IGREJA E DENOMINAÇÃO PORQUE TANTA DIFERENÇA

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

NOSSAS HERESIAS - O LEGALISMO E SUAS CONSEQUÊNCIAS


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Em minha jornada cristã, Deus permitiu que legalistas de toda sorte me rodeassem. Gostaria de compartilhar algumas experiências. 

Há alguns anos, visitei uma igreja batista daquelas que se orgulha em se proclamar fiel à doutrina. Após o término do culto, deixei minha esposa esperando-me na entrada para eu despedir-me do pastor, quando ele me disse: "Irmão Fernando, da próxima vez, para que o irmão seja melhor recebido, pedimos que sua esposa não entre aqui de calça comprida". Por que a calça comprida seria proibida? Porque revela o corpo da mulher. Engraçado, ela revela o corpo do homem também, tanto que os homossexuais prefeririam os homens de calça a saia. Pura frescura isso! Não é bíblico!

Antes de conhecer minha esposa, conheci uma irmã em Cristo muito bonita, mas com as pernas com pêlos que parecia homem. Ao questioná-la, ouvi a resposta: "Quem me amar, vai ter que me amar assim." Está solteira até hoje, e continua bonita. Que homem, em sã consciência, iria acariciar, numa noite de amor, as pernas peludas de uma crente vítima de uma igreja que impoe esse fardo? Mas, na mente retrógrada desses legalistas, perna peluda evita o pecado. Só não pensaram que o homem não pensará em pecar com as irmãs de pelúcia porque as acham horrorosas, sujas, porcas, e até fedidas (quando não usam um perfuminho), e não porque querem agradar a Deus por vencer a tentação, afinal, qual seria a tentação?
Noutras duas ocasiões, disse a um pastor da Igreja Batista Regular e a um da Batista da Convenção Brasileira que quando fui expulso das Testemunhas de Jeová por apostasia, meu casamento tornou-se insustentável. Separei-me, divorciei-me,  fui convertido a Jesus e depois casei-me novamente. Um me disse: "Bem, na minha igreja, você não poderia ser pastor, aliás, nem orar você poderia". O outro já foi mais categórico: "Tenho orado a Deus para saber o que fazer com pessoas que estão no caso de vocês". E um judeu convertido a Jesus, batista regular, disse a uma irmã de sua igreja: "Pessoas como o Fernando Galli, recasadas, nem poderiam ser membros de minha igreja, se eu fosse o pastor. Para mim, nem convertidas são." (Graças a Deus, um bom número de líderes dessa respeitadíssima denominação batista regular não pensam mais assim quando o divórcio ocorreu antes da conversão.) Um pastor batista bíblico também comentou comigo: "Fernando, quando Deus planeja fazer de um homem pastor, ele o faz tudo certinho, sem histórias feias para contar". Graças a Deus, o meu Jesus é Todo-Poderoso para perdoar pecados, como o assassinato, o estupro, e o divórcio, principalmente se o divórcio ocorreu antes da conversão. Se um serial killer poderia, após sua conversão, ser pastor, por que alguns me julgam estando em adultério por ser recasado. Engraçado é que essa turminha iria aceitar meu dízimo e minha oferta.

Outro exemplo de legalismo são igrejas que jamais convidam pastores de outras denominações para pregarem ali. São fechadas. Acham que isso ajudá-las-á a serem mais santas. Por exemplo, já ouvi de um pastor idoso, assembleiano: "Para que eu deixaria você, um batista, pregar na minha igreja?" 
Outra igreja que conheço tem pedido a cada membro que mostre seu holerite, para que controlem os dízimos de cada um. Ou seja, o doar com liberalidade, o espírito generoso dá lugar à imposição, à obrigatoriedade. 
Certo pastor me contou algo interessante: Um irmão na igreja desse pastor implicava com o uso de bateria na igreja, pois bateria para essa pessoa é o que o piano foi quando entrou nas igrejas - coisa do mundo. (O piano sofreu oposições porque era instrumento usado nas casas de prostituição, então, os legalistas da época faziam da igreja uma zona por causa de um piano.) Todavia, conta o pastor que aquele legalista contrário à bateria ouvia em sua casa CDs evangélicos com música gospel que tinha bateria no conjunto. É coerente isso?
Um missionário me contou outra muito boa. Um casal, diácono e diaconisa, donos da igreja, queriam expulsar o pastor da igreja porque pôs seu filho para tocar violão no templo. O missionário questionou: "A Bíblia diz para louvarmos a Deus com "adufes e danças; louvai-o com instrumentos de cordas e com flautas". (Salmo 150:4) Então aquele casal, perito em teologia, respondeu: "Aqui tá falando de arpa, e arpa não tem nada a ver com violão". Rimos juntos, e disse ao missionário: Ainda bem que eles não citaram Isaías 5:18: "Ai dos que puxam para si a iniqüidade com cordas de injustiça e o pecado, como com tirantes de carro!" Queria saber: Por que pode arpa, mas não pode violão? Vou me especializar nessa área.
E o dia que um pastor me viu comprando cerveja sem álcool? "Irmão Galli, você bebe isso? Isso é aparência do mal!" Ou seja, na mente dessas pessoas, a cerveja sem álcool é coisa do diabo porque se parece com a cerveja com álcool, e tem o mesmo nome. 
Numa Assembleia de Deus, uma irmã teve problemas com sua tatuagem. Era um pênis, em suas costas, próximo à região lombar. O pastor determinou que ela fizesse uma cirugia, pois se Jesus voltasse, ela não poderia ter um corpo glorificado com aquela tatuagem. Sugeri fazer uma tatuagem por cima, mudando o desenho, pois a cirurgia seria muito caro, mas o pastor recusou a sugestão. Ser-lhe-ia um pecado para ocultar o outro.
Numa outra ocasião, fui acordado na casa em que estava hospedado por jovens assembleianos que discutiam se seria correto ou não dormir de shortes, cueca, bermuda. "E se Jesus voltar e vir você vestido assim? Você seria arrebatado? Seria salvo?" Essa turma faz da salvação uma questão de sorte [com certeza aqueles jovens, na ótica deles perderam a salvação muitas vezes no banheiro (que o leitor use de sabedoria)] , pois tudo depende do horário exato que Jesus voltar. Quem estiver se masturbando, vai para o inferno. Mas quem tiver terminado a masturbação e pedido perdão vinte segundos antes de Jesus voltar, então sua ejaculação precoce, mal cuidada, lhe proporcionou sorte e salvação.
Quais as consequências do legalismo? Impede a entrada de homens de Deus numa igreja, ou no convívio com irmãos. Traz fardos para as pessoas, não graça divina.Torna as regras humanas e a obediência a elas uma forma de religiosidade. Resulta, também, em hipocrisia, pois o legalista é sempre contraditório: Coa o mosquito e engole o camelo. (Mateus 23:24) Tira a alegria da igreja em adorar e em servir a Deus.
Deixar-se guiar pela Palavra e pelo Espírito Santo de Deus não é legalismo,  mas deixar-se guiar pelas próprias motivações pode tornar até o "não adultararás" em legalismo. Basta ter a motivação errada, em não adulterar, para que isso aconteça. Perguntemos, então: Qual a motivação por trás de minhas palavras aos irmãos sobre toda a doutrina e costumes da igreja a que pertenço: Glorificar a Deus ou a mim mesmo?
Pastor Edivaldo Pereira
Apologista e Educador Teologico

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