria,
não devemos virar as costas para ele. A Bíblia nos afirma em 1Tm 5.4-8 sobre a
dimensão da responsabilidade do crente incluir os avós, os demais parentes e as
viúvas da família.
Problemas com os filhos
- A desobediência - A desobediência aos pais é um dos
sinais dos últimos tempos. O único mandamento que traz uma promessa é o que se
encontra em Ex 20.12. Os filhos precisam aprender a ser obedientes através de
um ensinamento rigoroso e da disciplina dos pais (Pv 22.6). O ensinamento não
acontece da noite para o dia – é
necessário ter disposição e determinação para se ter controle das situações
(Pv 29.15). Os pais não devem permitir que seus filhos, enquanto pequenos, os
desobedeçam, se quiserem ter maior controle sobre eles nos anos da
adolescência. A rebeldia dos filhos adolescentes tem entristecido o coração de
muitos pais, atualmente. Um outro agravante é a crescente tentação que os
jovens enfrentam de experimentar drogas, bebidas alcoólicas e aventuras
sexuais. A Igreja tem sentido o impacto dessas pressões quando as próprias
famílias cristãs enfrentam a dor de ver uma filha solteira grávida, um filho
viciado em drogas, ou um filho ou uma filha abandonando a família, fugindo de
casa para buscar satisfação de forma que não agradam a Deus. Se a sua família
está enfrentando algum desses problemas, gostaria de incentivá-lo a fortalecer
sua fé e a não desistir. O Senhor se importa com você e ama seu filho rebelde.
Leia a parábola do filho pródigo (Lc 15.11-32) e arme-se de coragem.
Os pais cristãos podem tomar posse da
promessa de Deus em Pv 22.6. Pode haver situações em que tudo o que você poderá
fazer é entregar o seu filho problemático ao Senhor e confiar que Ele fará tudo
cooperar para o bem. Entretanto, esteja sempre pronto para ajudar seu filho a
sair do problema, quando ele lhe pedir ajuda. Da mesma forma que o Pai
celestial aceita de braços abertos o pecador arrependido, não importando o que
ele tenha feito. Os pais crentes devem mostrar amor e compaixão aos seus filhos
rebeldes quando estes lhes pedirem ajuda.
- Falta de ensino e disciplina - Quando o pai e a mãe
trabalham fora, é comum que não sejam tão enérgicos para encarar a
responsabilidade de ensinar e disciplinar os seus filhos. Normalmente o que
ocorre é que eles esperam que a Igreja e a escola cumpram essa função, que na
verdade foi dada a eles por Deus. Ensinar uma criança não é uma tarefa simples.
Não há como fazê-lo, simplesmente lhe dizendo como ela deve viver. É preciso
acompanhá-la de perto, corrigir cada erro, mostrar-lhe o que é certo e errado e
ensinar-lhe o que a Palavra de Deus diz. É um processo que deve durar até que
ele atinja a maturidade para sair de casa e assumir as responsabilidades de um
adulto.
- Falta de amor e compreensão - Todas as pessoas têm
necessidade de amor e afeição. As crianças que são criadas em um lar onde há
pouca demonstração de amor, encontram dificuldade em expressar amor às outras
pessoas. É importante que os pais tenham o cuidado de mostrar constantemente
aos seus filhos o quanto eles são amados. Os pais agem com falta de
entendimento quando exigem muito de seus filhos ou quando são muito liberais ou
tolerantes, deixando que os filhos façam tudo o que querem. Esses são dois
extremos que podem causar problemas. A criança que é constantemente criticada
ou ridicularizada se sentirá inferior e insegura, e esses sentimentos a
acompanharão mesmo na fase adulta. Entretanto, se a criação dos filhos for
encarada da maneira correta, será fácil evitar esses problemas.
Todo mundo recebe bem a aprovação e as
palavras de elogio. A repreensão pelo erro deve ser contrabalançada com
palavras de elogio quando a criança agir corretamente.
Os pais devem agir com base nos
princípios do amor, seja no relacionamento com os filhos, seja nos demais
relacionamentos. Todos têm o direito de ser tratados com dignidade e respeito,
independentemente da idade.
Responsabilidades dos membros da família
- Responsabilidades do marido
1 – Dar direção - O padrão bíblico estabelece que é o homem quem recebe
do Senhor a função de dirigir a família. Abraão, direcionado por Deus, deixou
sua parentela e seguiu para uma terra que o Senhor escolhera para ele (Gn
12.1). Jacó recebeu do Senhor a direção de voltar para a terra de seu pai (Gn
31.3). José, também, direcionado por Deus, fugiu para o Egito a fim de proteger
sua família (Mt 2.13).
O Espírito Santo inspirou a Paulo para
que explicasse o padrão de autoridade para a família cristã. (1ª Co 11.3; Ef
5.23; Ef 6.1). Da mesma forma que a cabeça deve ser sensível ao corpo todo,
para que possa comunicar-lhe a direção, o marido deve ser sensível às
necessidades de sua esposa e de seus filhos, e sensível à direção de Deus, para
que seja o líder espiritual de sua casa. O homem que vive em total submissão a
Cristo saberá conduzir as questões familiares de forma a agradar ao Senhor.
Isso inclui as questões espirituais também. (Js 24.15; At 16.31). A família
cristã, submissa ao Senhor, acatará a sua autoridade com alegria.
2 – Prover o sustento - É dever do homem suprir as necessidades
materiais de sua família e lhe dar proteção. (1ª Tm 5.8)
3 – Amar - O marido deve amar a sua esposa como Cristo amou a Igreja.
E como Cristo amou a Igreja?
a) Ele se entregou por ela. Ef 5.26; Rm 5.8
b) Para que a santificasse. Ef 5.26
c) Tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela Palavra. Ef 5.26
d) Para a apresentar a Si mesmo.... Santa e sem defeito. Ef 5.27
e) Cristo nos amou primeiro. 1ª Jo 4.19
f) Como a seu próprio corpo. Ef 5.28
- Responsabilidades da esposa - O Novo Testamento não
ensina que a mulher é inferior ao homem (Gl 3.28). Nesse versículo são
mencionados os escravos, os libertos, os gregos e, também, o homem e a mulher.
Ele ensina que Cristo aceita igualmente todas as pessoas, mesmo que sejam
diferentes umas das outras. A autoridade do marido é uma questão de
responsabilidade e de uma hierarquia bem organizada. Em toda a comunidade é
necessário haver lideranças e Deus escolheu o marido para ser o líder da
família.
Para haver um líder é preciso haver
seguidores. É papel da esposa seguir a liderança de seu marido, sendo submissa
a ele (Ef 5.24). Ela deve submeter-se como ao Senhor (Ef 5.22), respeitando ao
seu marido (Ef 5.33), como convém (Cl 3.18). Ela deverá se comprometer e se
entregar ao seu cônjuge da mesma forma que se compromete e se entrega ao
Senhor.
A esposa cristã precisa ter a maior
estima por seu marido: deve honrá-lo, preferir sua companhia à de outras
pessoas e admirá-lo. E caso seu marido não seja crente, ela poderá ganhá-lo
através de seu procedimento, sem precisar dizer nada (1ª Pe 3.1). Isso quer
dizer que o exemplo de uma vida coerente, que condiz com os princípios
bíblicos, é capaz de ganhar um marido não crente, sem necessidade de palavra
alguma. Em Tt 2.3-5 encontramos algumas outras responsabilidades das esposas.
Trata-se daquilo que as mulheres idosas
devem ensinar as mais novas. Entretanto, as mais experientes precisam cuidar
para que suas vidas sejam, de fato, exemplos. Precisam ser sérias no seu
proceder, não caluniadoras, ou escravizadas ao vinho. Só assim poderá ensinar
às mais novas.
- Responsabilidades dos filhos - A primeira exigência
que se faz dos filhos é que eles honrem e obedeçam a seus pais (Ex 20.12; Ef
6.1-4).
Deus abençoou os filhos que são obedientes
aos pais (Jr 35.6,7,18-19). Além disso, estes têm mais chances de criar seus
próprios filhos da maneira correta. Sair da infância não significa deixar de
honrar os pais. O jovem deve se lembrar dos ensinamentos e dos conselhos
paternos quando se tornar adulto e independente. Quando um jovem se beneficia
dos ensinamentos dos pais, eles se alegram imensamente (Pv 23.22-25). No Velho
Testamento vemos exemplos de filhos desobedientes e desrespeitosos que sofreram
castigos severos (Ex 21.15; Lv 20.9; Dt 21.18-21; Pv 28.24; Pv 30.17). Deus é o
cabeça de Cristo. Cristo é o cabeça do marido. O Marido é o cabeça da esposa.
Os filhos devem honrar pai e mãe. Quando essas instruções divinas relativas às
responsabilidades de cada membro da família são ignoradas, não é de se admirar
que os problemas surjam. A família que vive de acordo com esses padrões, vive
em amor, felicidade e satisfação, porque esses princípios realmente funcionam.
NOTA:
Este material didático foi extraído do
Livro Auto-didático publicado pela Escola de Educação Teológica das Assembléias
de Deus, do livro Ética Cristã, escrito por Dorothy Johns e de comentários
bíblicos inseridos pelos Pastores Joaquim Cancio e João Pedro Cancio.
COMPLEMENTAÇÃO DE INFORMAÇÕES:
Tabela Escatológica da Bíblia
A) O arrebatamento da
Igreja; 1 Co 15:51,52; 1 Ts 4:16,17
. Ressurreição dos mortos
. Transformação dos vivos
1ª Co 15:51-52 – Comentário: Essa transformação rápida que a Bíblia
relata no vers.52, aponta para uma palavra Grega “atomos”, que nos dá a idéia
de unidade indivisível do tempo, ou seja, vai ser algo rápido, instantâneo, que
não existirá meios para se medir a nível de tempo essa transformação.
B) Tribunal de Cristo
para os santos arrebatados, isto será realizado nas mansões celestiais. O
objetivo do Tribunal visa galardoar os salvos (Rm 14:10; 2 Co 5:10).
2ª Co 5:10 – Comentário: Ainda que o crente se salve da
condenação eterna pela justificação plena que a fé em Cristo alcança, ele será
julgado por suas ações – 1 Co 3:13-15.
C) Bodas do Cordeiro,
isto também será realizado nas Mansões Celestiais (Ap 19:9).
D) Manifestação de
Cristo em glória com os seus santos e anjos (Ap 1:7; Mt 25:31; Mt 24:30).
E) No intervalo do
arrebatamento da igreja e a manifestação de Cristo em glória, estará ocorrendo
na terra a Grande Tribulação. Possui duração de 7 anos, e o mundo passará pela
mais terrível catástrofe de todos os tempos, que não houve e nem tão pouco
haverá (Mt 24:21).
F) No final da Grande
Tribulação ocorrerá a Batalha do Armagedom (Um campo de batalha profético, onde
os reis da terra se reunirão para uma batalha no grande dia do Deus
Todo-Poderoso (Ap 16.16).
G) Julgamento das Nações
(Mt 25:31-46).
H) Prisão de satanás por
mil anos (Ap 20).
I) Inauguração do Reino
Milenal de Cristo na terra (Ap 20:4).
J) Satanás será solto
por um breve espaço de tempo, mas logo será preso para todo o sempre (Ap
20:7-10).
K) Juízo do Grande Trono
Branco (Ap 20:11-15).
L) Estabelecimento do
Novo Céu e Nova Terra. Introdução do Estado Eterno (AP 21:1-8).
ADAPTAÇÃO: EDIVALDO PEREIRA
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