Biografia de Nelson Mandela
Nelson
Mandela proveniente da etnia Xhosa, nasceu num pequeno vilarejo de
Qunu, distrito de Umtata, na região de Transkei. Logo aos seus sete
anos de idade Nelson torna-se o primeiro membro de toda a sua família
a frequentar uma escola, onde lhe foi o nome inglês Nelson. Logo
após a sua entrada para a escola, pouco tempo depois, o seu pai
morre e Nelson Mandela foi para uma escola próxima do palácio do
Regente. Seguindo sempre as tradições Xhosa, Nelson foi inserido na
sociedade aos 16 anos de idade, ido assim para o Instituto
Clarkebury, onde estudou a Cultura Ocidental.
No
ano de 1934, Mandela muda-se para Fort Beaufort, cidade com escolas
que recebiam a maior parte da realeza Thembu, e foi ali que ganhou
interesse no boxe e nas corridas. Após fazer a sua matrícula,
começou o curso para se formar em Direito na Universidade de Fort
Hare, onde conheceu os seus compatriotas Oliver Tambo e iniciou uma
longa amizade.
No
final do seu primeiro ano, Nelson envolve-se no movimento de
estudantes, num boicote contra as políticas universitárias, tendo
acabado por ser expulso da universidade. Após a sua expulsão da
faculdade Nelson foi para Johanesburgo, onde terminara a sua
graduação na Universidade da África do Sul (UNISA), por intermédio
de correspondência. Continuo assim os estudos de Direito na
Universidade de Witwatersand.
Sendo
Nelson um jovem estudante de Direito, este veio a envolver-se na
oposição do regime de Apartheid, que por sua vez negava à raça
negra, que era a população maioritária, a mestiços e Indianos os
seus direitos políticos, sociais e económicos. Juntou-se ainda ao
Congresso Nacional Africano em 1942, e dois anos depois junta-se com
Walter Sisulu e Oliver Tambo, entre outros amigos que veio a formar
durante a sua formação e forma a Liga Jovem do CNA.
Nelson
Mandela casou por 3 vezes. A sua primeira esposa foi Evelyn Ntoko
Mase, a qual veio a divorciar-se em 1957 após 13 anos de casados.
Pouco depois casou-se com Winnie Madikizela, e ficaram casados por 38
anos, divorciando-se assim em 1996, com as divergências políticas
entre o casal virem a público. Com 80 anos e no seu aniversário,
Nelson Mandela casou-se com Graça Machel, viúva de Samora Machel,
antigo presidente Moçambicano.
Winnie
Madikizela foi a esposa que acompanhou todo o processo de prisão de
Nelson Mandela, estando ela casada antes, durante e após a sua
prisão. Sendo que dos 38 anos de casados, 27 foram passados à
distância praticamente sem se verem.
Nelson Mandela Durante a sua Prisão
Mandela
foi preso em Agosto de 1962 e recebeu como sentença 5 anos de
prisão, sendo esta detenção feita por Mandela viajar ilegalmente
até ao exterior e incentivar o povo a aderir a greves.
Em
1967, Nelson Mandela volta a ser sentenciado novamente, mas desta vez
a sentença atribuída foi de prisão perpétua. Importante referir
que este escapara a uma pena de enforcamento por
planear acções armadas,
sabotagem e conspirações para ajudar outros países a invadir a
África do Sul, apesar de ter sido negado por Nelson Mandela.
Nesta
altura, 20 milhões indivíduos de raça negra eram totalmente
dominados por apenas 4 milhões de indivíduos de raça branca
durante o brutal e criminoso regime de Apartheid.
Ainda
nesta altura, os indivíduos de raça negra não possuíam qualquer
direito de votação, direito a propriedades transacções, casas,
nem educação. Não podendo assim qualquer individuo possuir uma
moradia, um terreno, ou outras propriedades como um carro ou uma
mota. Sendo praticamente impossível um jovem descendente de raça
negra poder ingressar à faculdade. Para isto acontecer, teriam de
acontecer grandes feitos por parte da família.
Determinado
a manter o poder, o governo elimina a existência de muitos partidos
políticos liderados por negros, enviando os mesmos para a prisão
com penas de prisão perpétua. Estas penas eram cumpridas na famosa
e conhecida Ilha de Robben.
Esta
ilha era uma prisão, de alta segurança e isolada do povo para que
ninguém soubesse o que se passava nestas instalações. Nesta mesma
altura, mesmo na prisão nunca eram misturados indivíduos de raça
negra com indivíduos de raça branca. Cada raça era posta em
prisões diferentes.
Guardas
prisionais ou polícias que seguiam este tipo de profissão, caso
fossem escolhidos para ir trabalhar para a Ilha de Robben, eram-lhes
dadas casa e salário para poderem habitar e viver na própria ilha
onde trabalhavam. Nesta altura a mulher não exercia qualquer tipo de
função, sendo que eram praticamente todas donas de casa, fazendo
assim o salário que o marido ganhava como guarda prisional o único
salário em casa.
Mandela
não mantinha qualquer contacto com o povo enquanto esteve preso na
Ilha de Robben. Pois nesta prisão era expressamente proibido aos
reclusos falarem de política, do país ou da sua situação, ou de
assuntos que fossem ligados a comunismo e ao governo, com as suas
visitas. Sendo que estas visitas eram acompanhadas pelos guardas
prisionais, caso estas regras fossem quebradas, a visita teria fim
imediato.
Mandela
era visto como o maior criminoso existente no país. Estando ligado
ao ANC (Congresso Nacional Africano), que lutava para estabelecer a
paz e liberdade no país, independentemente de quem lá habitasse, e
que era a favor do nacionalismo e do bem para com a pátria. Esta
regra seria então praticada para todas as raças.
Nelson
Mandela tinha muitas dificuldades em saber como estava o povo e o que
se passava no seu país, tendo em conta o controlo das visitas e das
cartas, que por suas vez também eram inspeccionadas antes de
entregar aos reclusos seguindo as mesmas regras que eram aplicadas
nas visitas, estas cartas eram enviadas, uma de 6 em 6 meses, com o
máximo de 500 palavras por carta e as visitas tinham o mesmo método,
uma visita de 6 em 6 meses, podendo falar num prazo máximo de 30
minutos, caso não fossem infringidas as regras impostas para as
visitas.
Na
África do Sul eram, antigamente e nos dias de hoje, faladas duas
línguas. O Xhosa e o Inglês. Tendo em conta esta situação, dentro
da prisão, eram necessários guardas que soubessem falar a língua
do Sul-Africanos. Contudo, era quase impossível encontrar um guarda
prisional de raça branca que soubesse ambos os dialectos. Quando
encontraram um, destacaram-no como guarda prisional privado de Nelson
Mandela, este estava encarregue de transmitir ao Governo tudo o que
Mandela falava que não fosse em inglês. Importante referir que isto
custou-lhe a vida de um filho, que estima-se ter sido assassinado
pelo Governo derivado às informações reveladas por este guarda.
O
filho de Nelson morreu num acidente de viação ao cair de uma ponte.
Contudo, nunca ninguém descobriu se foi realmente acidente, se foi
planeado pelo Governo este tipo de acção. Tendo em conta que o
governo estava em guerra com o próprio Nelson Mandela, fazendo de
tudo para que este ordenasse ao povo para parar de lutar.
Enquanto
prisioneiro, Nelson Mandela pediu, através da sua mulher, para o seu
pessoal aliado aumentasse a luta armada para que o país se tornasse
ingovernável. Pois enquanto o país era governado pelos descendentes
brancos, os de raça negra mal podiam andar na rua descansados sendo
estes abordados em qualquer lugar, na rua, na loja, em casa, etc.
Quando abordados, eram pedidos os seus passaportes, caso não
tivessem consigo tal documento seriam torturados à vista de todos. O
que acabava por instalar o caos na cidade.
Estes
guardas não faziam escolha de adultos e crianças, eram torturados
independentemente da sua idade. Havendo até, cenários de bebés
envolvidos nestas torturas, deixando-os cair ao chão como se fossem
pessoas mais velhas.
Ideais de Nelson Mandela
Nelson
Mandela apresentava-se como opositor referente ao regime aplicado
pelo estado, Apartheid, que era como uma linha imaginária entre a
raça negra e a raça branca. Estes não podiam ser misturados nem
partilhar ideias sobre política, socialismo, economia e até
direitos. Fez-se assim aliado do Congresso Nacional Africano,
conhecido na altura como o ANC. Tendo fundado uma instituição
chamada NCA/ANC com o seu amigo Walter Sisulu e Oliver Tambo, entre
outros, esta era uma organização mais jovem e dinâmica para lutar
contra este regime e declarar paz e liberdade para todos os povos.
Anos
depois, após a sua eleição para o Partido Nacional Africânder, no
qual exercia a função de promotor da política da segregação
racial, Mandela adere ao Congresso do Povo, sendo percursor do ANC,
divulga assim a Carta da Liberdade, documento que continha
informações secretas para com o povo. Esta exigia liberdade para
todos os que habitassem a África do Sul, fossem de raça negra ou
branca, exigia que as riquezas do país fossem distribuídas pelo
povo, que a escolaridade a nível de faculdade fosse obrigatória
para os mais novos, mantendo a mentalidade que só assim os jovens
seriam alguém na vida, exigindo paz entre os povos entre outras
exigências.
Mandela
e os seus compatriotas decidiram recorrer à luta armada após o
sangrento e violento massacre imposto pela parte dos brancos, sendo
conhecido como o Massacre de Sharpeville, ocorrido em 21 de Março de
1960, quando a polícia sul-africana atirou contra os manifestantes
negros, estando estes desarmados. Foram mortas 69 pessoas e 180 foram
feridas gravemente.
Após
um ano, a seguir ao massacre, Nelson torna-se comandante do braço
armado do ANC, o conhecido Umkhonto we Sizwe, que significa “Lança
da Nação”, fundado por esse e por outros membros.
Mandela
coordenou assim uma campanha de sabotagem contra alvos militares do
governo, fazendo ainda planos para uma possível guerra caso a
sabotagem falhasse em acabar com o regime de Apartheid. Viajou ainda
com para o exterior na tentativa de angariar fundos para o MK,
criando assim condições para treinos e actuação paramilitar do
grupo por si criado.
Nelson Mandela Após a Sua Prisão
Nelson
Mandela foi libertado, após várias transferências entre as diversa
prisões que existiam na África do Sul. Sendo que todas as prisões
em que passou eram consideradas de alta segurança. Quanto ao dia da
sua libertação, Mandela foi escoltado até à saída da sua última
prisão, que era mais confortável e com as condições iguais as de
uma casa de habitação, apenas sem família e mulheres, apenas
reclusos. Foi assim escoltado pelos seus guardas prisionais
particulares, que tinham sido atribuídos para este tipo de trabalho,
até à saída. Onde saiu de cabeça erguida e em paz, como se nunca
se imaginasse que tivesse prendido por praticamente 3 décadas da sua
vida.
Sorrindo
e caminhando em direcção ao povo que o aguardava no exterior da
prisão, foi assim que Nelson Mandela saiu. Aplaudido e bem recebido
por todos os membros presentes nesse dia. Certamente um dia marcante
para o povo e para as noticias a nível mundial.
Sendo
importante referir que Mandela rejeitou variadas vezes a sua
libertação em regime de liberdade condicional derivado aos pedidos
que lhe eram feitos para que ordenasse ao povo e aos seus aliados
para terminarem com a luta contra os seus direitos e os direitos do
país. A última vez que rejeitou esta proposta foi em Fevereiro de
1985, tendo Mandela continuado preso até Fevereiro 1990, quando a
campanha do ANC e a pressão internacional conseguiram que este fosse
libertado em 11 de Fevereiro, por ordem do novo Presidente Frederik
Willem de Klerk. Tendo ainda retirado o ANC da lista de ilegalidades.
Nelson
recebe o prémio Internacional Al-Gaddafi de Direitos Humanos em
1989. Em 1993, juntamente com Klerk, recebe o prémio Nobel da Paz,
pelos esforços desenvolvidos no sentido de encerrar a guerra entre
os povos e a discriminação racial na África do Sul, naquelas que
foram as primeiras eleições multirraciais do país. Mandela
cercou-se, para governar, de personalidades do ANC, mas também de
representantes de linhas políticas.
Curiosidades Sobre Nelson Mandela
Em
1994 Nelson Mandela tornou-se o primeiro Presidente de raça negra da
África do sul, quatro anos após a sua libertação. Onde governou o
seu país até 1999, sendo o maior responsável pelo fim do regime de
racismo existente na África do Sul e ainda pela reconciliação dos
grupos internos.
Chegando
ao fim do seu mandato de presidente, Nelson Mandela afastou-se da
política dedicando-se a causas de variadas organizações sociais em
prol dos direitos humanos. Onde, até à data, recebeu diversas
homenagens e congratulações internacionais pelo reconhecimento da
sua vida e da luta pelos direitos sociais.
Desde
o ano de 2010, começou a ser celebrado a 18 de Julho de cada ano, o
dia Internacional de Nelson Mandela. A data foi definida pela
Assembleia Geral da ONU e corresponde ao dia do seu nascimento.
No
decorrer da sua prisão, os 27 anos que Nelson Mandela ficou preso,
tornou-se de tal forma associado à oposição do Apartheid que o
povo clamava a frase “Libertem Nelson Mandela”, o que acabou por
se tonar o lema das campanhas antiapartheid em vários países do
mundo.
Nelson
Mandela quando foi libertado tinha nada mais, nada menos do que 72
anos de idade. Mandela passou quase 3 décadas da sua vida na prisão
como esforço para com o seu país.
Mandela
fez alguns pronunciamentos, em 2003, atacando assim a política
extrema do presidente norte-americano George Bush. Ao mesmo tempo,
Nelson anuncia o seu apoio à campanha de arrecadação de fundos
contra a AIDS, na qual deu o nome de “46664”, número de
presidiário enquanto o seu mandato na prisão.
Em
Junho de 2004, aos 85 anos de idade, Nelson Mandela anunciou a sua
retirada referente à vida pública. Fez apenas uma excepção, no
entanto, pelo seu compromisso em lutar contra a AIDS.
O
ex-presidente Sul-Africano comemorou o seu 90º aniversário
em Londres em
2008, onde estiveram presentes diversas estrelas, celebridades e
artistas que estiveram presentes na altura da guerra pelos direitos
na África do Sul, ou que acompanharam o sucedido.
-
See more at: http://www.opusculo.com/pt/a-historia-de-nelson-mandela
Nenhum comentário:
Postar um comentário