IGREJA E DENOMINAÇÃO PORQUE TANTA DIFERENÇA

sábado, 17 de abril de 2010

O JUDAÍSMO OS MONOTEISTAS.

O judaísmo é a religião monoteísta mais antiga do mundo. Originou-se por volta do século XVIII a.C, quando Deus mandou Abraão procurar a terra prometida. Seu desenvolvimento ocorreu de forma conjunta com o da civilização hebraica, através de Moisés, Davi, Salomão, etc., sendo que foram esses dois últimos os reis que construíram o primeiro templo em Jerusalém.
Os judeus acreditam que YHWH (Javé ou Jeová, em português) é o criador do universo, um ser onipresente, onipotente e onisciente, que influencia todo o universo e tem uma relação especial com seu povo. O livro sagrado dos judeus é o Torá ou Pentateuco, revelado diretamente por Deus. Para o judaísmo, o pecado mais mortal de todos é o da idolatria, ou seja, a prática de adoração a ídolos e imagens.
Os cultos são realizados em templos denominados sinagogas. Os homens usam uma pequena touca, denominada kippa, como forma de respeito para com Deus. Os principais rituais são a circuncisão, realizada em meninos com oito dias de vida, representando a marca da aliança entre Deus e Abraão e seus descendentes; e o Bar Mitzvah (meninos) e a Bat Mitzvah (meninas), que representa o início da vida adulta.
Os livros sagrados dentro do judaísmo não fazem referência à vida após a morte, no entanto, após o exílio na Babilônia, os judeus assimilaram essa idéia. Na verdade, essas crenças variam conforme as várias seitas judaicas. A base da religião judaica está na obediência aos mandamentos divinos estabelecidos nos livros sagrados, uma vez que, para eles, isso é fazer a vontade de Deus e demonstrar respeito e amor pelo criador.
O judaísmo é a religião monoteísta que possui o menor número de adeptos no mundo, cerca de 18 milhões, de acordo com estatística feita em 1999.
O termo judaísmo
O termo judaísmo deriva-se da palavra Judá. Para todos os propósitos práticos, pois Judá tornou-se a nação de Israel. Então os termos judeus e israelitas tornaram-se intercambiáveis. Assim sendo o termo judaísmo vem a designar tudo quanto diz respeito a Israel.
A historia judaica, a sociedade judaica, a sua forma de governo (Teocracia), e as crenças e costumes religiosos fazem parte do que se chama judaísmo. Dentro do próprio judaísmo desenvolveu-se todo um conjunto de idéias filosóficas, embora o judaísmo não seja uma filosofia.
O judaísmo é progenitora do cristianismo e o islamismo. Deus constituiu seu próprio povo, falando com eles por meio de líderes e profetas, e as palavras ecoam vivas e atuais.
Quero destacar aqui cinco deles que tem uma importância fundamental na história do judaísmo. São eles: Abraão, que obedeceu a ordem do Senhor deixando tudo e partiu para terra prometida, (Gn 12.1), e se tornou pai do povo escolhido. Os patriarcas Isaac e Jacó, Moisés, instrumento da aliança feita no monte Sinai, que introduziu a lei, e Davi.
Judaísmo um povo monoteísta
Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor (Dt 6.4)
O clã (descendência) que se tornou no povo israelita foi subindo do politeísmo para o henoteismo, daí para o monoteísmo veio a ser o conceito central do judaísmo: não há Deus fora de YHWH.
Através da história, o Judeu resistiu, muitas vezes com suas próprias vidas à diluição ou modificação desta idéia sublime. Nós Cristãos, nos consideramos monoteístas, mas pra os judeus somos considerados politeístas, porque cremos na trindade.
Sendo a pureza do monoteísmo judaico um selo de autenticidade de fé, o judaísmo se recusa a adorar a Jesus, não somente devido ao seu repudio a doutrina da encarnação, mas também devido a sua resistência, desafiadora a toda e qualquer tentativa de atribuir qualidades e honras divinas a meros mortais.
A lei e sua importância para o Judeu
Os judeus muitas vezes foram taxados como povo do livro, porque baseia suas vidas pela revelação de Deus na Torá. A Torá são os cinco livros da bíblia conhecidos como Pentateuco, que alem da historia contem 613 mandamentos (ou obrigações). Nos livros encontram-se, leis, rituais, regras de higiene e leis morais. Para os judeus, as leis fazem parte de uma revelação de aliança com Deus. Como seu povo escolhido, eles devem observá-las integralmente.
A lei mosaica predominava em Israel, para tanto, havia necessidade de uma estrutura eclesiástica. No começo Moisés foi o Supremo legislador. Arão, seu irmão, foi nomeado Sumo Sacerdote. O judaísmo posterior passou a formar o oficio formal dos rabinos. Eis algumas de suas funções:
RABINO – Eram juízes civis e mestres religiosos ao mesmo tempo
SINÉDRIO – Estava acima dos Rabinos, formavam o corpo governante Maximo do judaísmo, bem atuante na época do surgimento do cristianismo e possuíam autoridade tanto civil quanto religiosa.
SUMO SACERDOTE – Era tanto chefe do estado como chefe religioso
ESCRIBAS – Trabalhavam com os textos bíblicos copiando-os e fixando a forma da lei e das escrituras sagradas, além de também serem os mestres populares.
O culto judaico
Foi depois do retorno à Babilônia que começou a se desenvolver a religião a que costumamos chamar de judaísmo. O núcleo do judaísmo era a vida na sinagoga.
Numa sinagoga não há imagens religiosas, nem objetos no altar, pois, como vimos, as imagens são proibidas (é o segundo mandamento). Desde os três anos de idade os judeus são incentivados a elevar orações a Deus.
No serviço da sinagoga, nas manhãs de sábado, há uma grande cerimonial em torno da leitura da Torá. Ali se lê uma passagem do texto em hebraico. De modo que no período de um ano se lê toda a Torá.
Além da leitura da Torá, o serviço contem orações, salmos e bênçãos, todos resumidos num livro especial chamado Sidur. Outro foco importante é o credo, o Shemá. (Dt 6.4-9).
Os treze artigos da fé
Uma das grandes figuras da história judaica foi Moisés Maimônides, um judeu espanhol que viveu no século 12 a. D. Pensador sistemático, procurou condensar as crenças básicas do judaísmo, sob a forma do credo:
1 – A crença na existência de Deus.
2 – A crença na unicidade de Deus.
3 – A crença na incorporal idade de Deus.
4 – A crença na eternidade de Deus.
5 – A crença de que somente Deus deve ser adorado.
6 – A crença na profecia.
7 – A crença em Moisés como maior profeta.
8 – A crença em que a Torá foi dado por Deus a Moisés.
9 – A crença em que a Torá é imutável.
10 – A crença na Onisciência de Deus.
11 – A crença em que Deus recompensa e castiga.
12 – A crença na vinda do Messias.
13 – A crença na Ressurreição dos Mortos.
Os momentos mais importantes na vida de um Judeu
Os quatro momentos mais importantes na vida judaica são: O nascimento inicio da vida adulta, casamento e morte. Analisando a importância desses momentos:
Nascimento – Oito dias após o nascimento os meninos são circuncidados, conforme o mandamento da Torá: (Gn 17.10).
A criança recebe um nome judaico e todos oram para que ela seja abençoada com o estudo da Torá, com o casamento as boas ações. Uma menina pode receber o nome na sinagoga por seu pai, logo após o seu nascimento ou em uma cerimônia especial.
Inicio da vida adulta – Aos 13 anos o menino judeu se torna um Bar Mitsuá, essa expressão em hebraico que significa filho do mandamento. Um ano antes deve receber aulas de um rabino, para aprender as leis e os costumes judaicos. Depois da cerimônia é oferecida uma festa à família e amigos.
Uma menina se torna automaticamente Bat Mitsuá (Filha do mandamento aos 12 anos. por volta das 15 anos elas aprendem o principal da história e dos costumes judaicos, particularmente regra alimentares.
Casamento – O casamento é consolidado o modo de vida ideal de Deus. E é o único tipo de coabitação permitido. Os judeus têm por obrigação casar com judias, porem o casamento misto estão se tornado comum.
Morte – a cremação não permitida, mas alguns progressistas permitem.
Ética Judaica
Os judeus não possuem uma separação nítida entre a parte ética e a parte religiosa de uma doutrina. Tudo pertence à lei de Deus. Existem 248 ordens positivas e 365 proibições, totalizando 613 mandamentos.
Divisões no judaísmo
Judaísmo Conservador
O judaísmo conservador é uma espécie de feliz meio termo entre o judaísmo ortodoxo e o judaísmo reformado. Não é uma seita dentro do judaísmo, mas uma escola de pensamento.
Seus expoentes foram Isaque Bernays (1792-1849 e Zacarias Frankel 1801-1875
Judaísmo Ortodoxo
É uma forma mais antiga do judaísmo. É formado pelos judeus tradicionais, unidos em torno de lei de Moisés. Observam a maioria das leis dialética e cerimoniais tradicionais do judaísmo.
Judaísmo reformado
O judaísmo reformado é ala liberal do judaísmo. Surgiu como uma tentativa das comunidades judaicas na Europa ocidental de ajuntarem-se intelectual, cultural e espiritualmente ao iluminismo. Assim o judaísmo reformado é produto indireto do Iluminismo europeu. É como se fosse a reforma protestante do judaísmo. A ênfase recaía sobre a razão e a reformulação da liturgia.
Os cultos religiosos começaram a ser efetuados nas línguas vernáculas locais, e não em hebraico bíblico ou no aramaico. Moisés Mendelssohn foi uma figura importante nos primórdios desse movimento.
Uma Analise as Doutrinas do Judaísmo
Como o judaísmo enfatiza o pecado?
O judaísmo não enfatiza o pecado original, mas em virtude e retidão originais. Embora no judaísmo seja reconhecido que o homem comete atos e pecado, não há senso de que o homem é totalmente depravado e indigno, segundo se vê na teologia cristã. No judaismo a remissão do pecado é obtida por meio da retidão pessoal, inclui o arrependimento, orações e boas obras. Não havendo necessidade de um salvador.
Vejamos o que diz a bíblia: Portanto por uma homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso todos pecaram (Rm 5.12).
Deixando claro que herdamos a culpa, por causa do pecado de Adão. Davi disse: Eis que iniqüidade fui formado, e em pecado me concedeu minha mãe (Sl 51.5). Deixando claro que herdamos uma natureza pecaminosa.
A nossa salvação não vem através da justiça (Is 64.6)
Unidade e Tri-unidade
Para os judeus, Deus é pessoal, Todo poderoso, Eterno, Misericordioso. Mas não é Trindade.
O que diz o Cristianismo sobre a Trindade
Com poucas exceções, geralmente se acredita entre os judeus que os cristãos crêem em três deuses diferentes. Essa impressão surgiu devido à fé cristã na doutrina Bíblica da Trindade: crença no único Deus eternamente subsistente em três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Um dos homens que desmotivou os judeus não esta familiarizado com a doutrina da Trindade foi Moisés Maimônides. Ele compilou os artigos de fé do Judaísmo, que os aceitaram e incorporaram em sua liturgia.
Rituais e símbolos judaicos
Os cultos judaicos são realizados num templo chamado de sinagoga e são comandados por um sacerdote conhecido por rabino. O símbolo sagrado do judaísmo é o memorá, candelabro com sete braços.
Memorá : candelabro sagrado
Entre os rituais, podemos citar a circuncisão dos meninos ( aos 8 dias de vida ) e o Bar Mitzvah que representa a iniciação na vida adulta para os meninos e a Bat Mitzvah para as meninas ( aos 12 anos de idade ).
Os homens judeus usam a kipa, pequena touca, que representa o respeito a Deus no momento das orações.
Nas sinagogas, existe uma arca, que representa a ligação entre Deus e o Povo Judeu. Nesta arca são guardados os pergaminhos sagrados da Torá.
As Festas Judaicas
As datas das festas religiosas dos judeus são móveis, pois seguem um calendário lunisolar. As principais são as seguintes:
Purim - os judeus comemoram a salvação de um massacre elaborado pelo rei persa Assucro.
Páscoa ( Pessach ) - comemora-se a libertação da escravidão do povo judeu no Egito, em 1300 a.C.
Shavuót - celebra a revelação da Torá ao povo de Israel, por volta de 1300 a.C.
Rosh Hashaná - é comemorado o Ano-Novo judaico.
Yom Kipur - considerado o dia do perdão. Os judeus fazem jejum por 25 horas seguidas para purificar o espírito.
Sucót - refere-se a peregrinação de 40 anos pelo deserto, após a libertação do cativeiro do Egito.
Chanucá - comemora-se o fim do domínio assírio e a restauração do tempo de Jerusalém.
Simchat Torá - celebra a entrega dos Dez Mandamentos a Moisés.


AS DIFERENÇAS ENTRE O JUDAÍSMO E O CRISTIANISMO
Há várias distinções substanciais e vitais entre o judaísmo e o cristianismo. Claro, também há muitas semelhanças, basicamente porque o cristianismo surgiu do judaísmo. Todavia, o cristianismo seguiu um outro caminho desde o início, pois suas lideranças romperam com o judaísmo e formaram uma nova religião. Portanto, é um grande equívoco acreditar que ambas as religiões têm a mesma essência, ou ver o cristianismo como uma continuação natural do judaísmo. Nada é mais distante da verdade.
Nesta seção exploraremos as diferenças básicas entre as duas religiões. Para começar, nunca é demais repetir que a crença central do judaísmo é de que, independentemente de sua religião, todos os seres humanos são filhos de D’us e, portanto, iguais perante Ele: todos têm direito ao Seu amor, misericórdia e auxílio.
O judaísmo não exige que alguém se converta ao judaísmo para ser uma pessoa melhor ou para que, algum dia, alcance o Paraíso. Para isso, no entendimento dos judeus, basta ser ético. Embora o judaísmo aceite o valor de todas as pessoas independentemente da sua religião, ele também abre aos não-judeus que desejam voluntariamente se unir ao Povo Judeu a possibilidade de se tornarem judeus. Todavia, justamente por considerar que qualquer um pode viver de forma ética na sua religião é que se torna incomum no meio judaico o trabalho missionário e proselitista. O judaísmo está de portas abertas, mas nenhum judeu sairá pelo mundo tentando converter não-judeus ao judaísmo. Essa, por si só, já é uma grande diferença entre o judaísmo e o cristianismo.
É realmente impossível fazer um resumo adequado do judaísmo ou do cristianismo somente nessa seção. Assim sendo, são necessários mais estudos para se aprofundar no assunto. As posições formais do judaísmo em vários assuntos devem ser discutidas com um rabino.
D’US


O principal fundamento do judaísmo é a noção de monoteísmo, ou seja, a idéia de que existe somente um único D’us. Conforme o judaísmo, D’us não é feito de partes, ainda que porventura essas partes estivessem misteriosamente unidas. A noção cristã da Santíssima Trindade é que D’us é composto do Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. Outros cristãos negam a Santíssima Trindade, todavia acreditam que D’us encarnou naquele que eles consideram como seu filho predileto – Jesus – e que esse, junto com o Deus Pai, formam uma só divindade. Tanto no primeiro como no segundo caso, ambas as visões são incompatíveis com a visão judaica de que qualquer divisão é impossível, mesmo que o cristianismo seja chamado de monoteísta pelo fato dos cristãos acreditarem que a trindade, por mistério divino, forme um só Deus; ou que o Deus Pai e o Deus Filho são, por mistério Divino, um só Deus. A idéia revolucionária do judaísmo é que D’us é Um e somente Um. Essa idéia considera a absoluta unicidade e singularidade de D’us como a primeira e única força criadora. Portanto, para os judeus D’us é o Criador de tudo o que gostamos e de tudo o que não gostamos. Não existe uma força maligna capaz de criar como D’us. O judaísmo vê o cristianismo como um enfraquecimento da idéia da Unicidade de D’us.
Os judeus não têm um grupo de crenças definidas a respeito da natureza de D’us; no entanto, há um debate muito rico e estimulado dentro do judaísmo a respeito disso. Porém, todos os movimentos judaicos rejeitam absolutamente a idéia de que Deus constitui-se de duas, três ou mais partes. Além disso, muitos judeus vêem essa tentativa de dividir D’us como um retrocesso parcial, quase um comprometimento com o conceito pagão de vários deuses. Para o judaísmo isso se constitui em idolatria, atividade proibida na fé judaica.
A VISÃO JUDAICA DE JESUS


Para os cristãos, o princípio central de sua religião é a crença de que Jesus é o Filho de Deus, parte da Trindade, o messias salvador de almas. Para os cristãos ele é a revelação de Deus na carne. Jesus é, em termos cristãos, o Deus encarnado, o Deus em carne e osso que veio à Terra para absorver os pecados dos seres humanos e assim livrar dos pecados todos aqueles que aceitam a sua divindade.


Para os judeus, por mais que Jesus possa ter sido um professor e contador de casos maravilhoso, ele foi somente um ser humano, não o Deus Filho (no máximo, mais um filho de D’us, no sentido metafórico de que todos os seres humanos são filhos de D’us). Na visão judaica, Jesus não pode salvar almas; só D’us pode. Na visão judaica, Jesus não ressuscitou. Na visão judaica, todos somos filhos de D’us, e ninguém pode ser um Deus Filho.
De um ponto de vista judaico, Jesus tampouco absorveu os pecados das pessoas ao ser expiado e crucificado. Para os judeus a única maneira de se remover os pecados é pedindo perdão: os judeus buscam o perdão de D’us pelos pecados cometidos contra Ele; buscam também o perdão das outras pessoas pelo mal que cometeram contra elas. A busca do perdão exige um senso sincero de arrependimento, a busca direta da reparação do mal causado a outra pessoa e a atitude de não cometer este erro novamente no futuro. Os pecados e transgressões são parcialmente removidos por meio de orações (que substituíram os sacrifícios de animais da época do Templo Sagrado de Jerusalém) como um modo de expiar os pecados, mas o principal é buscar corrigir o mal feito a outras pessoas.
Para os cristãos, Jesus substituiu a Lei judaica (1). Para os judeus, os mandamentos (mitsvót) e a Lei judaica (halachá) continuam e continuarão valendo para sempre e jamais serão substituídos.
Para os judeus, Jesus não é visto como o messias. Na visão judaica, o messias é um ser humano que virá em uma era de paz. Poderemos reconhecer a era messiânica quando percebermos que o mundo está absolutamente em paz. Na visão judaica, é notório que isso não aconteceu quando Jesus viveu, e jamais houve paz em qualquer período após a sua morte.
Quando se fala de Jesus como um homem, as opiniões dos judeus variam muito. Alguns o respeitam como um professor ético que aceitava a Lei judaica, como uma pessoa que sequer se via como um messias, que jamais quis iniciar uma nova religião. Em vez disso, Jesus é visto por esse judeus como uma pessoa que desafiou as práticas das autoridades religiosas judaicas de seu tempo. Segundo essa visão, ele queria aperfeiçoar o judaísmo de acordo com o seu próprio entendimento, sem jamais querer romper com o Povo Judeu. Para outros, Jesus distorceu as leis judaicas e semeou a discórdia entre os judeus de seu tempo. Seja qual for a resposta judaica, há um consenso fundamental e irrefutável: nenhum judeu, seja nascido judeu ou convertido ao judaísmo, acredita que Jesus seja o Deus Filho ou o messias.
Para os judeus, o único Deus é D’us; e o Messias ainda está por vir.
LIVRE-ARBÍTRIO E PECADO ORIGINAL


Para o cristianismo a idéia do pecado original assume que as pessoas trazem consigo a mácula do mal desde o nascimento e que não podem remover seus pecados sozinhas, mas somente pela graça que lhes foi oferecida pela morte sob sacrifício de Jesus como expiação por todos os pecados da humanidade. Para os cristãos não há outra forma de salvação a não ser através de Jesus.
Em contrapartida, para os judeus não há a idéia de pecado original. A visão judaica é que os seres humanos não nascem naturalmente bons ou maus. Todo indivíduo tem inclinações boas e más, mas tem também o livre-arbítrio moral para escolher o bem, e esse livre-arbítrio moral para o bem pode ser mais poderoso do que a inclinação para o mal. Na verdade, a ética judaica traz consigo a idéia de que os seres humanos decidem por si mesmos como agir. Isso é assim porque a inclinação para o mal e a possibilidade de pecado inerente à mesma permitem que as pessoas escolham o que é bom e, assim, obtenham mérito moral. A visão judaica não é a que as pessoas estão indefesas diante do equívoco moral e dependem de terceiros para serem salvas. O judaísmo entende que os seres humanos foram dotados de recursos para que sejam capazes de optar pelo bem quando se deparam com uma situação em que há inclinações para o bem e para o mal. Assim, têm a possiblidade de aprender com os próprios erros e evoluir moralmente.
MORTE, CÉU E INFERNO


Em geral os pensadores judeus sempre se concentraram nas maneiras que poderiam levar a uma vida boa na Terra e ao Ticun Olám, ou seja, ao aperfeiçoamento do mundo, deixando as preocupações a respeito da morte e do que vem após a morte para um momento mais apropriado. O judaísmo encara a morte como um fato natural e enfatiza o seu papel de dar um sentido à vida. É claro que as questões relativas à morte são inevitavelmente importantes. O medo da morte, do que irá acontecer com a nossa alma e com as almas das pessoas que nos são queridas, as questões éticas que emergem quando alguém morre injustamente e vários outros temas são discutidos na literatura judaica. Uma vez que D’us é visto como absolutamente justo, as aparentes injustiças no mundo têm levado muitos judeus tradicionais a verem a vida após a morte como uma maneira de refletir sobre a justiça final aplicada à existência humana.
Muitos pensadores judeus tradicionais teceram considerações sobre o modo como os indivíduos seriam recompensados ou punidos após suas mortes. Há poucas e raras descrições da vida após a morte. Os tradicionalistas deram o nome de “Guehenôm” para o local onde as almas são punidas. Muitos pensadores judeus notaram que uma vez que D’us é, essencialmente, pleno de misericórdia e amor, não se deve considerar que a punição será eterna; longe disso - muitas vezes considera-se que esse período, para a maioria das pessoas, dura menos de um ano.
Ao mesmo tempo, há muitos conceitos diferentes de Paraíso: um deles defende que o Paraíso é o local onde nós finalmente entenderemos o verdadeiro sentido de D’us. Ademais, melhor do que pensar em céu e inferno separados é imaginar que há somente uma distância maior ou menor de D’us após da morte. Além disso, a punição poderá ser auto-determinada, ou seja, o indivíduo receberá um sofrimento equivalente àquele que proporcionou enquanto estava vivo. Portanto, o judaísmo não tem uma noção de céu e inferno, com diferentes lugares no inferno para diferentes punições. Em vez disso, prevalece a idéia de que D’us usa a vida após a morte para conceder a justiça definitiva e como uma última oportunidade para que as pessoas predominantemente más busquem algum tipo de redenção final.
O judaísmo não acredita que as pessoas não-judias irão automaticamente para o inferno ou que os judeus irão automaticamente para o céu somente por pertencerem a uma ou outra religião (2). Em vez disso, o que realmente conta é a conduta ética individual. Muitos judeus tradicionais acreditam que o judaísmo fornece o melhor guia para conduzir essa vida ética.
Nota de Edivaldo Pereira


(1) Para os cristãos, arrepender-se do pecado e pedir perdão a Jesus é suficiente para a sua absolvição. Para os judeus, além do sincero arrependimento, é necessário pedir perdão a D’us, à pessoa que sofreu com o erro, reparar o dano causado e comprometer-se a não cometer este erro novamente no futuro, ao viver de acordo com os mandamentos da Lei judaica.


(2) Ou seja, somente o fato de ser judeu não é passaporte para o Paraíso no Mundo Vindouro (após a morte), ou o fato de se ter outra religião não significa que se irá para o inferno.






Apostila elaborada por Ev. Edivaldo Pereira de Souza
Educador Cristão e Apologista

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