IGREJA E DENOMINAÇÃO PORQUE TANTA DIFERENÇA

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

CRENTES A VENDA

Crentes à venda


Um relato bem humorado de uma séria questão. A negociação de igreja.







Era noite de quinta-feira. O irmão Pedro, diácono fiel a Deus, ao seu pastor e

aos trabalhos de sua igreja. Um homem de Deus compromissado, lavado e

remido, portanto, já “comprado uma vez”, “Não com coisas corruptíveis como

o ouro e a prata, mas pelo precioso sangue de Jesus”, como seu próprio

pastor já o tinha ensinado. Subia o irmão Pedro como já fazia há muitos anos.

Seguia em direção ao prédio onde sua igreja se reunia. Seu coração

palpitava pela alegria que tinha em celebrar a Deus. Mal sabia aquele irmão

simples e humilde que naquele dia, passaria por uma experiência única.

Ao ver o irmão Pedro o recepcionista comunicou logo: — Não haverá culto

hoje irmãozinho... Teremos uma cerimônia de posse! —Até aí tudo bem para

o irmão Pedro. Em certas denominações substituir o pastor é muito normal,

mesmo sendo para colocar um parente ou amigo do pastor presidente que

não tem chamado nem unção no lugar. O irmão Pedro se assustou,

entristeceu, pois além de ser ovelha, também era amigo pessoal do pastor

retirante, mas lembrou-se que em sua vida cristã inteira, fora treinado para

manter a “temperança” e nunca questionar, por isso, logo se recompôs. —É

a vontade de Deus! — Pensou ele, tentando colocar os pensamentos no

lugar.



No decorrer da cerimônia foi apresentado o irmão Pedro como um homem fiel,

que muito tinha contribuído com o desenvolvimento da denominação. Nesta

hora, ele até sentiu uma ponta de orgulho e felicidade, afinal. todos gostam

de um reconhecimento, mesmo que tardio. A cerimônia prosseguiu e ao final,

como é de praxe, irmão Pedro foi averiguar os fatos daquele tão repentino

acontecimento. Foi nesta hora que descobriu o pior. A igreja tinha sido

vendida e o diácono Pedro tinha entrado no negócio, assim como se faz com

as galinhas, com o gado e os porcos quando se vende uma “fazenda de

porteira fechada.’’



O coração de Pedro doeu. A vergonha, a revolta e a decepção lhe atacaram

de tal forma que ele pensou que seu velho coração, experimentado pelas

proezas da vida, não agüentaria. Logo ele, que havia cuidado de seu velho

pangaré carroceiro até a morte, permitindo que o eqüino vivesse os últimos

dias sob a sua companhia porque acreditava que amigos de verdade não se

vende? Essa, porém era a triste realidade. O prédio da igreja, irmão Pedro, as

crianças, as irmãs da oração, os instrumentos, os novos convertidos foram

todos mascateados e alguém tinha se dado bem.



Este é o triste legado que muitos pastores estão deixando para as

gerações futuras de líderes. A comercialização de denominações evangélicas

já é algo muito comum em nosso meio. São centenas de denominações

pequenas que estão sendo vendidas, para satisfazer a ganância de poder

vinda da parte daquele que compra e a desenfreada sede de dinheiro por

parte do que vende. Quero deixar claro que o que denuncio não é a venda

de prédios ou templos. O que me entristece é que os membros também são

incluídos. Quem compra uma denominação leva em conta três fatores: O

imóvel e as instalações, o número de membros e a entrada dos dízimos. Três

fatos porém, muito importantes, estão sendo esquecidos em tão

“falcatruantes” negociações:



Primeiro: Uma denominação eclesiástica

não é um patrimônio ou um bem, ela é uma comunidade sem fins lucrativos e

seu maior bem são pessoas .

Segundo: a igreja não pertence a homens, apesar de ser construída e

alicerçada com o dinheiro dos dízimos e das ofertas e pelo trabalho dos fieis

que vendem almoço, canjicada, galinhada, rifas etc. Ela sempre teve dono, o

Senhor Jesus Cristo. A igreja é Dele e ninguém pode usurpar do direito de

vendê-la.



Terceiro: O ser humano, ainda mais sendo servos de Deus, não é um

bem vendável ou um produto de "gambira". Fazer com que passem por este

constrangimento vai contra a boa fé, e é uma tremenda falta de respeito.

Infelizmente, muitos pastores aproveitam da ingenuidade de muitos de seus

membros e roubam deles o direito de manifestar a sua opinião, ensinando-

lhes que isto é pecado de rebelião. Nada pode ser pior do que uma

comunidade onde as pessoas são comandadas em um regime ditatorial sem

nenhum direito à contestação. O próprio Deus respeitou o livre arbítrio do

homem, mas entre os crentes, muitos deles são ensinados a conviver com os

erros, a incompetência, a prepotência e o egoísmo de seus líderes e nunca

manifestar opinião em qualquer situação.



No estado de Goiás dezenas de pequenas denominações são vendidas para

ministérios maiores, sem nenhuma regra ou critério, sem que os

membrossejam comunicados previamente e pior. Quem vende embolsa o

dinheiro e quem compra compactua com a situação.



Artigo extraido do site: http://www.oleprecioso.com/
Pr. Edivaldo Pereira

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