Curiosidades sobre os apócrifos
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O âmbito mais crucial de desacordo a respeito do cânon do Antigo Testamento entre os cristãos é o debate sobre os chamados livros apócrifos.
O âmbito mais crucial de desacordo a respeito do cânon do Antigo Testamento entre os cristãos é o debate sobre os chamados livros apócrifos.
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Em suma: esses livros são aceitos pelo católicos romanos como canônicos e rejeitados por protestantes e judeus. Na realidade, os sentidos da palavra apocrypha refletem o problema que se manifesta nas duas concepções de sua canonicidade. No grego clássico, a palavra apocrypha significava "oculto" ou "difícil de entender". Posteriormente, tomou o sentido de esotérico, ou algo que só os iniciados podem entender, não os de fora. Pela época de Irineu e de Jerônimo (séculos III e IV), o termo apocrypha veio a ser aplicado aos livros não-canônicos do Antigo Testamento, mesmo aos que foram classificados previamente como "pseudepígrafos". Desde a era da Reforma, essa palavra tem sido usada para denotar os escritos judaicos não-canônicos originários do período intertestamentário. A questão diante de nós é a seguinte: verificar se os livros eram escondidos a fim de ser preservados, porque sua mensagem era profunda e espiritual ou porque eram espúrios e de confiabilidade duvidosa.
.Natureza e número dos apócrifos do Antigo Testamento
Em suma: esses livros são aceitos pelo católicos romanos como canônicos e rejeitados por protestantes e judeus. Na realidade, os sentidos da palavra apocrypha refletem o problema que se manifesta nas duas concepções de sua canonicidade. No grego clássico, a palavra apocrypha significava "oculto" ou "difícil de entender". Posteriormente, tomou o sentido de esotérico, ou algo que só os iniciados podem entender, não os de fora. Pela época de Irineu e de Jerônimo (séculos III e IV), o termo apocrypha veio a ser aplicado aos livros não-canônicos do Antigo Testamento, mesmo aos que foram classificados previamente como "pseudepígrafos". Desde a era da Reforma, essa palavra tem sido usada para denotar os escritos judaicos não-canônicos originários do período intertestamentário. A questão diante de nós é a seguinte: verificar se os livros eram escondidos a fim de ser preservados, porque sua mensagem era profunda e espiritual ou porque eram espúrios e de confiabilidade duvidosa.
.Natureza e número dos apócrifos do Antigo Testamento
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Há quinze livros chamados apócrifos (catorze se a Epístola de Jeremias se unir a Baruque, como ocorre nas versões católicas de Douai). Com exceção de 2 Esdras, esses livros preenchem a lacuna existente entre Malaquias e Mateus e compreendem especificamente dois ou três séculos antes de Cristo. Na página seguinte se podem ver suas datas e classificação:
.Argumentos em prol da aceitação dos apócrifos do Antigo Testamento
Há quinze livros chamados apócrifos (catorze se a Epístola de Jeremias se unir a Baruque, como ocorre nas versões católicas de Douai). Com exceção de 2 Esdras, esses livros preenchem a lacuna existente entre Malaquias e Mateus e compreendem especificamente dois ou três séculos antes de Cristo. Na página seguinte se podem ver suas datas e classificação:
.Argumentos em prol da aceitação dos apócrifos do Antigo Testamento
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Os livros apócrifos do Antigo Testamento têm recebido diferentes graus de aceitação pelos cristãos. A maior parte dos protestantes e dos judeus aceita que tenham valor religioso e mesmo histórico, sem terem, contudo, autoridade canônica. Os católicos romanos desde o Concilio de Trento têm aceito esses livros como canônicos. Mais recentemente, os católicos romanos têm defendido a idéia de uma deuterocanonicidade, mas os livros apócrifos ainda são usados para dar apoio a doutrinas extrabíblicas, tendo lido proclamados como livros de inspiração divina no Concilio de Trento. Outros grupos, como os anglicanos e várias igrejas ortodoxas, nutrem deferentes concepções a respeito dos livros apócrifos. A seguir apresentamos Um resumo dos argumentos que em geral são aduzidos para a aceitação desses livros, na crença de que detêm algum tipo de canonicidade:
1.Alusões no Novo Testamento.
Os livros apócrifos do Antigo Testamento têm recebido diferentes graus de aceitação pelos cristãos. A maior parte dos protestantes e dos judeus aceita que tenham valor religioso e mesmo histórico, sem terem, contudo, autoridade canônica. Os católicos romanos desde o Concilio de Trento têm aceito esses livros como canônicos. Mais recentemente, os católicos romanos têm defendido a idéia de uma deuterocanonicidade, mas os livros apócrifos ainda são usados para dar apoio a doutrinas extrabíblicas, tendo lido proclamados como livros de inspiração divina no Concilio de Trento. Outros grupos, como os anglicanos e várias igrejas ortodoxas, nutrem deferentes concepções a respeito dos livros apócrifos. A seguir apresentamos Um resumo dos argumentos que em geral são aduzidos para a aceitação desses livros, na crença de que detêm algum tipo de canonicidade:
1.Alusões no Novo Testamento.
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O
Novo Testamento reflete o pensamento i registra alguns acontecimentos
dos apócrifos. Por exemplo, o livro de Hebreus fala de mulheres que
receberam seus mortos pela ressurreição Hb 11,35), e faz referência
a 2 Macabeus 7 e 12, Os chamados apócrifos ou pseudepígrafos são
também citados em sua amplitude pelo Novo Testamento (Jd 14,15; 2Tm
3.8).
.2.Emprego que o Novo Testamento faz da versão dos Septuaginta.
.2.Emprego que o Novo Testamento faz da versão dos Septuaginta.
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A
tradução grega do Antigo Testamento hebraico, em Alexandria, é
conhecida como Septuaginta (lxx). É a versão mais citada pelos
autores do Novo Testamento e pelos cristãos primitivos. A lxx
continha os livros apócrifos. A presença desses livros na lxx dá
apoio ao cânon alexandrino, mais amplo, do Antigo Testamento, em
oposição ao cânon palestino, mais reduzido, que os omite.
.3.Os mais antigos manuscritos completos da Bíblia.
.3.Os mais antigos manuscritos completos da Bíblia.
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Os
mais antigos manuscritos gregos da Bíblia contêm os livros
apócrifos inseridos entre os livros do Antigo Testamento. Os
manuscritos Aleph, A e b (v. Cap. 12) incluem esses livros, revelando
que faziam parte da Bíblia cristã original.
.4. A arte cristã primitiva.
.4. A arte cristã primitiva.
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Alguns
dos registros mais antigos da arte cristã refletem o uso dos
apócrifos. As representações nas catacumbas às vezes se baseavam
na história dos fiéis registrada no período
intertestamentário.
.Tabela de livros apócrifos
.Tabela de livros apócrifos
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1. Sabedora de Salomão (c. 30 a.C.)
2. Eclesiástico (Siraque) (132 a.C.)
1. Sabedora de Salomão (c. 30 a.C.)
2. Eclesiástico (Siraque) (132 a.C.)
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O livro da sabedoria
Eclesiástico
Religioso
O livro da sabedoria
Eclesiástico
Religioso
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3. Tobias (c. 200 a.C.)
Tobias
Romance
3. Tobias (c. 200 a.C.)
Tobias
Romance
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4. Judite (c. 150 a.C.)
Judite
Histórico
4. Judite (c. 150 a.C.)
Judite
Histórico
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5. 1Esdras (c. 150-100 a.C.)
6. 1Macabeus (c. 110 a.C.)
7. 2Macabeus (c. 110-70 a.C.)
5. 1Esdras (c. 150-100 a.C.)
6. 1Macabeus (c. 110 a.C.)
7. 2Macabeus (c. 110-70 a.C.)
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3Esdras
1Macabeus
2Macabeus
3Esdras
1Macabeus
2Macabeus
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Profético
8. Baruque (c. 150-50 a.C.)
9. Epístola de Jeremias (c. 300-100 a.C.)
10. 2Esdras (c. 100 a.C.)
Profético
8. Baruque (c. 150-50 a.C.)
9. Epístola de Jeremias (c. 300-100 a.C.)
10. 2Esdras (c. 100 a.C.)
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Baruque 1-5
Baruque 6
Baruque 1-5
Baruque 6
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4Esdras
4Esdras
Lendário
11. Adições a Ester (140-110 a.C.)
12. Oração de Azarias (séculos I ou II a.C.) (Cântico dos três jovens)
13. Susana (século I ou II a.C.)
14. Bel e o Dragão (c. 100 a.C.)
15. Oração de Manassés (século I ou II a.C.)
Ester 10:4 – 16:24
Daniel 3:24-90 **
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Daniel 13
Daniel 14
Oração de Manassés
.5. Os primeiros pais da igreja.
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Alguns
dos mais antigos pais da igreja, de modo particular os do Ocidente,
aceitaram e usaram os livros apócrifos em seu ensino e pregação. E
até mesmo no Oriente, Clemente de Alexandria reconheceu 2 Esdras
como inteiramente canônico. Orígenes acrescentou Macabeus bem como
a Epístola de Jeremias à lista de livros bíblicos canônicos.
Irineu mencionava O livro da sabedoria, e outros pais da igreja
citavam outros livros apócrifos.
.6. A influência de Agostinho.
.6. A influência de Agostinho.
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Agostinho
(c. 354-430) elevou a tradição ocidental mais aberta, a respeito
dos livros apócrifos, ao seu apogeu, ao atribuir-lhes categoria
canônica. Ele influenciou os concílios da igreja, em Hipo (393
d.C.) e em Cartago (397 d.C), que relacionaram os apócrifos como
canônicos. A partir de então, a igreja ocidental passou a usar os
apócrifos em seu culto público.
.7. O Concilio de Trento.
.7. O Concilio de Trento.
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Em
1546, o concilio católico romano do pós-Reforma, realizado em
Trento, proclamou os livros apócrifos como canônicos, declarando o
seguinte:
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O sínodo [...] recebe e venera [...] todos os livros, tanto do Antigo Testamento como do Novo [incluindo-se os apócrifos] — entendendo que um único Deus é o Autor de ambos os testamentos [...] como se houvessem sido ditados pela boca do próprio Cristo, ou pelo Espírito Santo [...] se alguém não receber tais livros como sagrados e canônicos, em todas as suas partes, da forma em que têm sido usados e lidos na Igreja Católica [...] seja anátema.[1]
Desde esse concilio de Trento, os livros apócrifos foram considerados canônicos, detentores de autoridade espiritual para a Igreja Católica Romana.
.8. Uso não-católico.
O sínodo [...] recebe e venera [...] todos os livros, tanto do Antigo Testamento como do Novo [incluindo-se os apócrifos] — entendendo que um único Deus é o Autor de ambos os testamentos [...] como se houvessem sido ditados pela boca do próprio Cristo, ou pelo Espírito Santo [...] se alguém não receber tais livros como sagrados e canônicos, em todas as suas partes, da forma em que têm sido usados e lidos na Igreja Católica [...] seja anátema.[1]
Desde esse concilio de Trento, os livros apócrifos foram considerados canônicos, detentores de autoridade espiritual para a Igreja Católica Romana.
.8. Uso não-católico.
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As
Bíblias protestantes desde a Reforma com freqüência continham os
livros apócrifos. Na verdade, nas igrejas anglicanas os apócrifos
são lidos regularmente nos cultos públicos, ao lado dos demais
livros do Antigo e do Novo Testamento. Os apócrifos são também
usados pelas igrejas de tradição ortodoxa oriental.
9. A comunidade do mar Morto.
9. A comunidade do mar Morto.
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Os
livros apócrifos foram encontrados entre os rolos da comunidade do
mar Morto, em Qumran. Alguns haviam sido escritos em hebraico, o que
seria indício de terem sido usados por judeus palestinos antes da
época de Jesus.
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Resumindo todos esses argumentos, essa postura afirma que o amplo emprego dos livros apócrifos por parte dos cristãos, desde os tempos mais primitivos, é evidência de sua aceitação pelo povo de Deus. Essa longa tradição culminou no reconhecimento oficial desses livros, no Concílio de Trento (1546), como se tivessem sido inspirados por Deus. Mesmo não-católicos, até o presente momento, conferem aos livros apócrifos uma categoria de paracanônicos, o que se deduz do lugar que lhes dão em suas Bíblias e em suas igrejas.
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Razões por que se rejeita a canonicidade dos apócrifos
Os oponentes dos livros apócrifos têm apresentado muitas razões para excluí-los do rol de livros canônicos. Seus argumentos serão apresentados na mesma ordem dos argumentos levantados pelos que advogam a aceitação de um cânon maior.
.1.A autoridade do Novo Testamento.
Resumindo todos esses argumentos, essa postura afirma que o amplo emprego dos livros apócrifos por parte dos cristãos, desde os tempos mais primitivos, é evidência de sua aceitação pelo povo de Deus. Essa longa tradição culminou no reconhecimento oficial desses livros, no Concílio de Trento (1546), como se tivessem sido inspirados por Deus. Mesmo não-católicos, até o presente momento, conferem aos livros apócrifos uma categoria de paracanônicos, o que se deduz do lugar que lhes dão em suas Bíblias e em suas igrejas.
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Razões por que se rejeita a canonicidade dos apócrifos
Os oponentes dos livros apócrifos têm apresentado muitas razões para excluí-los do rol de livros canônicos. Seus argumentos serão apresentados na mesma ordem dos argumentos levantados pelos que advogam a aceitação de um cânon maior.
.1.A autoridade do Novo Testamento.
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O
Novo Testamento jamais cita um livro apócrifo indicando-o como
inspirado. As alusões a tais livros não lhes emprestam autoridade,
assim como as alusões neotestamentárias a poetas pagãos não lhes
conferem inspiração divina. Além disso, desde que o Novo
Testamento faz citações de quase todos os livros canônicos do
Antigo e atesta o conteúdo e os limites desse Testamento (omitindo
os apócrifos — v. cap. 7), parece estar claro que o Novo
Testamento indubitavelmente exclui os apócrifos do cânon hebraico.
Josefo, o historiador judeu, rejeita expressamente os apócrifos,
relacionando apenas 22 livros canônicos.
.2. A tradução dos Septuaginta.
.2. A tradução dos Septuaginta.
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A
Palestina é que era o lar do cânon judaico, jamais a Alexandria, no
Egito. O grande centro grego do saber, no Egito, não tinha
autoridade para saber com precisão que livros pertenciam ao Antigo
Testamento judaico. Alexandria era o lugar da tradução, não da
canonização. O fato de a Septuaginta conter os apócrifos apenas
comprova que os judeus alexandrinos traduziram os demais livros
religiosos judaicos do período intertestamentário ao lado dos
livros canônicos. Filo, o judeu alexandrino, rejeitou com toda a
clareza a canonicidade dos apócrifos, no tempo de Cristo, assim como
o judaísmo oficial em outros lugares e épocas. De fato, as cópias
existentes da lxx datam do século IV d.C. e não comprovam que
livros haviam sido incluídos na lxx de épocas (interiores,
.3. A Bíblia cristã primitiva.
.3. A Bíblia cristã primitiva.
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Os
mais antigos manuscritos gregos da Bíblia datam do século IV.
Seguem a tradição da LXX, que contém os apócrifos. Como foi
observado acima, era uma tradução grega, e não o cânon hebraico.
Jesus e os escritores do Novo Testamento quase sempre fizeram
citações da lxx, mas jamais mencionaram um livro sequer dentre os
apócrifos. No máximo, a presença dos apócrifos nas Bíblias
cristãs do século IV mostra que tais livros eram aceitos até certo
ponto por alguns cristãos, naquela época. Isso não significa que
os judeus ou os cristãos como um todo aceitaram esses livros como
canônicos, isso sem mencionarmos a igreja universal, que nunca os
teve na relação de livros canônicos.
.4. A arte cristã primitiva.
.4. A arte cristã primitiva.
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As
representações artísticas não constituem base para apurar a
canonicidade dos apócrifos. As representações pintadas nas
catacumbas, extraídas de livros apócrifos, apenas mostram que os
crentes daquela era estavam cientes dos acontecimentos do período
intertestamentário e os consideravam parte de sua herança
religiosa. A arte cristã primitiva não decide nem resolve a questão
da canonicidade dos apócrifos.
.5. Os primeiros pais da igreja.
.5. Os primeiros pais da igreja.
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Muitos
dos grandes pais da igreja em seu começo, dos quais Melito,
Orígenes, Cirilo de Jerusalém e Atanásio, depuseram contra os
apócrifos. Nenhum dos primeiros pais de envergadura da igreja,
anteriores a Agostinho, aceitou todos os livros apócrifos
canonizados em Trento.
.6. O cânon de Agostinho.
.6. O cânon de Agostinho.
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O
testemunho de Agostinho não é definitivo, nem isento de equívocos.
Primeiramente, Agostinho às vezes faz supor que os apócrifos apenas
tinham uma deuterocanonicidade (Cidade de Deus, 18,36), e não
canonicidade absoluta. Além disso, os Concílios de Hipo e de
Cartago foram pequenos concílios locais, influenciados por Agostinho
e pela tradição da Septuaginta grega. Nenhum estudioso hebreu
qualificado esteve presente em nenhum desses dois concílios. O
especialista hebreu mais qualificado da época, Jerônimo, argumentou
fortemente contra Agostinho, ao rejeitar a canocidade dos apócrifos.
Jerônimo chegou a recusar-se a traduzir os apócrifos para o latim,
ou mesmo incluí-los em suas versões em latim vulgar (Vulgata
latina). Só depois da morte de Jerônimo e praticamente por cima de
seu cadáver, é que os livros apócrifos foram incorporados à
Vulgata latina (v. cap. 18).
.7. O Concilio de Trento.
.7. O Concilio de Trento.
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A
ação do Concilio de Trento foi ao mesmo tempo polêmica e
prejudicial. Em debates com Lutero, os católicos romanos haviam
citado Macabeus, em apoio à oração pelos mortos (v. 2Macabeus
12.45,46). Lutero e os protestantes que o seguiam desafiaram a
canonicidade desse livro, citando o Novo Testamento, os primeiros
pais da igreja e os mestres judeus, em apoio. O Concilio de Trento
reagiu a Lutero canonizando os livros apócrifos. A ação do
Concilio não foi apenas patentemente polêmica, foi também
prejudicial, visto que nem todos os catorze (quinze) livros apócrifos
foram aceitos pelo Concilio. Primeiro e Segundo Esdras (3 e 4Esdras
dos católicos romanos; a versão de Douai denomina 1 e 2Esdras,
respectivamente, os livros canônicos de Esdras e Neemias) e a Oração
de Manasses foram rejeitados. A rejeição de 2Esdras é
particularmente suspeita, porque contém um versículo muito forte
contra a oração pelos mortos (2Esdras 7.105). Aliás, algum escriba
medieval havia cortado essa seção dos manuscritos latinos de
2Esdras, sendo conhecida pelos manuscritos árabes, até ser
reencontrada outra vez em latim por Robert L. Bentley, em 1874, numa
biblioteca de Amiens, na França.
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Essa decisão, em Trento, não refletiu uma anuência universal, indisputável, dentro da Igreja Católica e na Reforma. Nessa exata época o cardeal Cajetan, que se opusera a Lutero em Augsburgo, em 1518, publicou Comentário sobre todos os livros históricos fidedignos do Antigo Testamento, em 1532, omitindo os apócrifos. Antes ainda desse fato, o cardeal Ximenes havia feito distinção entre os apócrifos e o cânon do Antigo Testamento, em sua obra Poliglota complutense (1514-1517). Tendo em mente essa concepção, os protestantes em geral rejeitaram a decisão do Concilio de Trento, que não tivera base sólida.
.8.Uso não-católico.
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Essa decisão, em Trento, não refletiu uma anuência universal, indisputável, dentro da Igreja Católica e na Reforma. Nessa exata época o cardeal Cajetan, que se opusera a Lutero em Augsburgo, em 1518, publicou Comentário sobre todos os livros históricos fidedignos do Antigo Testamento, em 1532, omitindo os apócrifos. Antes ainda desse fato, o cardeal Ximenes havia feito distinção entre os apócrifos e o cânon do Antigo Testamento, em sua obra Poliglota complutense (1514-1517). Tendo em mente essa concepção, os protestantes em geral rejeitaram a decisão do Concilio de Trento, que não tivera base sólida.
.8.Uso não-católico.
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O
uso dos livros apócrifos entre igrejas ortodoxas, anglicanas e
protestantes foi desigual e diferenciado. Algumas os usam no culto
público. Muitas Bíblias contêm traduções dos livros apócrifos,
ainda que colocados numa seção à parte, em geral entre o Antigo e
o Novo Testamento. Ainda que não-católicos façam uso dos livros
apócrifos, nunca lhes deram a mesma autoridade canônica do resto da
Bíblia. Os não-católicos usam os apócrifos em seus devocionais,
mais do que na afirmação doutrinária.
.9. Os rolos do mar Morto.
.9. Os rolos do mar Morto.
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Muitos
livros não-canônicos foram descobertos em Qumran, dentre os quais
comentários e manuais. Era uma biblioteca que continha numerosos
livros não tidos como inspirados pela comunidade. Visto que na
biblioteca de Qumran não se descobriram comentários nem citações
autorizadas sobre os livros apócrifos, não existam evidências de
que eram tidos como inspirados. Podemos presumir, portanto que aquela
comunidade cristã não considerava os apócrifos canônicos. Ainda
que se encontrassem evidências em contrário, o fato de esse grupo
ser uma seita que se separara do judaísmo oficial mostraria ser
natural que não fosse ortodoxo em todas as suas crenças. Tanto
quanto podemos distinguir, contudo, esse grupo era ortodoxo quanto à
canonicidade do Antigo Testamento. Em outras palavras, não aceitavam
a canonicidade dos livros apócrifos..
Resumo e conclusão
Resumo e conclusão
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O cânon do Antigo Testamento até a época de Neemias compreendia 22 (ou 24) livros em hebraico, que, nas Bíblias dos cristãos, seriam 39, como já se verificara por volta do século IV a.C. As objeções de menor monta a partir dessa época não mudaram o conteúdo do cânon. Foram nu livros chamados apócrifos, escritos depois dessa época, que obtiveram grande circulação entre os cristãos, por causa da influência da tradução grega de Alexandria. Visto que alguns dos primeiros pais da igreja, de modo especial no Ocidente, mencionaram esses livros em seus escritos, a igreja (em grande parte por influência de Agostinho) deu-lhes uso mais amplo e eclesiástico. No entanto, até a época da Reforma esses livros não eram considerados canônicos. A canonização que receberam no Concilio de Trento não recebeu o apoio da história. A decisão desse concilio foi polêmica e eivada de preconceito, como já o demonstramos.
Que os livros apócrifos, seja qual for o valor devocional ou eclesiástico que tiverem, não são canônicos, comprova-se pelos seguintes fatos:
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1. A comunidade judaica jamais os aceitou como canônicos.
2. Não foram aceitos por Jesus, nem pelos autores do Novo Testamento.
3. A maior parte dos primeiros grandes pais da igreja rejeitou sua Canonicidade.
4. Nenhum concilio da igreja os considerou canônicos senão no final do século IV.
5. Jerônimo, o grande especialista bíblico e tradutor da Vulgata, rejeitou fortemente os livros apócrifos.
6. Muitos estudiosos católicos romanos, ainda ao longo da Reforma, rejeitaram os livros apócrifos.
7. Nenhuma igreja ortodoxa grega, anglicana ou protestante, até a premente data, reconheceu os apócrifos como inspirados e canônicos, no sentido integral dessas palavras. À vista desses fatos importantíssimos, torna-se absolutamente necessário que os cristãos de hoje jamais usem os livros apócrifos como se foram Palavra de Deus, nem os citem em apoio autorizado a qualquer doutrina cristã.
Com efeito, quando examinados segundo os critérios elevados de canonicidade, estabelecidos e discutidos no capítulo 6, verificamos que aos livros apócrifos falta o seguinte:
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1.Os apócrifos não reivindicam ser proféticos.
2.Não detêm a autoridade de Deus.
3.Contêm erros históricos (v. Tobias 1.3-5 e 14.11) e graves heresias teológicas, como a oração pelos mortos (2Macabeus 12.45[46]; 4).
4. Embora seu conteúdo tenha algum valor para a edificação nos momentos devocionais, na maior parte se trata de texto repetitivo; são textos que já se encontram nos livros canônicos.
5. Há evidente ausência de profecia, o que não ocorre nos livros canônicos. Os apócrifos nada acrescentam ao nosso conhecimento das verdades messiânicas.
7. O povo de Deus, a quem os apócrifos teriam sido originariamente apresentados, recusou-os terminantemente.
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A comunidade judaica nunca mudou de opinião a respeito dos livros apócrifos. Alguns cristãos têm sido menos rígidos e categóricos; mas, seja qual for o valor que se lhes atribui, fica evidente que a igreja como um todo nunca aceitou os livros apócrifos como Escrituras Sagradas.
O cânon do Antigo Testamento até a época de Neemias compreendia 22 (ou 24) livros em hebraico, que, nas Bíblias dos cristãos, seriam 39, como já se verificara por volta do século IV a.C. As objeções de menor monta a partir dessa época não mudaram o conteúdo do cânon. Foram nu livros chamados apócrifos, escritos depois dessa época, que obtiveram grande circulação entre os cristãos, por causa da influência da tradução grega de Alexandria. Visto que alguns dos primeiros pais da igreja, de modo especial no Ocidente, mencionaram esses livros em seus escritos, a igreja (em grande parte por influência de Agostinho) deu-lhes uso mais amplo e eclesiástico. No entanto, até a época da Reforma esses livros não eram considerados canônicos. A canonização que receberam no Concilio de Trento não recebeu o apoio da história. A decisão desse concilio foi polêmica e eivada de preconceito, como já o demonstramos.
Que os livros apócrifos, seja qual for o valor devocional ou eclesiástico que tiverem, não são canônicos, comprova-se pelos seguintes fatos:
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1. A comunidade judaica jamais os aceitou como canônicos.
2. Não foram aceitos por Jesus, nem pelos autores do Novo Testamento.
3. A maior parte dos primeiros grandes pais da igreja rejeitou sua Canonicidade.
4. Nenhum concilio da igreja os considerou canônicos senão no final do século IV.
5. Jerônimo, o grande especialista bíblico e tradutor da Vulgata, rejeitou fortemente os livros apócrifos.
6. Muitos estudiosos católicos romanos, ainda ao longo da Reforma, rejeitaram os livros apócrifos.
7. Nenhuma igreja ortodoxa grega, anglicana ou protestante, até a premente data, reconheceu os apócrifos como inspirados e canônicos, no sentido integral dessas palavras. À vista desses fatos importantíssimos, torna-se absolutamente necessário que os cristãos de hoje jamais usem os livros apócrifos como se foram Palavra de Deus, nem os citem em apoio autorizado a qualquer doutrina cristã.
Com efeito, quando examinados segundo os critérios elevados de canonicidade, estabelecidos e discutidos no capítulo 6, verificamos que aos livros apócrifos falta o seguinte:
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1.Os apócrifos não reivindicam ser proféticos.
2.Não detêm a autoridade de Deus.
3.Contêm erros históricos (v. Tobias 1.3-5 e 14.11) e graves heresias teológicas, como a oração pelos mortos (2Macabeus 12.45[46]; 4).
4. Embora seu conteúdo tenha algum valor para a edificação nos momentos devocionais, na maior parte se trata de texto repetitivo; são textos que já se encontram nos livros canônicos.
5. Há evidente ausência de profecia, o que não ocorre nos livros canônicos. Os apócrifos nada acrescentam ao nosso conhecimento das verdades messiânicas.
7. O povo de Deus, a quem os apócrifos teriam sido originariamente apresentados, recusou-os terminantemente.
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A comunidade judaica nunca mudou de opinião a respeito dos livros apócrifos. Alguns cristãos têm sido menos rígidos e categóricos; mas, seja qual for o valor que se lhes atribui, fica evidente que a igreja como um todo nunca aceitou os livros apócrifos como Escrituras Sagradas.
.Fonte
de pesquisa: Norman L. Geisler William E. Nix - Introdução Bíblica,
Págs. 93-102.Livros
não aceitos como canônicos no Concilio de Trento, em
1546.Livros
não relacionados no sumário de Douai por estarem apensos a outros
livros.Philip
Schaff, org., The creads of Christendom, 6a, ed. rev., New York,
Harper, 1919/ p. 81, v. 2.
Pastor Edivaldo Pereira
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