Crentes à venda
Um relato bem humorado de uma séria questão. A negociação de igreja.
Era noite de quinta-feira. O irmão Pedro, diácono fiel a Deus, ao seu pastor e
aos trabalhos de sua igreja. Um homem de Deus compromissado, lavado e
remido, portanto, já “comprado uma vez”, “Não com coisas corruptíveis como
o ouro e a prata, mas pelo precioso sangue de Jesus”, como seu próprio
pastor já o tinha ensinado. Subia o irmão Pedro como já fazia há muitos anos.
Seguia em direção ao prédio onde sua igreja se reunia. Seu coração
palpitava pela alegria que tinha em celebrar a Deus. Mal sabia aquele irmão
simples e humilde que naquele dia, passaria por uma experiência única.
Ao ver o irmão Pedro o recepcionista comunicou logo: — Não haverá culto
hoje irmãozinho... Teremos uma cerimônia de posse! —Até aí tudo bem para
o irmão Pedro. Em certas denominações substituir o pastor é muito normal,
mesmo sendo para colocar um parente ou amigo do pastor presidente que
não tem chamado nem unção no lugar. O irmão Pedro se assustou,
entristeceu, pois além de ser ovelha, também era amigo pessoal do pastor
retirante, mas lembrou-se que em sua vida cristã inteira, fora treinado para
manter a “temperança” e nunca questionar, por isso, logo se recompôs. —É
a vontade de Deus! — Pensou ele, tentando colocar os pensamentos no
lugar.
No decorrer da cerimônia foi apresentado o irmão Pedro como um homem fiel,
que muito tinha contribuído com o desenvolvimento da denominação. Nesta
hora, ele até sentiu uma ponta de orgulho e felicidade, afinal. todos gostam
de um reconhecimento, mesmo que tardio. A cerimônia prosseguiu e ao final,
como é de praxe, irmão Pedro foi averiguar os fatos daquele tão repentino
acontecimento. Foi nesta hora que descobriu o pior. A igreja tinha sido
vendida e o diácono Pedro tinha entrado no negócio, assim como se faz com
as galinhas, com o gado e os porcos quando se vende uma “fazenda de
porteira fechada.’’
O coração de Pedro doeu. A vergonha, a revolta e a decepção lhe atacaram
de tal forma que ele pensou que seu velho coração, experimentado pelas
proezas da vida, não agüentaria. Logo ele, que havia cuidado de seu velho
pangaré carroceiro até a morte, permitindo que o eqüino vivesse os últimos
dias sob a sua companhia porque acreditava que amigos de verdade não se
vende? Essa, porém era a triste realidade. O prédio da igreja, irmão Pedro, as
crianças, as irmãs da oração, os instrumentos, os novos convertidos foram
todos mascateados e alguém tinha se dado bem.
Este é o triste legado que muitos pastores estão deixando para as
gerações futuras de líderes. A comercialização de denominações evangélicas
já é algo muito comum em nosso meio. São centenas de denominações
pequenas que estão sendo vendidas, para satisfazer a ganância de poder
vinda da parte daquele que compra e a desenfreada sede de dinheiro por
parte do que vende. Quero deixar claro que o que denuncio não é a venda
de prédios ou templos. O que me entristece é que os membros também são
incluídos. Quem compra uma denominação leva em conta três fatores: O
imóvel e as instalações, o número de membros e a entrada dos dízimos. Três
fatos porém, muito importantes, estão sendo esquecidos em tão
“falcatruantes” negociações:
Primeiro: Uma denominação eclesiástica
não é um patrimônio ou um bem, ela é uma comunidade sem fins lucrativos e
seu maior bem são pessoas .
Segundo: a igreja não pertence a homens, apesar de ser construída e
alicerçada com o dinheiro dos dízimos e das ofertas e pelo trabalho dos fieis
que vendem almoço, canjicada, galinhada, rifas etc. Ela sempre teve dono, o
Senhor Jesus Cristo. A igreja é Dele e ninguém pode usurpar do direito de
vendê-la.
Terceiro: O ser humano, ainda mais sendo servos de Deus, não é um
bem vendável ou um produto de "gambira". Fazer com que passem por este
constrangimento vai contra a boa fé, e é uma tremenda falta de respeito.
Infelizmente, muitos pastores aproveitam da ingenuidade de muitos de seus
membros e roubam deles o direito de manifestar a sua opinião, ensinando-
lhes que isto é pecado de rebelião. Nada pode ser pior do que uma
comunidade onde as pessoas são comandadas em um regime ditatorial sem
nenhum direito à contestação. O próprio Deus respeitou o livre arbítrio do
homem, mas entre os crentes, muitos deles são ensinados a conviver com os
erros, a incompetência, a prepotência e o egoísmo de seus líderes e nunca
manifestar opinião em qualquer situação.
No estado de Goiás dezenas de pequenas denominações são vendidas para
ministérios maiores, sem nenhuma regra ou critério, sem que os
membrossejam comunicados previamente e pior. Quem vende embolsa o
dinheiro e quem compra compactua com a situação.
Artigo extraido do site: http://www.oleprecioso.com/
Pr. Edivaldo Pereira
Um relato bem humorado de uma séria questão. A negociação de igreja.
Era noite de quinta-feira. O irmão Pedro, diácono fiel a Deus, ao seu pastor e
aos trabalhos de sua igreja. Um homem de Deus compromissado, lavado e
remido, portanto, já “comprado uma vez”, “Não com coisas corruptíveis como
o ouro e a prata, mas pelo precioso sangue de Jesus”, como seu próprio
pastor já o tinha ensinado. Subia o irmão Pedro como já fazia há muitos anos.
Seguia em direção ao prédio onde sua igreja se reunia. Seu coração
palpitava pela alegria que tinha em celebrar a Deus. Mal sabia aquele irmão
simples e humilde que naquele dia, passaria por uma experiência única.
Ao ver o irmão Pedro o recepcionista comunicou logo: — Não haverá culto
hoje irmãozinho... Teremos uma cerimônia de posse! —Até aí tudo bem para
o irmão Pedro. Em certas denominações substituir o pastor é muito normal,
mesmo sendo para colocar um parente ou amigo do pastor presidente que
não tem chamado nem unção no lugar. O irmão Pedro se assustou,
entristeceu, pois além de ser ovelha, também era amigo pessoal do pastor
retirante, mas lembrou-se que em sua vida cristã inteira, fora treinado para
manter a “temperança” e nunca questionar, por isso, logo se recompôs. —É
a vontade de Deus! — Pensou ele, tentando colocar os pensamentos no
lugar.
No decorrer da cerimônia foi apresentado o irmão Pedro como um homem fiel,
que muito tinha contribuído com o desenvolvimento da denominação. Nesta
hora, ele até sentiu uma ponta de orgulho e felicidade, afinal. todos gostam
de um reconhecimento, mesmo que tardio. A cerimônia prosseguiu e ao final,
como é de praxe, irmão Pedro foi averiguar os fatos daquele tão repentino
acontecimento. Foi nesta hora que descobriu o pior. A igreja tinha sido
vendida e o diácono Pedro tinha entrado no negócio, assim como se faz com
as galinhas, com o gado e os porcos quando se vende uma “fazenda de
porteira fechada.’’
O coração de Pedro doeu. A vergonha, a revolta e a decepção lhe atacaram
de tal forma que ele pensou que seu velho coração, experimentado pelas
proezas da vida, não agüentaria. Logo ele, que havia cuidado de seu velho
pangaré carroceiro até a morte, permitindo que o eqüino vivesse os últimos
dias sob a sua companhia porque acreditava que amigos de verdade não se
vende? Essa, porém era a triste realidade. O prédio da igreja, irmão Pedro, as
crianças, as irmãs da oração, os instrumentos, os novos convertidos foram
todos mascateados e alguém tinha se dado bem.
Este é o triste legado que muitos pastores estão deixando para as
gerações futuras de líderes. A comercialização de denominações evangélicas
já é algo muito comum em nosso meio. São centenas de denominações
pequenas que estão sendo vendidas, para satisfazer a ganância de poder
vinda da parte daquele que compra e a desenfreada sede de dinheiro por
parte do que vende. Quero deixar claro que o que denuncio não é a venda
de prédios ou templos. O que me entristece é que os membros também são
incluídos. Quem compra uma denominação leva em conta três fatores: O
imóvel e as instalações, o número de membros e a entrada dos dízimos. Três
fatos porém, muito importantes, estão sendo esquecidos em tão
“falcatruantes” negociações:
Primeiro: Uma denominação eclesiástica
não é um patrimônio ou um bem, ela é uma comunidade sem fins lucrativos e
seu maior bem são pessoas .
Segundo: a igreja não pertence a homens, apesar de ser construída e
alicerçada com o dinheiro dos dízimos e das ofertas e pelo trabalho dos fieis
que vendem almoço, canjicada, galinhada, rifas etc. Ela sempre teve dono, o
Senhor Jesus Cristo. A igreja é Dele e ninguém pode usurpar do direito de
vendê-la.
Terceiro: O ser humano, ainda mais sendo servos de Deus, não é um
bem vendável ou um produto de "gambira". Fazer com que passem por este
constrangimento vai contra a boa fé, e é uma tremenda falta de respeito.
Infelizmente, muitos pastores aproveitam da ingenuidade de muitos de seus
membros e roubam deles o direito de manifestar a sua opinião, ensinando-
lhes que isto é pecado de rebelião. Nada pode ser pior do que uma
comunidade onde as pessoas são comandadas em um regime ditatorial sem
nenhum direito à contestação. O próprio Deus respeitou o livre arbítrio do
homem, mas entre os crentes, muitos deles são ensinados a conviver com os
erros, a incompetência, a prepotência e o egoísmo de seus líderes e nunca
manifestar opinião em qualquer situação.
No estado de Goiás dezenas de pequenas denominações são vendidas para
ministérios maiores, sem nenhuma regra ou critério, sem que os
membrossejam comunicados previamente e pior. Quem vende embolsa o
dinheiro e quem compra compactua com a situação.
Artigo extraido do site: http://www.oleprecioso.com/
Pr. Edivaldo Pereira
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